Dormir pouco pode reduzir efeito de vacinas, aponta estudo

A quantidade de horas que você dorme pode interferir na resposta dos seus anticorpos às vacinas contra influenza e até covid.

Carol Ávila | 14 de Março de 2023 às 14:37

- Imagem: SB Arts Media / iStock

Não dormir o suficiente pode prejudicar a resposta de vacinas, é o que apontam os pesquisadores da Universidade de Chicago em conjunto com o Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica. O estudo, publicado no dia 13 de março na revista Current Biology, indica que os indivíduos que dormem menos de seis horas por noite têm uma resposta menor de anticorpos à vacinação. 

Como ocorre o impacto no efeito de vacinas?

A pesquisa englobou uma releitura de estudos antigos que já observavam a relação do sono com a eficiência na produção de anticorpos. O mais recente dessa curadoria é um estudo de 2002, que mostrou a diminuição na resposta de anticorpos. Após 10 dias da vacinação contra influenza, os níveis de anticorpos caíram pela metade nos participantes que restingiram seu sono.

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Agora, o trabalho publicado neste ano, que engloba sete estudos diferentes, examinou o impacto da duração do sono no efeito de vacinar contra doenças virais, incluindo a Covid-19. A pesquisa avaliou também a necessidade de ter um mínimo de 6 horas de sono nos dias antecedentes à vacina, além dos dias posteriores.

Efeitos diferentes para homens e mulheres

A pesquisa concluiu que a associação do sono com resposta dos anticorpos foi maior nos participantes homens do que nas mulheres. Porém, esses dados ainda estão sendo deliberados.

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A questão reside em cima dos estudos, uma vez que nenhum deles levou em conta possíveis variações hormonais, uso de contraceptivos, período menstrual e status de menopausa.

A resposta dos anticorpos da vacina contra a covid

Assim como a vacina para influenza, o efeito da vacina contra a covid também apresentou relação com o sono diário. É o que explica Karine Spiegel, pesquisadora do Inserm, que conduziu o estudo:

"Curiosamente, vimos os mesmos resultados tanto na gripe, que é um vírus respiratório, quanto na hepatite, que afeta o fígado, sugerindo que esse efeito pode se estender a todos os tipos de vírus, incluindo o coronavírus como SARS-CoV-2."

Obtendo os resultados de uma meta-análise e os comparando com os dados sobre a resposta de anticorpos à vacina da Pfizer, a pesquisa estimou que a redução otida nos participantes é semelhante à diminuição dos anticorpos da vacina contra a Covid-19 após 2 meses da aplicação.

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Lembrando que, pela redução nos anticorpos, as vacinas contra a Covid-19 necessitam de doses de reaplicação ao longo dos meses. 

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