Doença do pombo: quais os sintomas e como tratar

conheça esta doença pouco falada, mas que pode atingir muitas pessoas

Walter Farias | 29 de Novembro de 2022 às 16:16

- Tomasz Śmigla/istock

Trazido para o Brasil ao longo do processo de colonização, o pombo se tornou parte da paisagem dos centros urbanos brasileiros. Porém, com descontrole na proliferação, ausência de predadores e fácil adaptação a cidade, esta ave virou uma praga urbana. Isto porque ele é transmissor de inúmeras doenças, entre elas, a doença do pombo.

Antes de tudo, vale esclarecer que não utilizamos o termo ‘praga urbana’ de forma pejorativa. Ok? Acontece que, pragas urbanas são todas e qualquer espécies de insetos ou animais que infestam campos ou cidades causando danos à saúde daquela população.

Tais danos podem ser vistos por meio de picadas, mordidas, estrago no solo, alimentação ou objetos e transmissão de doenças.

Portanto, o aumento desordenado de pombos em espaço urbano mais sua característica de transmissor de diversas doenças, fazem o animal estar classificado dentro da categoria de praga urbana.

O que é a doença do pombo?

Popularmente conhecida como doença do pombo, ela é cientificamente conhecida como Criptococose. Trata-se de uma doença infecciosa originada pelo Cryptococcus neoformans, um fungo que surge em uma superfície contaminada por fezes de aves (principalmente pombos).

Como se contrai a doença do pombo

A infecção acontece quando o indivíduo inala os esporos do fungo encontrado na superfície contaminada. Portanto, entende-se que a doença afeta mais o sistema respiratório. Todavia, ele também pode se espalhar para o cérebro e tecidos que envolvem ele e as meninges.

Assim, a inalação também é capaz de gerar uma meningite. Ademais, a criptococose pode se espalhar para outras partes do corpo, como pele, ossos, órgãos e articulações. Mas quais são os sintomas dela?

Quais são os sintomas da Criptococose

Os sintomas causados por ela ainda não pouco precisos, porém, pode se dizer que dependendo do local em que a infecção se manifesta há alguns sintomas mais comuns.

Se a infecção for pulmonar, é possível que os sintomas sejam leves. Geralmente, nesses casos as pessoas apresentam tosses leves e dores na caixa torácica. Todavia, caso a infecção seja mais grave, provavelmente o quadro se desenrolará para uma dificuldade respiratória.

Caso a infecção aconteça nas meninges, ela irá acabar por gerar uma meningite. Logo, o paciente irá sentir dores de cabeça, a visão pode ficar turva, além de surgir mudança comportamental e uma confusão mental.

Quando a infecção ocorre na pele, os sintomas são mais gritantes. Pois surgirão erupções cutâneas e caroços que podem apresentar pus. Além disso, é possível que ocorra ulcerações abertas, podendo gerar maiores transtornos caso não sejam devidamente tratadas.

Como diagnosticar um caso de Criptococose

Este e qualquer outro diagnóstico deve ser feito exclusivamente por consulta especializada. Ou seja, em caso de qualquer suspeita é preciso ir de encontro ao médico mais próximo ou de maior confiança.

Contudo, podemos dizer como acontece o diagnóstico da doença. Assim, saiba que para diagnosticar a criptococose, o médico irá colher amostras de tecido e de líquidos do seu organismo para realizar cultura e análise.

Imagem:Pikovit44/istock

Ademais, será realizada uma punção lombar. Isto é, será retirada uma amostra do líquido cefalorraquidiano com uma agulha. - E para o que serve este procedimento? Serve para verificar se há infecções, tumores ou hemorragias no cérebro e/ou medula espinhal.

Acontece que doenças nestas áreas do corpo podem modificar o aspecto deste líquido. Logo, sua alteração pode sinalizar ao médico se está tudo bem ou não com essas partes do corpo.

Por fim, seu médico também pode solicitar um exame de imagem, conhecido como radiografia. Uma radiografia torácica é capaz de auxiliar o profissional a identificar sinais de uma infecção existente nos pulmões.

Tratamento da doença do pombo

Após um diagnóstico médico realizado e constatada a criptococose. É dado inicio ao processo de tratamento da doença infecciosa. E na maioria dos casos, são utilizados medicamentos antifúngicos para tratar dela.

Sistema imunológico normal

Caso a infecção ocorra nos pulmões e está pequena. É possível que o médico irá trata-la com uma medicação chamada fluconazol. Consumido por via oral, ele é capaz de diminuir o tempo de manifestação da doença e ajuda a controlar o risco de espalhamento.

O prazo de medicação varia de caso para caso. Porém, caso o paciente apresente sintomas mais fortes, é possível que o período tenha uma variação de 6 até 12 meses.

Em caso de meningite

Se a infecção afetar as meninges, o tratamento ocorrerá com anfotericina B e flucitosina. Depois, os medicamentos dão espaço para o tratamento com fluconazol.

Infecção cutânea

Em caso de infecção na pele, ossos ou articulações, o paciente pode inciar o tratamento com fluconazol. Contudo, se o caso for mais grave, pode ser utilizada a anfotericina B com aplicação diretamente na veia.

Sistema imunológico debilitado

Pessoas com o sistema imunológico debilitado precisam de uma atenção especial. Paciente diagnosticados com AIDS, por exemplo, terão que continuar com a medicação antifúngica até que sua contagem de CD4 esteja maior que as 150 células por microlitro de sangue que são esperadas. Fora isso, no geral seu tratamento com medicações leva no mínimo um ano.

 

 

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