Doença de Lyme: causas, sintomas, tratamento e prevenção

A doença de Lyme é uma infecção bacteriana transmitida por carrapatos. Conheça a causa, sintomas e tratamento para essa doença.

Douglas Ferreira | 24 de Julho de 2020 às 17:30

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A doença de Lyme é uma infecção bacteriana transmitida por carrapatos que causa inflamação das articulações e outras partes do corpo. Entre os mais afetados pela doença estão crianças menores de 15 anos e adultos acima de 29 anos.

Recentemente a incidência da doença duplicou nos Estados Unidos, em partes da Europa e em alguns estados do Brasil. Isso tem ocorrido devido a expansão das regiões geográficas onde os carrapatos infectados com a bactéria Borrelia burgdorferi podem ser encontrados, colocando milhões de pessoas sob risco.

Qual a causa da doença de Lyme?

A doença de Lyme é causada por uma bactéria chamada Borrelia burgdorferi. A infecção é transmitida aos seres humanos através da picada de carrapatos infectados com essa bactéria. Para transmitir a doença, os carrapatos infectados devem ficar aderidos à pele do hospedeiro por 36 a 48 horas no mínimo.

No Brasil, o principal transmissor da doença de Lyme é o carrapato-estrela. Como esta espécie não costuma ser encontrada em grandes centros urbanos, moradores ou visitantes de áreas rurais e pessoas que fazem turismo ecológico são as mais vulneráveis ao contágio da doença de Lyme.

Os locais preferidos do corpo humano para os carrapatos são axilas, couro cabeludo e região da virilha.

Quais os sintomas?

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No início, uma picada de carrapato forma um nódulo duro. Cerca de 70% a 80% das pessoas com doença de Lyme desenvolvem erupção circular no local da picada 3 a 30 dias depois. À medida que a erupção vai aumentando, o centro pode ficar mais claro, criando uma aparência de “alvo”.

Os sintomas iniciais da doença de Lyme incluem:

No entanto, se não for tratada, a infecção pode espalhar-se causando problemas mais graves de saúde. É necessário aguardar várias semanas, meses ou anos antes que os sintomas de uma infecção crônica mais grave apareçam, caracterizados por dor nas articulações e manifestações neurológicas e cardíacas. As articulações grandes são as mais afetadas, principalmente os joelhos. O sistema nervoso também pode ser afetado o que leva o paciente a sentir formigamento ou dormência nos braços e pernas e, às vezes a paralisia de Bell (afetando músculos faciais).

Como é feito o diagnóstico?

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A doença de Lyme é difícil de ser diagnosticada porque os sintomas variam amplamente de pessoa para pessoa e são muito comuns a outras como artrite reumatóide, gripe e meningite.

O médico, portanto, procura determinar se o paciente pode ter sido picado por um carrapato, especialmente em áreas onde a doença é endêmica. Testes de laboratório para identificar anticorpos produzidos pelo organismo em reação às bactérias podem ser usados para ajudar a confirmar o diagnóstico. No entanto, é improvável que apareçam em exames realizados no primeiro estágio da doença, sendo mais confiáveis somente algumas semanas após uma infecção, pois seu corpo já terá tido tempo para desenvolver anticorpos. A pessoa deve estar doente por mais de quatro semanas e não ter tomado antibióticos para que a reação ao exame de sangue seja positiva.

Quais são os tratamentos possíveis?

Quando diagnosticada cedo a doença de Lyme é facilmente tratada com antibióticos. Se os sintomas persistirem ou se repetirem, deve-se administrar mais antibióticos. Se não tratada, a inflamação das articulações pode causar danos irreversíveis aos ossos e cartilagens.

Principais estratégias de prevenção da doença de Lyme

1. Cubra todo o corpo

Não é necessário fazer uma trilha de 1,5 km por uma floresta para contrair a doença de Lyme. A maioria dos casos ocorre na própria propriedade da pessoa ou perto de sua casa, principalmente em gramados e áreas de vegetação cerrada. Apesar da temperatura, proteja-se com calças compridas presas por dentro das meias, camisas de manga comprida e roupas de cor clara (melhores para se enxergar um carrapato). Vestir-se dessa maneira reduz o risco de contrair a doença de Lyme em 40%.

2. Aplique repelente sobre a pele – e até nas roupas

Usar um repelente contra carrapatos reduz o risco de infecção em 20%. Os repelentes mais efetivos contêm de 10% a 35% de DEET (dietilmetatoluamida). Produtos com 10% de DEET duram cerca de duas horas; lembre-se de reaplicar o produto depois desse período. Não use repelentes com mais de 30% de DEET em crianças. Se você achar que ficará muito exposto a carrapatos, além de passar repelente com DEET em você, aplique nas roupas (principalmente em meias e calças) o pesticida permetrina, que durará várias lavagens. Essa combinação parece ser a mais efetiva contra carrapatos. Nunca deixe a permetrina entrar em contato com a sua pele.

3. Verifique todos os dias se há um carrapato em você

Examine seu corpo, em busca de qualquer bolinha pequena, redonda ou marrom. Não se esqueça de olhar entre os dedos dos pés e na virilha. Fique na frente de um espelho grande e dê uma olhada nas suas costas. Verifique também o couro cabeludo. Se você vir um carrapato, não entre em pânico. Você tem até 24 horas para removê-lo antes de a infecção ser transmitida. 96% das pessoas que encontram um carrapato e o removem nesse intervalo de tempo não são infectadas.

4. Conheça os sinais da picada de carrapato

Se você foi picado ou suspeita que está com a doença, procure um médico para uma dose de antibióticos. Estudos revelam que uma única dose de 200 mg de doxiciclina, até três dias da remoção do carrapato, reduz o risco da forma grave da doença em 87%. Esse tratamento ajuda a prevenir a infecção, mas alguns especialistas recomendam o tratamento de longo prazo mesmo que a infecção potencial seja diagnosticada precocemente.