Uma única doação de sangue pode ajudar a salvar até quatro vidas. Veja como é feito o procedimento, quem pode doar e mais.
Rayane Santos | 24 de Julho de 2021 às 17:00
Os hospitais precisam de milhares de doações de sangue para viabilizar diversos procedimentos médicos. No Brasil, em média, menos de 2% da população doa sangue, embora a OMS recomende que pelo menos 3% da população seja de doadores regulares. Por isso, é muito importante se manter informado sobre esse assunto. A seguir, veja como é feita a doação de sangue, quem pode doar e mais.
O processo de doação de sangue é bastante simples. Ao chegar ao posto de coleta, o doador fará seu cadastro e, depois, será encaminhado para uma triagem clínica a fim de saber se está apto ou não para doar. Se a pessoa se encaixar nos requisitos necessários, irá para a coleta de sangue.
Em uma doação, são colhidos cerca de 450 a 550 ml de sangue. As mulheres têm, em média, 4,5 litros de sangue e os homens, 5,6 litros. Sendo assim, o volume de sangue doado não ultrapassa 10% do total. Após a coleta, o doador recebe um lanche leve.
É importante seguir todas as orientações recebidas na ocasião. Os doadores devem repor o líquido bebendo muita água e sucos. Além disso, devem evitar beber álcool, fumar e fazer atividade física nas 12 horas que precedem a doação.
Mulheres podem doar sangue a cada intervalo de 90 dias, podendo fazer até 3 doações por ano. Homens podem fazer até 4 doações por ano, aguardando 60 dias de intervalo.
Para a doação de sangue é necessário:
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Não poderá doar sangue quem:
Além desses, existem outros casos que impedem a doação de sangue, como o uso de alguns medicamentos específicos ou a realização de determinados procedimentos médicos. Para obter mais informações sobre os critérios para doação, acesse o Portal do Ministério da Saúde.
As plaquetas são os menores elementos entre as células do sangue e têm papel importante na hemostasia, uma série de processos que mantêm o sangue circulando, agrupando-se para formar uma barreira física e impedir sua perda.
Pacientes com baixo número de plaquetas são propensos a equimoses e hemorragia interna, e, em casos graves, podem literalmente sangrar até a morte.
A maioria das doações de plaquetas é usada para evitar o sangramento em pacientes com incapacidade temporária de produzir suas próprias plaquetas; como aqueles que têm câncer ou leucemia, ou em pacientes com doenças autoimunes nas quais as plaquetas são destruídas pelo próprio sistema.
É comum que os pacientes recebam as chamadas “doações de sangue total”, nas quais plaquetas de três doações diferentes são reunidas em uma bolsa.
Em geral, centros que promovem a doação de sangue também realizam a coleta de plaquetas. Os processos de doação de plaquetas e de sangue são bastante parecidos. Para saber mais acerca desse processo, acesse a página do Instituto Nacional de Câncer – INCA.
Existem vários sistemas para identificar diferentes grupos sanguíneos. O sistema ABO é o mais conhecido e o mais importante no que se refere à doação de sangue. Nele, o tipo sanguíneo de cada pessoa é determinado geneticamente, e o seu tipo, A, B, AB ou O, depende dos tipos sanguíneos de seus pais.
Nem todos os tipos sanguíneos são compatíveis, e a sua mistura pode causar aglutinação do sangue. Em geral, a pessoa desenvolve anticorpos contra os antígenos que não possui. Assim, se uma pessoa tiver antígenos tipo A na superfície das hemácias, terá anticorpos contra o tipo B (aglutininas anti-B) no plasma.
Caso receba transfusão de sangue tipo B, os anticorpos começarão a destruir as hemácias transfundidas, possibilitando consequências fatais. Por isso, o sangue do grupo A nunca deve ser administrado em alguém do grupo B.
As pessoas com sangue do tipo A não podem receber sangue do tipo B e vice-versa. As que têm tipo O são doadoras universais, pois não há antígenos a serem atacados.
As pessoas do grupo AB são os melhores receptores, pois não têm anticorpos contra outros tipos sanguíneos. Veja a compatibilidade de tipos sanguíneos abaixo.
A política de seleção de doadores busca proteger a saúde de doadores e receptores, com diretrizes específicas de seleção. Antes da doação, é feita uma triagem, na qual o doador deve responder a uma série de questões para saber se está apto a doar.
Se há preocupação com a saúde de um doador ou de um possível receptor, o doador pode ser excluído permanentemente ou afastado por um período definido.
Em suma, a doação de sangue não envolve grandes riscos. Na verdade, a maioria das pessoas se sente bem ao fazê-la. Teoricamente, poderia causar anemia, mas o nível de hemoglobina é determinado antes de cada doação.
Algumas pessoas têm medo de contrair infecções ao doarem sangue, mas o equipamento usado (agulhas e tubo) é estéril e novo. A chance de contrair uma infecção é quase nula.