Você sabia que o Brasil possui o maior sistema gratuito de transplantes de órgãos do mundo?

No Brasil, cerca de 96% dos procedimentos de doação de órgãos que ocorrem são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Veja como ser um doador!

Julia Monsores | 27 de Setembro de 2019 às 11:00

- vchal/iStock

No Brasil, cerca de 96% dos procedimentos de transplantes, feitos por meio de doação de órgãos, são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes recebem toda a assistência, como exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos, de forma gratuita e integral. De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Brasil vive um momento histórico de crescimento de número de doadores. Entretanto, mesmo com o número de doares aumentando, a fila de espera de quem necessita de um órgão ainda é consideravelmente expressiva.

Dessa forma, o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado todos os anos em 27 de setembro, surge no intuito de sensibilizar as pessoas acerca da importância deste ato para salvar a vida de milhares de pessoas. 

Confira também: Dia Nacional das Doenças raras – conheça e saiba como ajudar!

Como ser um doador de órgãos?

A legislação brasileira regulamenta a prática de doação de órgãos no Brasil. Até o ano 2000, a manifestação do interesse em ser um doador de órgãos vinha expressa na carteira de identidade. Porém, essa medida foi revogada. 

Atualmente, a retirada dos órgãos e tecidos de doares falecidos só pode ser feita após autorização dos membros da família. De acordo com a legislação, a autorização “dependerá do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.”

O doador deve ter sofrido morte encefálica ou parada cardíaca. Isto é, ter todas suas funções neurológicas suspensas de forma irreversível.

Além disso, pessoas vivas também podem ser doadoras de órgãos, desde que não prejudiquem suas funções vitais. Dessa forma, podem doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e medula óssea. 

Confira algumas histórias marcantes sobre doação de órgãos:

Uma família em busca de sua dádiva rara

"Eu estava com três meses da gravidez de gêmeos idênticos quando soubemos, meu marido Ross e eu, que um deles tinha um defeito congênito fatal. Nosso filho Thomas tinha anencefalia, ou seja, seu crânio e seu cérebro não se formaram direito. Bebês com esse diagnóstico costumam morrer no útero ou minutos, horas ou poucos dias depois de nascerem. Seis meses depois, os gêmeos nasceram, os dois vivos. Thomas resistiu por seis dias. Callum era saudável, e Ross e eu continuamos a vida da melhor maneira que pudemos. Tínhamos um menino para criar. Ross e eu tínhamos decidido doar à ciência os órgãos de Thomas. Embora sua morte fosse inevitável, achamos que talvez pudesse ser produtiva. Soubemos que, como nasceria pequeno demais para se qualificar para transplantes, ele seria um bom candidato para pesquisas. Conseguimos doar o fígado, o sangue do cordão umbilical, as retinas e as córneas. top da genética”. As mudanças epigenéticas podem determinar quais genes são ativados ou desativados e são uma das razões pelas quais gêmeos idênticos podem ser diferentes. O sangue do cordão umbilical de nossos gêmeos ajudou os pesquisadores a estabelecer uma referência para conhecer melhor o desenvolvimento da anencefalia."

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História real: corações para uma família 

"O jazigo foi preparado, o testamento assinado, a extrema-unção ministrada pelo sacerdote da família. Em 6 de maio de 1997, todas as providências para a morte de John McBride tinham sido tomadas. Exatamente 68 anos, nove meses e 15 dias antes ele nascera em Toronto, no Canadá, o caçula de cinco filhos. Agora apresentava insuficiência cardíaca em estado terminal. Precisaria de um milagre para sobreviver àquela noite. Com todas as opções exauridas, os médicos só tentavam tornar mais confortáveis as últimas horas de John. Um assistente social lhe fez uma visita, mas constatou que John não precisava de ajuda; já aceitara o seu destino. Então, de repente, por volta das 20 horas, o Dr. Robert James Cusimano, que cuidava de seu caso, entrou no quarto de John. – Quer um transplante? – perguntou o cirurgião cardíaco. – Quero, sim – sussurrou John. – Acho que temos um para você – disse Cusimano. O coração de um doador de 50 anos acabara de ser disponibilizado. Não é comum aproveitarem órgãos de pessoas com mais de 40 anos, mas de vez em quando acontece. Aparentemente sem muito a ganhar, mas nada a perder, John concordou. Para continuar acompanhando essa história, clique aqui!

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