Dislalia é um distúrbio que afeta a fala e é caracterizada pela dificuldade em articular palavras, provocando a omissão ou a troca de letras.
Douglas Ferreira | 17 de Julho de 2021 às 18:00
É bastante comum que, durante a fase escolar, pais e professores notem o surgimento de problemas relacionados ao processo de aprendizagem da criança. Um dos distúrbios mais identificados durante o período da alfabetização é a dislexia. No entanto, há um outro distúrbio que também pode atrapalhar o processo de aprendizagem e que é menos conhecido, a dislalia.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-5), a dislalia é caracterizada como um distúrbio do neurodesenvolvimento, situado no quadro de transtornos da comunicação. Trata-se de um distúrbio que afeta a fala e é caracterizado pela dificuldade em articular palavras, provocando a omissão ou a troca de letras.
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A dislalia é facilmente reconhecível pois a criança não consegue articular e pronunciar algumas palavras corretamente, o que pode acarretar futuramente em erros de escrita e leitura, por exemplo. Essa dificuldade em pronunciar alguns fonemas é considerada comum até os 5 anos de idade. Contudo, quando o quadro persiste após essa fase, é importante que os pais consultem um pediatra, otorrino ou fonoaudiólogo.
Caso a escola note que a dificuldade na fala possa estar atrapalhando o rendimento escolar, é importante que o psicopedagogo entre em ação. Esse profissional investigará, com o auxílio de uma equipe multidisciplinar, se a dificuldade de aprendizado está relacionada à dislalia ou a alguma outra questão, como o bullying por exemplo, e irá propor ações que auxiliem a criança em seu desenvolvimento.
Assim como as demais questões que envolvem dificuldades de aprendizado, a dislalia está relacionada a vários fatores que podem ser de ordem psicogênica, orgânica, específica ou ambientais.
Segundo especialistas, a dislalia é o transtorno de linguagem mais simples de se identificar. Isso porque a pessoa com dislalia, como explicado anteriormente, pronuncia determinadas palavras de maneira errada, omitindo, trocando, transpondo, distorcendo ou acrescentando fonemas ou sílabas a elas. É bastante comum que crianças com dislalia troquem o C pelo T ou o R pelo L, por exemplo. Contudo, a dislalia pode ser caracterizada de quatro formas diferentes, sendo as mais comuns a orgânica e a funcional.
O tratamento da dislalia irá variar de acordo com a causa do problema e da necessidade de cada criança ou adulto. Normalmente é feito com o auxílio de um fonoaudiólogo (para tratar do distúrbio em si) e psicopedagogo (para auxiliar nas questões de aprendizado). Costuma consistir em exercícios simples por meio dos quais se treinam os movimentos do órgão afetado – normalmente a língua –, para melhorar a fala e estimular a capacidade de elaborar frases.
Em alguns casos mais específicos, como crianças com lábio leporino, por exemplo, é preciso também a intervenção cirúrgica.
Além disso, caso a origem da dislalia seja algum problema neurológico ou emocional, o tratamento também deve incluir um psicólogo.
É muito importante que os pais participem do tratamento e não estimulem a pronúncia errada de palavras. Isso porque o exemplo familiar é muito importante para o desenvolvimento da criança. Caso seu filho faça uma pronúncia incorreta, corrija-o sutilmente, sem pressioná-lo, repetindo a palavra de forma correta, estimulando a pronúncia.
Atenção!
É importante lembrar que esta matéria tem caráter informativo e não substitui a consulta médica especializada. Caso suspeite de algum problema de saúde, seja ele físico ou emocional, não hesite em procurar ajuda de um profissional qualificado.