Dieta low carb pode aumentar risco de câncer colorretal que vitimou Preta Gil, aponta estudo

Pesquisadores alertam que a dieta low carb, muito popular, pode ser arriscada para a saúde.

Thyago Soares e atualizado por Douglas Ferreira | 12 de Março de 2025 às 13:00

Alimentação impacta diretamente na saúde do corpo. - Olga Buntovskih / iStock

Você sabia que a dieta low carb, muito adotada por quem quer emagrecer rapidamente, pode estar associada a um maior risco de desenvolver câncer colorretal? Um estudo recente publicado na Nature Microbiology revelou que esse tipo de deita, quando pobre em fibras, pode favorecer o crescimento de bactérias nocivas no intestino. Essa condição cria um ambiente propício para o surgimento de pólipos, que podem evoluir para o câncer que vitimou a cantora Preta Gil.

Para entender melhor essa relação entre a dieta low carb e o câncer colorretal, leia a nossa matéria até o final que vamos explicar tudo para você!

Qual a relação da dieta low carb e o câncer colorretal?

Segundo um ensaio científico publicado em março na renomada revista Nature Microbiology, a dieta low carb pode sim ser eficaz na hora de perder peso, mas isso é uma faca de dois gumes.

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Para investigar como a dieta restritiva pode influenciar no desenvolvimento do câncer colorretal, os pesquisadores responsáveis analisaram três tipos de dietas e como cada uma influenciava o risco de desenvolvimento do câncer colorretal: uma dieta tradicional, uma dieta com restrição de carboidratos e uma dieta no modelo ocidental, caracterizada pelo alto consumo de gorduras e açúcares.

De acordo com os estudos, uma cepa específica da bactéria E. coli, que é facilmente encontrada no trato intestinal, quando combinada com uma dieta de baixo carboidrato e com restrição de fibras solúveis, favorece o desenvolvimento de pólipos no cólon, que podem ser etapas iniciais do câncer.

Como a dieta low carb influencia o câncer colorretal?

“O câncer colorretal sempre foi considerado como sendo causado por uma série de fatores diferentes, incluindo dieta, microbioma intestinal, ambiente e genética”, disse em comunicado à imprensa o autor do estudo, Alberto Martin, professor e titular da Cátedra Sanofi Pasteur em Imunologia Humana na Faculdade de Medicina de Temerty. 

Ainda de acordo com o pesquisador, a questão que motivou os cientistas a seguirem nessa pesquisa foi a dúvida do quanto a dieta pode influenciar na capacidade de determinadas bactérias a causar o câncer colorretal.

O estudo ainda revelou que a falta de fibras na alimentação eleva a inflamação intestinal e altera a composição dos micróbios que habitam esse sistema. Esse desequilíbrio gerava um ambiente favorável para o crescimento da E. coli produtora de colibactina no intestino.

Além da dieta low carb: outros fatores de risco para o câncer de intestino

Embora a dieta seja um fator importante, o câncer colorretal é multifatorial. É essencial estar ciente de outros elementos que podem aumentar o risco:

O que você pode fazer para prevenir o câncer de cólon?

A prevenção é a melhor estratégia contra o câncer colorretal. Além de estar atento à sua dieta, considere as seguintes recomendações:

  1. Aumente o consumo de fibras: as fibras são essenciais para a saúde intestinal. Sendo assim, é importante incluir a quantidade adequada no seu dia a dia. Alguns alimentos como frutas (com casca, se possível), vegetais (folhas, legumes como brócolis, cenoura), grãos integrais (aveia, arroz integral, pão integral) e leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico) são boas fontes de fibras.
  2. Mantenha um peso saudável: como explicado mais acima, a obesidade é um dos principais fatores de risco. Sendo assim, manter o acompanhamento com um nutricionista é fundamental para saber se você está com um peso saudável.
  3. Pratique atividade física regularmente: o movimento ajuda a manter o intestino saudável.
  4. Evite alimentos processados e ultraprocessados: reduza o consumo de embutidos, refrigerantes e produtos industrializados. Apesar de saborosos e práticos, esses alimentos podem contribuir para o surgimento da doença.
  5. Modere o consumo de carne vermelha: a carne vermelha em si não é problema; o problema está no consumo em excesso dela. Se você é do tipo que não consegue comer uam refeição sem carne, tente dar preferência a fontes de proteína magra.
  6. Realize exames de rastreamento: a colonoscopia é fundamental para detectar pólipos e lesões precocemente. Converse com seu médico sobre a idade ideal para iniciar o rastreamento, especialmente se houver histórico familiar.
  7. Hidrate-se bem: beba bastante água ao longo do dia para auxiliar o trânsito intestinal.

A dieta low carb, embora eficiente, pode trazer riscos sérios quando feita sem orientação. Procure sempre um nutricionista e aposte em equilíbrio, especialmente no consumo de fibras. Quer saber quais alimentos ajudam a prevenir o câncer? Clique aqui e veja nossa lista completa.

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