A cólica menstrual afeta praticamente todas as mulheres em período reprodutivo. Conheça dicas simples que podem ajudar no alívio das dores.
Redação | 29 de Junho de 2022 às 17:30
A dismenorreia, conhecida popularmente como cólica menstrual, afeta praticamente todas as mulheres em período reprodutivo. Trata-se de uma dor no baixo ventre que ocorre durante a menstruação, e pode vir acompanhada de diversos sintomas como náusea, diarreia, dor de cabeça e, em alguns casos, até desmaio.
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A intensidade da cólica varia de mulher para mulher e depende de diversos fatores que vão desde a sensibilidade à dor até a questões que envolvam o próprio útero.
A cólica menstrual (dismenorreia) pode ser dividida entre os graus primário e secundário.
A dismenorreia primária é a mais comum e ocorre quando há um aumento das prostaglandinas, o que faz o útero contrair-se para eliminar o endométrio (camada mais interna do útero que reveste o órgão, local onde acontece a implantação do embrião) através da menstruação. Trata-se de um processo que faz parte de um ciclo menstrual saudável.
Já a cólica menstrual considerada de nível secundário, caracteriza-se pela alteração inflamatória deste processo natural do corpo feminino, e é conhecida por despertar dores mais intensas. Não é um processo natural, é causada por alguma alteração no organismo. Esses incômodos mais graves geralmente são sintomas de doenças como endometriose, miomas, tumores pélvicos, estreitamento do canal do útero, entre outras.
De acordo com o Dr. Fernando Prado, médico, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, as mulheres devem estar atentas ao nível das dores durante o período menstrual.
“Quando a dor é incapacitante, ou seja, impede que a mulher exerça suas atividades habituais, como trabalhar, ir à escola, praticar atividades físicas ou ter relações sexuais, devemos ter atenção especial para a endometriose e fazer uma investigação mais pormenorizada”, aconselha o especialista.
A pergunta acima é uma das que mais despertam o interesse das mulheres quando o assunto é cólica; enquanto algumas sofrem bastante, outras parecem não ter problemas durante a menstruação. De acordo com o Dr. Fernando Prado, a resposta para essa pergunta é muito simples: sensibilidade à dor.
“Isso acontece por causa de algo que conhecemos como ‘limiar de dor’, ou seja, para o mesmo estímulo doloroso, as pessoas podem sentir intensidades diferentes, maiores ou menores. Do ponto de vista prático, podemos chamar de sensibilidade: algumas mulheres podem ser mais sensíveis às cólicas do que outras e isso é perfeitamente normal”, explica o ginecologista. Entretanto, a diferença está exatamente na causa das dores. “Se forem aderências na pelve ou endometriose, as dores podem ser realmente mais intensas”, conclui o Dr. Fernando Prado, especialista em reprodução humana.
Os principais sintomas são dores na região chamada de baixo ventre, que podem irradiar para as costas e membros inferiores. Algumas mulheres podem também ter enxaquecas associadas ao período menstrual.
Nos casos de dismenorreia mais grave, são relatados sintomas como dor aguda e constante, com algumas pausas entre o pico mais alto da dor, inchaço do abdômen e das mamas, sensação de intestino solto, ou o contrário com a prisão de ventre. Além disso, náusea e vômito também são sintomas comuns.
De acordo com o ginecologista Dr. Fernando Prado, as mulheres que sofrem com o estágio secundário da dismenorreia podem ficar tranquilas, pois existem muitos remédios e opções alternativas para o alívio das dores menstruais.
O tratamento consiste em oferecer uma melhor qualidade de vida, buscando reduzir as causas que provocam o desconforto da cólica.
“Geralmente focamos nos medicamentos anti-inflamatórios ou nos chamados de anti-fibrinolíticos. Ambos podem reduzir o volume de sangramento menstrual e as cólicas, melhorando bastante o dia a dia da mulher. Também podem ser usados alguns hormônios, como pílulas anticoncepcionais, visando reduzir o fluxo menstrual ou mesmo deixar a mulher sem menstruação por algum tempo”, esclarece o médico.
É importante ressaltar que os medicamentos focados no grau primário das cólicas, ou seja, as dores que são causadas pelo movimento natural do endométrio, são formas paliativas de lidar com o incômodo. Para mulheres que sofrem com dores intensas, é aconselhável ir ao ginecologista para realizar uma avaliação antes de iniciar um tratamento medicamentoso.
Além dos remédios especializados para a dismenorreia, existem outras alternativas para melhorar o desconforto causado pelo distúrbio. Por isso, separamos 7 dicas para aliviar a cólica menstrual.
Uma das dicas que o ginecologista Dr. Fernando Prado costuma dar às suas pacientes é aplicar bolsas com água quente na região pélvica.
“As famosas bolsas de água morna na região pélvica também podem dar uma grande ajuda e são uma maneira simples de aliviar as cólicas quando não se tem medicamentos à mão ou não se quer usá-los”, diz o doutor. O calor promove o relaxamento dos músculos do útero, além de estimular a circulação de sangue na região abdominal.
Realizar exercícios aeróbicos ajudam muito a reduzir as dores durante o período menstrual. Além disso, a prática diária de atividades físicas libera endorfinas, os hormônios responsáveis pela sensação de prazer. Essas substâncias costumam ajudar na diminuição das dores.
Está mais do que comprovado que uma alimentação saudável e balanceada pode ajudar muito no tratamento e na prevenção de inúmeras doenças. No caso da dismenorreia, alimentos como salmão, atum, sardinha, castanhas, nozes e frutas vermelhas ajudam muito no alívio das dores.
Alimentos ricos em gorduras, como os famosos hambúrgueres, batata frita e frituras em geral impedem a absorção da substância do magnésio, que auxilia no alívio de dores.
Outra bebida muito popular também deve ser evitada: o café. Segundo a nutricionista Simone Getz, especialista em cólica menstrual e endometriose, a cafeína estimula os movimentos peristálticos, acentuando as contrações dos músculos do baixo-ventre e, portanto, intensificando as cólicas menstruais. O café preto e refrigerantes à base de cola também impedem o alívio das dores durante a menstruação.
Hidratar-se ajuda na redução do inchaço corporal causado pelos hormônios liberados durante o ciclo menstrual e estimula a circulação do sangue em todo o corpo. A quantidade ideal é de 2 litros de água por dia, mas incluir alimentos ricos em água na dieta, como a melancia por exemplo, também são uma boa opção.
Além de relaxar, a massagem e a acupuntura podem ajudar muito no alívio das dores menstruais. Ao estimular a circulação sanguínea, as terminações sensoriais da pele são ativadas e podem reduzir a sensação de dor. Na acupuntura, o processo tem resultados positivos ao atingir o Sistema Nervoso Simpático, reduzindo a sua percepção e estimulando o Sistema Nervoso Parassimpático, que atua diretamente na sensação de irritabilidade causada pela dor.
Atenção: Esta matéria tem como objetivo fornecer ao leitor informações úteis sobre saúde e bem-estar. Portanto, a leitura deste texto não deve substituir o aconselhamento médico profissional. Consulte um especialista sempre que suspeitar que algo possa estar errado com a sua saúde.