A cólica menstrual afeta praticamente todas as mulheres em período reprodutivo. Conheça dicas simples que podem ajudar no alívio das dores.
A dismenorreia, conhecida popularmente como cólica menstrual, afeta praticamente todas as mulheres em período reprodutivo. Trata-se de uma dor no baixo ventre que ocorre durante a menstruação, e pode vir acompanhada de diversos sintomas como náusea, diarreia, dor de cabeça e, em alguns casos, até desmaio.
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A intensidade da cólica varia de mulher para mulher e depende de diversos fatores que vão desde a sensibilidade à dor até a questões que envolvam o próprio útero.
Tipos de cólica menstrual
A cólica menstrual (dismenorreia) pode ser dividida entre os graus primário e secundário.
A dismenorreia primária é a mais comum e ocorre quando há um aumento das prostaglandinas, o que faz o útero contrair-se para eliminar o endométrio (camada mais interna do útero que reveste o órgão, local onde acontece a implantação do embrião) através da menstruação. Trata-se de um processo que faz parte de um ciclo menstrual saudável.
Já a cólica menstrual considerada de nível secundário, caracteriza-se pela alteração inflamatória deste processo natural do corpo feminino, e é conhecida por despertar dores mais intensas. Não é um processo natural, é causada por alguma alteração no organismo. Esses incômodos mais graves geralmente são sintomas de doenças como endometriose, miomas, tumores pélvicos, estreitamento do canal do útero, entre outras.
De acordo com o Dr. Fernando Prado, médico, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, as mulheres devem estar atentas ao nível das dores durante o período menstrual.
“Quando a dor é incapacitante, ou seja, impede que a mulher exerça suas atividades habituais, como trabalhar, ir à escola, praticar atividades físicas ou ter relações sexuais, devemos ter atenção especial para a endometriose e fazer uma investigação mais pormenorizada”, aconselha o especialista.
Por que nem todas as mulheres sofrem com a cólica menstrual?
A pergunta acima é uma das que mais despertam o interesse das mulheres quando o assunto é cólica; enquanto algumas sofrem bastante, outras parecem não ter problemas durante a menstruação. De acordo com o Dr. Fernando Prado, a resposta para essa pergunta é muito simples: sensibilidade à dor.
“Isso acontece por causa de algo que conhecemos como ‘limiar de dor’, ou seja, para o mesmo estímulo doloroso, as pessoas podem sentir intensidades diferentes, maiores ou menores. Do ponto de vista prático, podemos chamar de sensibilidade: algumas mulheres podem ser mais sensíveis às cólicas do que outras e isso é perfeitamente normal”, explica o ginecologista. Entretanto, a diferença está exatamente na causa das dores. “Se forem aderências na pelve ou endometriose, as dores podem ser realmente mais intensas”, conclui o Dr. Fernando Prado, especialista em reprodução humana.
Sintomas da cólica menstrual
Os principais sintomas são dores na região chamada de baixo ventre, que podem irradiar para as costas e membros inferiores. Algumas mulheres podem também ter enxaquecas associadas ao período menstrual.
Nos casos de dismenorreia mais grave, são relatados sintomas como dor aguda e constante, com algumas pausas entre o pico mais alto da dor, inchaço do abdômen e das mamas, sensação de intestino solto, ou o contrário com a prisão de ventre. Além disso, náusea e vômito também são sintomas comuns.
Tratamento
De acordo com o ginecologista Dr. Fernando Prado, as mulheres que sofrem com o estágio secundário da dismenorreia podem ficar tranquilas, pois existem muitos remédios e opções alternativas para o alívio das dores menstruais.
O tratamento consiste em oferecer uma melhor qualidade de vida, buscando reduzir as causas que provocam o desconforto da cólica.
“Geralmente focamos nos medicamentos anti-inflamatórios ou nos chamados de anti-fibrinolíticos. Ambos podem reduzir o volume de sangramento menstrual e as cólicas, melhorando bastante o dia a dia da mulher. Também podem ser usados alguns hormônios, como pílulas anticoncepcionais, visando reduzir o fluxo menstrual ou mesmo deixar a mulher sem menstruação por algum tempo”, esclarece o médico.
É importante ressaltar que os medicamentos focados no grau primário das cólicas, ou seja, as dores que são causadas pelo movimento natural do endométrio, são formas paliativas de lidar com o incômodo. Para mulheres que sofrem com dores intensas, é aconselhável ir ao ginecologista para realizar uma avaliação antes de iniciar um tratamento medicamentoso.
Como aliviar a cólica menstrual com métodos caseiros
Além dos remédios especializados para a dismenorreia, existem outras alternativas para melhorar o desconforto causado pelo distúrbio. Por isso, separamos 7 dicas para aliviar a cólica menstrual.
1. Bolsas de água morna
Uma das dicas que o ginecologista Dr. Fernando Prado costuma dar às suas pacientes é aplicar bolsas com água quente na região pélvica.
“As famosas bolsas de água morna na região pélvica também podem dar uma grande ajuda e são uma maneira simples de aliviar as cólicas quando não se tem medicamentos à mão ou não se quer usá-los”, diz o doutor. O calor promove o relaxamento dos músculos do útero, além de estimular a circulação de sangue na região abdominal.
2. Praticar exercícios
Realizar exercícios aeróbicos ajudam muito a reduzir as dores durante o período menstrual. Além disso, a prática diária de atividades físicas libera endorfinas, os hormônios responsáveis pela sensação de prazer. Essas substâncias costumam ajudar na diminuição das dores.
3. Alimentos anti-inflamatórios
Está mais do que comprovado que uma alimentação saudável e balanceada pode ajudar muito no tratamento e na prevenção de inúmeras doenças. No caso da dismenorreia, alimentos como salmão, atum, sardinha, castanhas, nozes e frutas vermelhas ajudam muito no alívio das dores.
4. Evite comer gorduras e frituras
Alimentos ricos em gorduras, como os famosos hambúrgueres, batata frita e frituras em geral impedem a absorção da substância do magnésio, que auxilia no alívio de dores.
5. Diminua a cafeína
Outra bebida muito popular também deve ser evitada: o café. Segundo a nutricionista Simone Getz, especialista em cólica menstrual e endometriose, a cafeína estimula os movimentos peristálticos, acentuando as contrações dos músculos do baixo-ventre e, portanto, intensificando as cólicas menstruais. O café preto e refrigerantes à base de cola também impedem o alívio das dores durante a menstruação.
6. Beber muita água
Hidratar-se ajuda na redução do inchaço corporal causado pelos hormônios liberados durante o ciclo menstrual e estimula a circulação do sangue em todo o corpo. A quantidade ideal é de 2 litros de água por dia, mas incluir alimentos ricos em água na dieta, como a melancia por exemplo, também são uma boa opção.
7. Terapias alternativas
Além de relaxar, a massagem e a acupuntura podem ajudar muito no alívio das dores menstruais. Ao estimular a circulação sanguínea, as terminações sensoriais da pele são ativadas e podem reduzir a sensação de dor. Na acupuntura, o processo tem resultados positivos ao atingir o Sistema Nervoso Simpático, reduzindo a sua percepção e estimulando o Sistema Nervoso Parassimpático, que atua diretamente na sensação de irritabilidade causada pela dor.
Atenção: Esta matéria tem como objetivo fornecer ao leitor informações úteis sobre saúde e bem-estar. Portanto, a leitura deste texto não deve substituir o aconselhamento médico profissional. Consulte um especialista sempre que suspeitar que algo possa estar errado com a sua saúde.