O Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla é celebrado desde 2006. Conheça as causas e os sintomas da doença.
Douglas Ferreira | 30 de Agosto de 2020 às 09:00
O Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla foi criado em 2006 para informar à população e dar mais visibilidade à doença e aos seus portadores. O dia 30 de agosto foi escolhido em homenagem a Ana Maria Levy, fundadora da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), nascida nessa data.
Estima-se que, atualmente, cerca de 35 mil brasileiros convivam com a esclerose múltipla. Entenda a doença e saiba quais são os sintomas.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica. Muitos nervos do sistema nervoso central são circundados por camadas protetoras feitas de uma substância chamada mielina. Em pessoas com EM, por motivos desconhecidos, surgem lesões inflamatórias que destroem essas camadas e interferem na transmissão dos impulsos nervosos, podendo causar graus variáveis de incapacidades.
A manifestação da doença varia muito. Enquanto alguns doentes têm crises frequentes com recuperação nos intervalos, conhecida como esclerose múltipla recidivante-remitente (ou recorrente-remitente); em outros os sintomas continuam a se agravar sem recuperação, e o distúrbio é denominado esclerose múltipla progressiva crônica.
A causa da EM ainda é um mistério. É um distúrbio autoimune (quando as células de defesa do organismo atacam o corpo); mas algumas teorias sugerem que pode ser deflagrada por um vírus ou influenciada por fatores ambientais. É interessante notar que a esclerose é muito mais comum em regiões de clima temperado, como o norte da Europa, do que nos trópicos, onde é rara.
Os fatores genéticos também são importantes: o risco de desenvolver esclerose múltipla é maior entre parentes próximos.
Os primeiros sintomas de esclerose surgem em pessoas jovens, após os 20 anos, e dependem dos nervos lesados. Não há uma crise típica – os sintomas podem durar dias ou semanas e depois desaparecer por meses ou anos.
O nervo óptico, que transmite informações visuais dos olhos para o encéfalo, é quase sempre afetado, causando turvação da visão e dolorimento dos olhos. Se houver lesão grave do nervo, pode ocorrer cegueira completa.
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A lesão de nervos em outras partes do encéfalo e da medula pode resultar em fraqueza em qualquer parte do corpo. As pessoas com esclerose múltipla também podem apresentar desequilíbrio e tontura.
Além disso, o envolvimento dos nervos que suprem a bexiga provoca problemas para urinar; como urgência frequente, e, às vezes, até incontinência. Os homens podem ter dificuldade para atingir uma ereção. Muitas pessoas com esclerose também sofrem com fadiga frequente; e, à medida que a doença progride, é comum haver problemas de concentração, memória (sobretudo de curto prazo) e depressão.
O diagnóstico de esclerose múltipla é feito por um neurologista com o auxílio de exames clínicos quando há dois ou mais episódios, com intervalo de algumas semanas, envolvendo diferentes partes do sistema nervoso central.
Em geral, a ressonância magnética mostra áreas anormais no encéfalo, o que pode sugerir esclerose. Também é possível medir como as mensagens seguem ao longo dos nervos, usando testes denominados respostas evocadas visuais.
Apesar dos avanços das pesquisas, ainda não há cura para a esclerose múltipla e os tratamentos disponíveis buscam diminuir a ocorrência das crises e, consequentemente, desacelerar a progressão da doença ao longo dos anos. Os medicamentos prescritos também visam o alívio dos sintomas para a melhora da qualidade de vida do paciente.
Além disso, terapias complementares como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicoterapia exercem papéis fundamentais para ajudar a manter a mobilidade, independência e harmonia mental do paciente.