A tuberculose mata mais de 4 mil pessoas por ano no Brasil, mas tem cura. Saiba quais são os sintomas e formas de prevenção e fique atento!
Hoje, dia 24 de março, é reconhecido como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data foi criada em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem aos 100 anos da descoberta feita pelo médico Robert Koch do micro-organismo causador da tuberculose. O objetivo da data é conscientizar a população mundial sobre a importância da prevenção da tuberculose e do tratamento da doença.
Leia também: Tuberculose: uma emergência mundial
Segundo o Ministério da Saúde, apesar de existir tratamento e cura para a doença, são notificados aproximadamente 70 mil novos casos e cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose todo ano no Brasil.
O que é a tuberculose?
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch que afeta principalmente os pulmões, mas pode atingir outras áreas do corpo, como os ossos.
Tipos de tuberculose
Embora o meio de transmissão da tuberculose seja por vias aéreas, a bactéria que causa a doença pode entrar na corrente sanguínea e infectar outros órgãos. Conheça a seguir os tipos de tuberculose mais comuns:
- Tuberculose pulmonar: essa é a forma mais comum da doença. Ela afeta os pulmões e causa tosse seca, com sangue ou sem, dor e dificuldade de respirar. A tuberculose pulmonar é a que atrai mais atenção das entidades de saúde pública pois, além de ser mais comum, é a principal responsável pela transmissão da doença.
- Tuberculose pleural: esse tipo atinge uma membrana que reveste o pulmão conhecida como pleura. Alguns dos sintomas podem ser, dor na região do tórax, febre, tosse, emagrecimento, perda ou diminuição da força física. Esse tipo de tuberculose é uma das principais causas do derrame pleural.
- Tuberculose ganglionar: comum em pessoas portadoras do vírus HIV, esse tipo afeta principalmente os gânglios (linfonodos) da região do pescoço, área que concentra células de defesa. A tuberculose ganglionar apresenta alguns sintomas que a diferenciam da tuberculose pulmonar, são eles: inchaço dos gânglios, inflamação, vermelhidão e dor no local afetado.
- Tuberculose óssea: acomete a região da coluna vertebral e grandes articulações. Ela pode causar dores na região das costas, febre, emagrecimento, fraqueza muscular, dor óssea, limitação dos movimentos e atrofia. Quando não é tratada corretamente, a tuberculose óssea pode causar alterações no sistema neurológico.
Sintomas da tuberculose
O principal sintoma da tuberculose é a tosse persistente (seca ou com secreção). Por isso, toda pessoa com tosse por três semanas ou mais deve procurar um médico mesmo que não apresente outros sintomas, já que pode estar transmitindo a doença para as pessoas com quem convive. Os outros sintomas mais comuns são:
- cansaço excessivo;
- febre baixa geralmente no período da tarde;
- suor noturno;
- falta de apetite e emagrecimento rápido;
- rouquidão.
Formas de transmissão da tuberculose
A transmissão da tuberculose é feita de pessoa para pessoa. O infectado expele pequenas gotículas de saliva ao falar ou tossir que podem contaminar outro indivíduo.
Porém, o Mycobacterium tuberculosis é sensível à luz solar e a circulação de ar ajuda a dispersar as gotículas infectantes. Dessa forma, ambientes ventilados e com luz solar diminuem o risco de transmissão.
Prevenção e tratamento
A principal forma de prevenção da tuberculose em crianças é com a vacina BCG, que deve ser dada às crianças ao nascer ou até os 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade.
A vacina BCG protege os pequenos das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea. A vacina é ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) nas unidades básicas de saúde e maternidades.
Já para adolescentes e adultos, o ideal é, além de evitar ambientes fechados sem luz natural direta, obter o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento o mais rápido possível, pois com 15 dias de tratamento o indivíduo não transmite mais a doença.
Apesar disso, o tratamento deve ser feito por no mínimo seis meses, de acordo com a orientação médica. Para não ter complicações futuras, mesmo com o paciente se sentindo bem, o tratamento só termina quando o médico confirmar a cura total.
Plano Brasil livre da tuberculose
Em 2017, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar a tuberculose por meio do “Plano Brasil livre da tuberculose”. Construído pelo Ministério da Saúde, com a participação de gestores estaduais e municipais, academia e sociedade civil, o plano é baseado em três pilares principias:
- Prevenção e cuidado integrado e centrado na pessoa;
- Políticas arrojadas e sistema de apoio;
- Intensificação da pesquisa e inovação.
As metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública são alcançar uma redução de 90% da incidência da tuberculose e uma redução de 95% no número de mortes pela doença no país até 2035, quando comparados aos dados de 2015. Para isso é preciso que o país consiga reduzir o coeficiente de incidência da doença para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e reduzir o número de óbitos pela doença para menos de 230 ao ano, até 2035.
Você pode baixar o PDF e conferir na íntegra o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, clicando aqui!