As mídias estão entre os principais fatores relacionados ao suicídio, veja o que pesquisadora explica sobre essa relação.
Carol Peres | 10 de Setembro de 2024 às 14:50
O Dia de Prevenção ao Suicídio acontece todo ano no dia 10 de setembro, e é um momento muito importante para chamar atenção para esse problema de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde (OMS) defende que as mídias efetuam um papel essencial em evitar mais casos, no entanto pode-se dizer que a relação das redes sociais com a saúde mental é complexa.
Tendo isso em mente, pesquisadores de diferentes áreas da Universidade Federal Fluminense (UFF) estão desenvolvendo um estudo para investigar questões de saúde mental na sociedade contemporânea e já conseguiram alguns resultados interessantes.
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A pesquisa "Mídia, Juventude e suicídio" é um projeto que começou a ser desenvolvido em 2020 e busca entender a relação entre esses três fatores na sociedade contemporânea. Ele é composto por oito pesquisadores que se dedicam a três diferentes eixos com abordagens específicas.
O primeiro eixo se concentra no estudo de relatos de tentativas de jovens através das redes sociais, o segundo analisa produções audiovisuais sobre o suicídio desse público e o terceiro é de oficinas formativas sobre o assunto em sala de aula. Isso é o que explica a professora do Programa de Pós-graduação, do Departamento de Comunicação Social da UFF e coordenadora da pesquisa, Renata Rezende.
Embora o trabalho ainda esteja em desenvolvimento, os resultados já apontam que existe uma espécie de paradoxo entre a relação dos jovens com a mídia e o suicídio.
"Os jovens têm bastante influência dos meios de comunicação hoje em dia, já existia isso anteriormente, é claro, mas hoje existe uma evidência de que os jovens estão muito ligados em diversas mídias que exercem influência sobre a sua formação", explicou Renata.
De acordo com a pesquisadora, são mídias diversas que impactam no bem estar mental e na formação das pessoas, como jogos, filmes, e as redes sociais digitais.
"A gente tem um certo paradoxo porque esse mesmo lugar que pode ser considerado meio tóxico pros jovens, também é um lugar terapêutico muitas vezes. Ali nas redes sociais, às vezes os jovens encontram grupos que tão sentindo a mesma coisa. Então, é interessante essa relação, e por isso é importante a gente estar se debruçando sobre essa ambiência midiática. A gente percebe como que essa influência midiática aumentou em relação aos jovens, e como o jovem de certa forma está vivendo esse paradoxo, entre uma relação mais saudável no uso das mídias e uma relação complexa de não saber lidar com essa influência."
Renata também destaca o fato de que o letramento midiático torna-se mais importante na atualidade, para diminuir os impactos que as mídias possuem na saúde mental. Por fim, é fundamental ressaltar também que quadros graves de transtornos psicológicos podem ser resolvidos e a busca por ajuda é o primeiro passo para encontrar a cura. Por exemplo, você pode utilizar o Centro de Valorização da Vida para receber orientação e apoio emocional gratuito, basta ligar 188 ou acessar o site, que fica disponível 24 horas por dia.
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