Entenda a preocupação por trás da alta na demanda de medicamentos para tratamento de lesões de pele e o que dizem os especialistas.
Thyago Soares | 5 de Dezembro de 2025 às 09:11
A chegada do mês de dezembro traz também a campanha do ‘Dezembro Laranja’, momento do ano no qual os especialistas reforçam a importância da prevenção ao câncer de pele. Esse momento traz um alerta importante sobre os hábitos de proteção da população brasileira após um levantamento revelar que a busca por tratamentos contra lesões precursoras da doença aumentou de forma expressiva, enquanto o consumo de protetor solar segue em queda.
Entre janeiro e outubro de 2025, as vendas do princípio ativo imiquimod,medicamento indicado para o tratamento de lesões que podem evoluir para câncer de pele, cresceram 18,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A maioria dos consumidores é formada por homens, que representam 51,85% dos usuários, com concentração na faixa etária entre 36 e 45 anos.
No sentido oposto, o volume de protetores solares comercializados caiu 29,5% no mesmo período. A retração preocupa especialistas, já que a proteção solar diária é considerada a principal forma de prevenir o câncer de pele, o tipo de tumor mais frequente no Brasil e responsável por mais de 30% de todos os casos de doenças malignas registrados, segundo o Instituto Nacional de Câncer.
Para Wilson de Oliveira Junior, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Epharma, empresa responsável pela pesquisa, esses dados refletem um cenário ambíguo. Ele destaca que a maior procura por tratamentos mostra que mais pessoas estão identificando e cuidando de lesões suspeitas, mas a queda no uso de protetor solar indica que ainda há falhas importantes na prevenção.
O Instituto Nacional de Câncer reforça que prevenir é sempre o melhor caminho e entre as recomendações; estão evitar exposição solar prolongada, principalmente entre 10h e 16h, aplicar filtro solar com FPS 30 ou mais, reaplicar o produto a cada duas horas, usar acessórios de proteção e observar regularmente alterações na pele.
A dermatologista Laura Salles, coordenadora de Dermatologia do Hospital Orizonti, lembra que a radiação ultravioleta é o principal fator de risco para o câncer de pele. Ela ressalta que a proteção deve ser diária, mesmo em dias nublados, e reforça a importância do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de um tratamento eficaz e reduz complicações.
“O câncer de pele é o tipo mais recorrente no Brasil, com os casos de tipo não melanoma correspondendo a cerca de 31,3% dos novos registros, destacando a necessidade de conscientização sobre proteção diária adequada. A radiação UV é o principal agente causador, tornando essencial o uso de filtro solar, mesmo em dias nublados. O diagnóstico precoce, através da observação de manchas ou alterações na pele, aliado a consultas regulares ao dermatologista, é a estratégia mais eficaz para tratamento e prevenção de complicações graves", explica a especialista.
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