Condição comum, mas incômoda, a dermatite seborreica pode provocar descamação e coceira nas partes mais oleosas do corpo. Confira!
Julia Monsores | 16 de Março de 2021 às 17:00
Coceira, manchas vermelhas e descamação podem ser sintomas da dermatite seborreica, um problema de pele de incidência bastante comum aqui no Brasil.
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Costuma afetar, principalmente, o couro cabeludo e as demais regiões oleosas do nosso corpo, como o nariz e o peitoral. Apesar de não trazer nenhum perigo iminente ao paciente, e não ser contagiosa, essa doença pode provocar muitos desconfortos em quem a tem.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a dermatite seborreica acomete cerca de 20% da população mundial. Porém, somente 3% lesões de pele são clinicamente relevantes.
Continue acompanhando esse post para saber:
“A dermatite seborreica é uma inflamação cutânea que acomete alguns locais da face, como sobrancelhas, orelhas e cantos do nariz. Pode acometer também o couro cabeludo — é o que conhecemos como caspa“, explica a Dra. Roberta Almada, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Segundo a especialista, a doença tem períodos de exacerbação e melhora dos sintomas. Ao surgirem pela primeira vez nos indivíduos, esses eczemas tendem a voltar, uma vez que são crônicos. Desse modo, ainda não há uma cura ou tratamento definitivo.
Não há ainda uma explicação definitiva e contundente acerca das causas da dermatite seborreica. A literatura científica tem procurado estabelecer uma possível relação entre a doença com fatores genéticos. Tem-se observado também a relação com agentes externos, como alergias, situações de fadiga ou estresse emocional.
Outro fator que parece desencadear maiores incidências de dermatites seborreicas é a presença de fungos do gênero Malassezia (antigamente chamada de Pityrosporum ovale) nessas regiões, que são favorecidos pelas glândulas sebáceas.
Em indivíduos geneticamente predispostos, observa-se que o sistema imunológico do paciente não lida muito bem com a presença da Malassezia na pele. E assim, desencadeia a inflamação e seus sintomas.
Casquinhas no couro cabelo dos recém-nascidos podem ser motivo de preocupação para mamães e papais. No entanto, vale destacar que essas dermatites seborreicas, conhecida como crosta láctea, são inofensivas e temporárias.
Para retirá-las, recomenda-se lavar a cabeça dos bebês com um shampoo específico a cada 2 ou 3 dias, e penteá-los com uma escova macia. Como a pele do bebê é naturalmente mais sensível, é preciso ter cuidado para não irritar seu couro cabelo, por isso evite movimentos fortes.
Além das placas, que podem ser de diferentes tamanhos e afetar diversas regiões do corpo, a dermatite seborreica também pode trazer outros sintomas.
“Descamação e vermelhidão são os principais e mais relatados sintomas da dermatite seborreica. Em alguns casos pode haver prurido (coceira) e/ou ardor leve ou até mesmo intensa”, explica a Dra. Roberta Almada, que completa dizendo que também é comum que o paciente tenha um aumento de oleosidade na área acometida.
Os sintomas da doença costumam agravar-se em tempo frio e seco. Além disso, alimentos gordurosos e excesso de ingestão de bebidas alcóolicas também agravam o quadro. Se não houver tratamento, pode provocar também a queda de cabelo.
Somente após o diagnóstico feito por um dermatologista é que será definido o tratamento que, embora não cure a doença, pode controlar os seus sintomas.
“O ideal é que o tratamento seja feito de forma precoce, e que o paciente siga todas as medidas definidas. Como por exemplo: aumentar as lavagens, interromper o uso de sprays, pomadas e géis para o cabelo,o uso de chapéus ou bonés”, explica a médica.
Os casos leves, quando observa-se apenas a presença de caspa no couro cabeludo, podem ser controlados com shampoo anticaspa. Além disso, substâncias com ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco e antifúngicos apresentam bons resultados contra a dermatite seborreica.
Embora não haja uma maneira 100% eficaz de prevenir o desenvolvimento ou o reaparecimento da dermatite seborreica, manter os cuidados com a higiene e o uso de shampoo adequados ao tipo de cabelo tornam o tratamento mais fácil.
Além disso, controlar o consumo de alimentos gordurosas, a ingestão de bebida alcóolica e o estresse do dia a dia também pode ajudar. (Confira aqui algumas estratégias para manter o estresse longe)
Fonte: Dra. Roberta Almada (CRM 152.151SP- RQE 64456), dermatologista com atuação em São Paulo e Salvador.