A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, mas outras espécies da família Aedes também podem transmitir.
A dengue é uma doença infecciosa que pode variar de sintomas leves a graves, ocasionando a morte do paciente se não tratada com rapidez e eficácia. Ela é endêmica de climas quentes e úmidos, como grande parte do Brasil e países vizinhos da América do Sul.
A doença é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, mas outras espécies da família Aedes também podem transmitir. Existem cinco tipos do vírus em circulação atualmente – tipo 1, tipo 2, tipo 3, tipo 4 e tipo 5 – mas só os quatro primeiros estão presentes no Brasil. A variedade de tipos não produz diferença na forma como a doença se manifesta, apenas na possibilidade da pessoa ser contaminada novamente por uma outra forma do vírus.
Atualmente, há uma vacina contra a dengue aprovado para uso no Brasil, porém ela está disponível apenas no mercado privado e com restrição de uso. Ela é produzida com o vírus atenuado, significando que não oferece imunidade completa, mas induzindo uma resposta imunológica do corpo e prevenindo as formas mais graves da doença. Para saber mais sobre a vacina da Dengue, veja a matéria produzida pelo G1.
*Atualização: Anvisa aprova primeira vacina contra a dengue
Como é transmitida a dengue
A Dengue é transmitida, principalmente, através da picada do mosquito Aedes aegypti (a mesma espécie que transmite doenças como a Zika e a Chikungunya), contudo apenas as fêmeas transmitem o vírus. No calor, o ciclo de reprodução do mosquito fica mais rápido e, com mais mosquitos no ambiente, o número de casos tende a aumentar.
Normalmente os mosquitos picam durante o dia, no início da manhã, mas isso não quer dizer que a capacidade de transmissão do vírus fica desativada após esse período. A picada do Aedes aegypti pode transmitir a dengue durante o dia todo.
O mosquito adquire o vírus ao picar algum ser humano ou primata infectado pelo vírus. Após isso, ele passa cerca de dez dias com o vírus inoculado no corpo até ser capaz de transmití-lo. É importante destacar que o vírus da dengue não se manifesta no mosquito que serve apenas como hospedeiro, sendo assim, ele não sofre com alterações negativas ou danosas.
Após reproduzir-se, a femêa do Aedes aegypti deposita seus ovos em superfícies com água parada, sempre próximo à atividade humana. Achava-se que era preciso água limpa e parada para ter o ambiente perfeito para a proliferação das larvas, mas descobriu-se que não. O mosquito da dengue também se reproduz com facilidade em esgotos e outras águas turvas.
Embora seja mais raro de acontecer, a transmissão do vírus causador da Dengue também pode ocorrer através da transfusão de sangue. É possível também, ainda que muito raro, infecção direta por contato com outra pessoa infectada pelo vírus. Contudo, é mais provável que o mosquito presente no ambiente tenha contato com a pessoa infectada e transmita para o restante da família.
Quais os sintomas da dengue
Após ser contagiada, a pessoa pode demorar de três a quinze dias para manifestar os sintomas. Contudo, o tempo médio costuma ser de uma semana.
Embora a dengue possa ser assintomática, quando os sintomas se desenvolvem eles podem se apresentar de diferentes maneiras:
- Dengue leve
- Dengue hemorrágica
- Dengue grave
Dengue leve
A mais leve possui como sintomas um quadro clínico similar ao da gripe: dor intensa em músculos e articulações, febre alta, dor de cabeça atrás dos olhos, cansaço, enjoo e vômitos.
Em crianças também há ocorrência de diarreia e garganta inflamada, além de ter um risco maior de complicações.
Dengue hemorrágica
A forma hemorrágica é caracterizada pelo surgimento de erupções ou manchas vermelhas na pele e sangramentos nasais e labiais, após a febre abrandar após os dias iniciais. Nesse momento ocorre a queda da pressão arterial e baixa das plaquetas, além de possíveis sangramento gastrointestinais. Essa fase é mais provável quando o organismo já tem imunidade à dengue, mas não exclui primeiros casos.
De acordo com estudos, organismos já sensibilizados ao vírus podem reagir com uma resposta imunológica “excessiva” em contato com novos tipos. O resultado seria um processo que leva a perda de líquidos e, por consequência, a queda da pressão arterial.
Dengue grave
O terceiro tipo é a forma de dengue mais grave, que tem sintomas cardiorrespiratórios, alterações neurológicas e insuficiência hepática afligindo o paciente. Tonturas também são parte do quadro clínico, assim como outros sintomas ligados à pressão arterial. Ao sentir esses sintomas busque atendimento médico com o máximo de urgência. A dengue pode ser fatal caso não tratada corretamente.
A dengue pode evoluir de uma forma para outra em poucos dias, portanto o retorno para unidade de saúde onde foi atendido e diagnosticado é indicado.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico inicial da dengue é feito de forma clínica, analisando o histórico e exames físicos do paciente. Por ser uma doença que passa por epidemias e tem sintomas característicos, a grande maioria dos casos são identificados já na consulta. Entretanto, também são feitos exames e testes para descartar hipótese de outras doenças.
Os exames de sangue para contagem de plaquetas são um deles, mas esses podem ter alterações que não necessariamente irão refletir o quadro da dengue. Já os laboratoriais são os mais seguros para a confirmação da doença, tanto por isolamento do vírus nos dias iniciais da doença quanto pelo exame sorológico, para detectar anticorpos.
A prova do laço – método realizado restringindo a circulação sanguínea de uma área e contando os pontos vermelhos que surgem – não é confiável como diagnóstico preciso.
É possível pegar dengue mais de uma vez?
Embora não seja possível pegar mais de um tipo de dengue ao mesmo tempo, a reinfecção é possível. Em casos de segunda ou terceira infecção aumenta-se o risco de manifestar uma forma mais grave da doença como a dengue hemorrágica. Entretanto, é possível sofrer com o caso mais severo mesmo sendo a primeira infecção.
Como é o tratamento
Não existe um tratamento específico para a doença, como um antiviral que interrompa o ciclo de vida do vírus. Tratam-se os sintomas com antitérmico e analgésico, além de muita hidratação.
A hidratação intravenosa pode ser indicada para casos mais sérios, em que o quadro de desidratação do paciente está mais agravado. Pessoas com as formas mais agressivas de dengue podem precisar de internação hospitalar ou mesmo na unidade de tratamento intensivo.
O uso do paracetamol é indicado, mas deve ser moderado porque o uso excessivo pode sobrecarregar o fígado. A dipirona é indicada sem limitações, exceto para aqueles que apresentam reações alérgicas.
Entretanto, o uso de medicamentos à base de ácido acetilsalicílico – como a aspirina – devem ser evitados. Eles possuem efeito anticoagulante e podem desencadear ou piorar quadros hemorrágicos no contexto da dengue.
Como prevenir a dengue?
Existem algumas formas conhecidas para prevenir a dengue, mas a principal é evitar o acúmulo de água parada.
Todos os anos, próximo a chegada da temporada de chuvas, as instituições públicas pedem a ajuda da população para vedar ou remover locais propícios para reprodução dos mosquitos, como caixas d’água destampadas, vasos de plantas, pneus e garrafas.
As fêmeas do Aedes aegypti costumam colocar seus ovos milímetros acima da superfície da água, podendo permanecer conservados nesse estado por mais de um ano. Quando a chuva cai ou a água sobe, os ovos eclodem na hora e liberam mais mosquitos.
Portanto, o trabalho não é somente esvaziar reservatórios com água parada, mas limpá-los também. É preciso esfregar bastante as superfícies e colocar uma colher de água sanitária caso retorne a encher com água. A água sanitária também funciona para poças de água parada.
O uso de repelente é uma opção para evitar a picada do mosquito. Existem fórmulas desenvolvidas especialmente contra o mosquito Aedes aegypti. Porém, como nem todas as pessoas têm o costume de aplicar repelente continuamente, foi criado também inseticidas como os da imagem abaixo que podem ser distribuídos pela casa
Atenção:
Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.