Apesar de rara, a demência frontotemporal é uma das mais comuns entre pessoas com menos de 65 anos.
Em 2022, foi revelado que o ator norte-americano Bruce Willis tinha afasia, transtorno que causa dificuldade na linguagem e na fala. Na época muito se especulou sobre a doença do ator, que acabou se aposentando devido ao problema de saúde. Agora, é esclarecido que esses problemas eram apenas os primeiros sinais de uma forma devastadora de demência, a demência frontotemporal.
O que é demência frontotemporal
A demência frontotemporal é um termo generalizado para qualquer doença que cause degeneração do tecido cerebral nas regiões frontal e temporal – na frente e nos lados do cérebro. Embora seja uma doença rara, é uma das causas mais comuns de demência em pessoas com menos de 65 anos.
Também conhecida como doença de Pick, a demência frontotemporal, diferentemente de Alzheimer, tende a se desenvolver lentamente, ao longo de anos, com aparição gradual dos sintomas.
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O que ocorre nos pacientes diagnosticados com esse tipo de demência é um acúmulo de proteínas anormais, que afeta algumas partes do cérebro, levando a mudanças no comportamento, personalidade, fala e movimento.
Sintomas da demência frontotemporal
Os sintomas apresentados da demência frontotemporal dependem de qual região apresenta maior degeneração e, assim, pode-se definir algumas variantes decorrentes da doença.
- Variante comportamental: paciente apresenta mudanças comportamentais, como perda da inibição, falta de dissernimento sobre o que é próprio e impróprio, e alterações na personalidade. Em estágios tardios, a perda de memória também se apresenta pela variante.
- Variante de fala (afasia progressiva primária e semântica): paciente perde a capacidade de compreensão da fala, escrita e comunicação.
Além dessas categorias sintomáticas, alguns pacientes podem apresentar características semelhantes da doença de Parkinson, como lentidão, rigidez e tremor.
Independentemente da variante, as pessoas diagnosticas com demência frontotemporal podem apresentar diversos dos sintomas citados. Isso é acompanhado por uma dificuldade crescente em andar e se mover. Nos estágios avançados da doença, muitos pacientes têm dificuldade até para comer.
Como a demência frontotemporal é diagnosticada
A demência frontotemporal é diagnosticada através de uma combinação de avaliações clínicas, testes neuropsicológicos, exames de imagem e, em alguns casos, análises genéticas.
Inicialmente, um médico especialista em doenças neurológicas pode realizar uma avaliação clínica completa do paciente, incluindo um histórico médico detalhado, um exame físico e uma avaliação neurológica. O médico também pode realizar testes neuropsicológicos para avaliar a função cognitiva do paciente, como a memória, a linguagem e o raciocínio.
Além disso, os exames de imagem, como a ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC), podem ser realizados para ajudar a identificar quais áreas do cérebro estão afetadas e para descartar outras condições que possam estar causando os sintomas.
Por fim, em alguns casos, pode ser recomendada uma análise genética para procurar mutações em genes associados à demência frontotemporal.
Em geral, o diagnóstico da demência frontotemporal pode ser desafiador, já que seus sintomas podem se sobrepor com os de outras condições, como a doença de Alzheimer. Por isso, é importante que o diagnóstico seja feito por um médico especializado em doenças neurológicas.
Como funciona o tratamento para a demência frontotemporal
Não há cura para a demência frontotemporal, mas o tratamento pode ajudar a aliviar alguns dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento é geralmente pensado de acordo com as necessidades individuais do paciente e pode incluir uma combinação de terapias.
Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para ajudar a controlar alguns dos sintomas da demência frontotemporal, como agitação, depressão, ansiedade ou comportamento impulsivo.
A terapia ocupacional, a fisioterapia e a fonoaudiologia contribuem para melhorar a função cognitiva, a comunicação e a independência do paciente.
Especialista também recomendam que o paciente e, principalmente, seus cuidadores frequentem grupos de apoio ou terapia em grupo, para compartilhar experiências e obter suporte emocional.
Em geral, o tratamento da demência frontotemporal é um processo contínuo e pode precisar ser ajustado conforme a doença progride e os sintomas mudam. O importante é que o paciente tenha uma equipe de cuidadores especializados.
Esta matéria tem caráter informativo e não substitui a consulta médica especializada. Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.