Com o pico de coronavírus se aproximando no Brasil, a infectologista Débora Otero fala sobre vacinas, máscaras, luvas e limpeza de ambientes. Veja o vídeo.
Marina Estevão | 30 de Abril de 2020 às 12:00
Os especialistas afirmam que alguns estados do Brasil já estão vivendo o pico da Covid-19 – ou estão bem próximos dele. O pico é o momento em que ocorre um maior número de casos simultanealmente.
Passados dois meses do primeiro caso notificado no Brasil, a Dra. Débora Otero, médica infectologista e membro da diretoria da Associação dos Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar (ABIH), atualiza algumas informações sobre o novo coronavírus.
A Dra. Débora explica que não há um estudo científico que prove que o uso de máscaras tenha impacto na transmissão do coronavírus. Porém, em pessoas assintomáticas, as máscaras serviriam de barreira e seriam uma medida a mais para impedir a transmissão do vírus.
No entanto, ela ressalta que o uso das máscaras “não pode ser feito em detrimento do que já sabemos que funciona e que tem impacto, que é a higienização de mãos com água e sabão de formulação alcoólica, a limpeza de ambientes e o distanciamento social“.
Máscaras do tipo N95 e PFF2 ficam reservadas para profissionais da saúde e ambientes hospitalares.
A menor concentração possível para matar o vírus é de 0,1%, ou seja, caso o produto disponível seja de 1%, ainda é possível diluí-lo até 10 vezes em água normal (9 partes de água e 1 de água sanitária) para a limpeza.
Em relação ao álcool, produtos com 65%, 70%, 90% são soluções adequadas para conseguir fazer a inativação do vírus.
Elas não impedem a transmissão do vírus, já que também podem entrar em contato com mucosas de boca, nariz e olhos.
A utilização de luvas fica estritamente necessária para ambientes de assistência e saúde, como hospitais, laboratórios, clínicas de oncologia e de diálise e, eventualmente, home care.
“O melhor remédio é a prevenção”, explica a Dra. Débora, lembrando da importância de lavarmos as mãos constantemente com água e sabão ou solução alcoólica, limpar o ambiente e adotar o isolamento social como medida.
O exame deve ser feito nos primeiros 7 a 10 dias de doença. É a forma mais específica, mais sensível e mais estudada para detectar a doença.
Outros tipos de exames recentemente liberados pela Anvisa são exames de sorologias. Porém, precisam ser feitos na primeira semana de sintomas. Então, dependendo da fase da doença, é avaliado qual dos dois tipos de exames seja melhor para detectar o vírus.
A médica explica que a vacina da influenza, ou da gripe, previne somente contra o vírus influenza, assim como a vacina antipneumocócica previne infecção pelo pneumococo (bactérias que são uma das principais causas de pneumonia e meningite em adultos, entre outras doenças).
Mas, seriam importantes para evitar coinfecções pelo coronavírus com a influenza (infecção ao mesmo tempo por dois vírus), ou uma pneumonia bacteriana em cima de uma infecção viral por por coronavírus.
A Dra. Débora esclarece que essas vacinas são importantes, principalmente, para idosos e imunossuprimidos, que fazem parte do grupo de risco e possuem maior chance de contraírem a doença com gravidade.
Veja abaixo a explicação da Dra. Débora Otero: