Nada mata mais mulheres e homens brasileiros do que as doenças cardíacas. Saiba como você pode mudar seu estilo de vida e cuidar do coração.
Rayane Santos | 14 de Agosto de 2021 às 17:00
Aos longos dos anos, os estudos acerca do coração avançaram muito. Atualmente, os médicos sabem quais remédios e tratamentos manterão seu colesterol baixo e a sua pressão arterial normal. Os biólogos podem descrever em detalhes o drama bioquímico que bombardeia a placa nas paredes das artérias. Os geneticistas são capazes de identificar exatamente quais pedaços do genoma humano são responsáveis pelo elevado risco de um infarto do miocárdio.
Contudo, ainda hoje, nada mata mais mulheres e homens brasileiros, tanto na idade mais avançada quanto no princípio da vida, do que as doenças cardíacas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares causam duas vezes mais mortes do que todos os tipos de câncer somados. De duas a três vezes mais do que causas externas, como acidentes ou violência. Três vezes mais do que doenças respiratórias. E, ainda, 6,5 vezes mais mortes do que todas as infecções, incluindo a AIDS.
E nada incapacita mais os brasileiros. O infarto do miocárdio é a morte do músculo cardíaco que ocorre depois que um coágulo impede o suprimento sanguíneo. Entre os que sobrevivem a ele, um em cada cinco homens e quase uma em cada duas mulheres vivem o resto da vida com fadiga incapacitante. Além da preocupação com as suas possíveis complicações, como por exemplo a insuficiência cardíaca.
No final, alguns necessitam de transplante e podem morrer esperando por um, enquanto todos aqueles que sobrevivem levam a vida aterrorizados pela perspectiva de que o próximo infarto pode ocorrer a qualquer hora. Dezoito por cento dos homens e 35% das mulheres que sobrevivem ao primeiro infarto do miocárdio sofrem um segundo infarto nos seis anos seguintes.
Apesar de todo o conhecimento, ainda não tratamos nosso coração com o devido respeito. Uma vida feliz e ativa estimula um coração saudável. O modo como vivemos atualmente ameaça nosso coração como nunca. Nossas escolhas alimentares são pouco saudáveis, inundando nossos corpos com os piores tipos de gorduras e carboidratos. Ao mesmo tempo, privando-os das gorduras boas, das fibras e dos antioxidantes vitais para a saúde. E o estresse leva nossos corpos a lidar com níveis altos de hormônios nocivos e nos deixa pouco tempo livre para relaxar.
O músculo cardíaco necessita de um suprimento de sangue rico em oxigênio, distribuído por meio de uma rede de artérias coronárias. Se um coágulo bloqueia uma artéria, ou se o revestimento de uma dessas linhas de suprimento adoece, gerando a placa que reduz o calibre da artéria, o coração sofre uma deficiência de oxigênio.
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O músculo cardíaco privado de oxigênio dói – o que explica a breve dor no peito chamada angina. Ainda pior, a falta de oxigênio pode acarretar o comprometimento do músculo cardíaco, que por sua vez pode levar a casos de insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e até morte.
Os remédios e tratamentos modernos podem oferecer muitos resultados positivos no caso de doenças graves. Entretanto, simples alterações no estilo de vida – incluindo exames preventivos, suplementos naturais, ervas e superalimentos – podem, antes de tudo, reduzir consideravelmente sua chance de desenvolver determinadas doenças.
O colesterol é um composto gorduroso, natural do corpo humano. Quando presente em níveis altos, aumenta o risco de infartos e derrames. Mudar a alimentação e sobretudo fazer mais exercícios pode ajudá-lo a evitar esse problema.
Você pode começar incluindo grãos integrais na forma de cereais (como trigo ou aveia em flocos) ou pão multigrãos ao seu café da manhã. Descobriu-se que os níveis de colesterol são mais altos em adultos que não tomam café da manhã e mais baixos nos que comem um cereal integral. Assim, nunca pule a primeira refeição do dia.
Outra dica valiosa é aumentar a ingestão de frutas e hortaliças frescas. Por exemplo, a maçã é rica em pectina, o que ajuda a reduzir o colesterol. Somado a isso, coma peixes como a cavalinha e o salmão pelos seus benéficos ácidos graxos, como ômega 3, que ajudam a reduzir o colesterol. Prefira carnes magras, apare qualquer gordura visível e remova a pele do frango antes de cozinhá-lo.
A hipertensão é uma doença que ataca os vasos sanguíneos, levando o sangue a fazer demasiada pressão ao circular pelas artérias do corpo. Quando não controlada, ela pode levar ao acúmulo de placas nas paredes das artérias, com obstrução do fluxo de sangue, chamado de aterosclerose. Quando isso ocorre no coração, há grande aumento das chances de infarto do miocárdio.
Em primeiro lugar, discuta com o médico a possibilidade de alterações no estilo de vida, como fazer mais exercícios, beber menos álcool e parar de fumar, para diminuir ou eliminar a dependência de medicamentos para hipertensão.
Somado a isso, você pode refletir sobre tornar-se vegetariano. De um modo geral, os vegetarianos tendem a ter a pressão arterial mais baixa e menos riscos de doenças cardiovasculares.
Isso se deve à maior ingestão de fibras, carboidratos complexos, vitaminas e nutrientes presentes em frutas e hortaliças, que ajudam a manter a pressão arterial num nível normal. Assim, mesmo que você não se torne vegetariano, aumente a quantidade desses alimentos em sua dieta.
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Igualmente, a obesidade é uma das principais causas de hipertensão. Portanto, a simples perda do peso excedente pode ajudar a reduzir a pressão arterial. Em vez de começar uma dieta radical, repleta de restrições, procure fazer exercícios e comer alimentos saudáveis.
Além do mais, siga estes dois mandamentos: diminuir o sal e aumentar o potássio. Uma combinação de sal elevado e potássio baixo resulta em pressão alta em algumas pessoas. Aposte em banana, cereais integrais, fava, batata, abacate e suco de laranja, essas são boas fontes naturais de potássio.
Fatos demonstram que mudanças relacionadas a atividades físicas e alimentação podem interromper o avanço de doenças cardíacas, as cardiopatias, bem como reverter danos causados por elas. Você pode proteger o coração comendo mais verduras, carne magra, cereais e pães integrais, boas fontes de ácido fólico. Isso ajuda a reduzir os níveis de homocistina, associada ao aumento do risco de doença cardíaca. Ou tome um suplemento de ácido fólico.
O risco de angina pode ser reduzido evitando o estresse. Para isso, faça exercícios de relaxamento ou meditação. E, para aumentar a irrigação de sangue e oxigênio no coração, tome suplementos que contenham pilriteiro (Crataegus oxyacantha). Por fim, beba suco de cranberry (arando), que contém antioxidantes contra a formação de placas nas artérias.