Está pensando em viajar contando que todos os remédios que tem no Brasil terão também no exterior? Não seja pego de surpresa e confira essa lista!
É estranho pensar que alguns remédios que encontramos em todas as farmácias do país, em outros, são proibidos. Isso pode ser um problema quando viajamos ou até mesmo pensamos em morar em outro país, é preciso pensar nos casos dos remédios de uso contínuo ou naqueles que usamos tanto que nem pensamos que podem ser proibidos em outros países.
Sabemos que agora você deve ter muitas dúvidas, mas fique tranquilo que vamos responder todas elas e explicar como e se você pode levar seu remédio na mala ou não! Confira.
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Por que alguns remédios são proibidos em outros países?
A liberação de medicamentos pode variar de país para país devido a diferenças dos critérios adotados pelos diferentes órgãos regulatórios, legislações específicas, além de considerações sobre avaliações de risco-benefício e disponibilidade de alternativas terapêuticas. Ademais, essas decisões também são influenciadas por fatores de saúde pública, considerações econômicas, políticas e a variabilidade genética entre populações de diferentes regiões que pode resultar em respostas distintas ao mesmo medicamento.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável pela aprovação, monitoramento e revisão de estudos clínicos de medicamentos, seguindo normas de segurança, eficácia e qualidade. Fora do país, outras agências reguladoras incluem a FDA nos EUA e a EMA na Europa, como explica Antonilêni Medeiros, coordenadora do curso de farmácia do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa).
Quais são os remédios proibidos fora do Brasil?
Especialistas brasileiros consideram alguns medicamentos seguros, mesmo que sejam vetados em outros países. Veja a seguir alguns medicamentos que são proibidos em outros países!
Dipirona: popular aqui por suas propriedades analgésicas e antitérmicas, é proibida nos EUA, Japão, Austrália e em alguns países da Europa, segundo Kauê Chinaglia, doutorando em farmacologia com ênfase em toxicologia pelo CIATox de Campinas (SP).
"A dipirona é proibida em alguns países devido ao risco de agranulocitose, uma reação adversa que reduz os leucócitos (glóbulos brancos), responsáveis pela defesa do organismo, podendo causar sérios problemas ao paciente", explica o farmacêutico Kauê Chinaglia.
Sibutramina: utilizada no Brasil com retenção de receita pela farmácia, é empregada no tratamento da obesidade. A sibutramina atua no sistema nervoso, aumentando a sensação de saciedade e acelerando o metabolismo, o que contribui para a perda de peso.
"Porém, um estudo realizado nos EUA mostrou que a medicação aumentou o risco de desenvolver problemas cardiovasculares, como AVC e infarto, entre os pacientes que a utilizavam, levando à sua proibição", esclarece o farmacêutico.
Avastin®: O princípio ativo desse medicamento é o bevacizumabe, utilizado no Brasil sob orientação médica para tratar vários tipos de câncer, incluindo o de mama.
"Porém, nos EUA, seu uso para esse fim é proibido pela FDA, que alega falta de evidências científicas suficientes para comprovar sua eficácia no tratamento da doença. Ainda assim, o Avastin® pode ser utilizado para outras condições", explica Jamar Tejada, farmacêutico pela Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), (RS).
Nimesulida: Receitado para alívio de dores agudas (de ouvido, garganta, dente), esse anti-inflamatório é muito consumido no Brasil, mas teve sua venda proibida em países como EUA, Japão, Canadá, e Espanha, e nunca foi autorizado no Reino Unido e na Alemanha. Vários estudos apontam que ele é tóxico para o fígado e pode levar à morte.
É importante ressaltar que todo anti-inflamatório pode ser perigoso. No caso da nimesulida, a Anvisa contraindica seu uso em pacientes com histórico de problemas hepáticos, insuficiência renal ou hepática, e em menores de 12 anos.
Ritalina®: medicamento de tarja preta utilizado para tratar TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e narcolepsia, é considerada ilegal na Rússia, onde até mesmo a posse com receita médica pode resultar em detenção.
Diane® 35: composto por acetato de ciproterona e etinilestradiol, é permitido no Brasil, podendo ser empregado como contraceptivo e no tratamento de acne, hirsutismo e síndrome dos ovários policísticos.
"Em 2013, a França retirou o medicamento do mercado após quatro óbitos associados à trombose e embolia pulmonar", observa o farmacêutico Jamar. No entanto, a União Europeia posteriormente revogou a proibição, argumentando que, quando administrado de forma adequada, os benefícios superam os potenciais riscos.
Pseudoefedrina: um princípio ativo comum em muitos descongestionantes nasais, teve seu acesso restrito nos EUA em 2005. Recentemente, em 2023, a fenilefrina, que é semelhante à pseudoefedrina e se tornou um substituto comum, presente em medicamentos como Benegrip, Resfenol, Cimegripe, Naldecon e Decongex, foi analisada pela FDA e considerada ineficaz quando utilizada por via oral, levando à sua remoção do mercado.
Esses remédios apresentam riscos à saúde?
Para verificar se um medicamento ou substância está proibido, é possível consultar o site da Anvisa ou um farmacêutico, que é o profissional que tem o papel crucial como intermediário entre médicos e pacientes, oferecendo orientação e esclarecendo dúvidas.
As substâncias mais proibidas são aquelas relacionadas a emagrecimento, incluindo algumas fórmulas fitoterápicas, bem como suplementos que prometem resultados milagrosos para a saúde. É importante ressaltar que, muitas vezes, substâncias liberadas em outros países precisam ser avaliadas e regulamentadas pela Anvisa antes de seu uso no Brasil.
Como levar remédios para outros países?
Se você faz uso de remédios controlados e este é proibido no seu país de destino é importante entender que as receitas médicas brasileiras não são válidas no exterior, então é necessário consultar um médico local para adquirir os medicamentos.
As punições para quem tenta entrar com medicamentos ilegais em outros países variam, podendo incluir multas ou até acusações por tráfico internacional de drogas. Por isso, é essencial pesquisar e seguir as orientações das companhias aéreas para garantir uma viagem tranquila.
Fontes: Viva Bem (UOL) e Azul.