A vacinação cruzada está sendo amplamente discutida no combate ao novo coronavírus. Mas você sabe o que é? Aqui você entenderá tudo!
Matheus Murucci | 12 de Julho de 2021 às 19:00
Você já ouviu falar em vacinação cruzada? Ultimamente este termo tem sido muito discutido por conta da campanha de vacinação contra o novo coronavírus, que está em curso no mundo inteiro. Nada mais é do que usar vacinas diferentes, mas com um mesmo objetivo, que, neste caso, é diminuir os sintomas de pessoas infectadas pela Covid-19.
Desde o início da pandemia, laboratórios e organizações se movimentaram para desenvolver a vacina e, com o passar dos meses, diversas vacinas combativas ao vírus foram criadas.
Como se trata de uma pandemia de escala mundial, muitos lugares ainda carecem da chegada de doses. Vale ressaltar que a maioria das vacinas só imunizam, de fato, após cerca de 20 dias depois de tomada a segunda dose.
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Uma solução das autoridades para contornar a escassez de vacinas é fazer o processo da vacinação cruzada, onde a população fica imune tomando duas doses de vacinas diferentes. O método está sendo paulatinamente estudado e aplicado.
Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, mulheres grávidas que tenham tomado a primeira dose da vacina de Oxford, a AstraZeneca, podem tomar outra vacina no momento da segunda dose.
Não existe um parecer específico sobre quais imunizantes podem ser combinados com outros. Os estudos estão em andamento, e uma publicação no periódico científico The Lancet, na Inglaterra, apontou que a primeira dose da AstraZeneca pode ser casada com a segunda da Pfizer, ou vice-versa. Ambas estão sendo aplicadas aqui no Brasil.
Especialistas têm sentido confiança de que a intercambialidade de vacinas possa ser uma solução prática e segura, mas também admitem que é um terreno novo e que precisa de mais estudos para comprovar 100% da eficácia, pensando num cenário amplo onde estão todas as vacinas produzidas por cada laboratório.
Estudos apontam que, quando combinadas, as vacinas podem gerar uma resposta imune maior. Isso quer dizer que somando os benefícios biológicos de cada uma das duas vacinas, haveria um estímulo maior na produção de anticorpos.
Não existem dados específicos sobre a vacinação cruzada causar algum efeito negativo, apenas o receio pela carência de estudos aprofundados.
O fator importante, do ponto de vista científico, é que o antígeno seja o mesmo nos dois imunizantes a serem tomadas. Antígeno é a parte da composição da vacina que tem relação direta com o nosso sistema imune.
Embora tenham sido elaboradas de formas distintas, essa semelhança é fundamental para que as vacinas cruzadas funcionem de maneira a proteger o organismo de quem as tomar.
A variante Delta tem sido alvo de investigações cada vez mais profundas, por ela ser mais transmissível e, portanto, mais perigosa. Sabe-se que, isoladamente, as vacinas da AstraZeneca e Pfizer agem com eficiência contra essa cepa.
Mas ainda não há informações de que, caso essas vacinas sejam cruzadas, o funcionamento se dê com o mesmo sucesso.