Aplicação da vacina AstraZeneca em grávidas foi suspensa no Brasil; gestantes devem procurar imunizantes alternativos contra Covid-19.
Ana Luiza Vasconcelos | 13 de Maio de 2021 às 13:19
A Anvisa suspendeu o uso da vacina AstraZeneca/Fiocruz em grávidas devido ao óbito de uma gestante após a aplicação do imunizante contra Covid-19.
Apesar de ainda não ter sido comprovada a causa da complicação que levou a mulher de 35 anos ao acidente vascular cerebral (AVC), a indicação é que grávidas procurem vacinas alternativas até que a investigação seja concluída.
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O Ministério da Saúde também mudou o planejamento de imunização. Agora, apenas grávidas com comorbidades devem ser vacinadas, e os imunizantes indicados são CoronaVac e Pfizer.
Apesar de não haver ainda comprovação sobre a causa da morte, uma mulher grávida, de 35 anos, foi a óbito devido a um AVC hemorrágico após tomar a vacina AstraZeneca.
Segundo a AstraZeneca, “mulheres que estavam grávidas ou amamentando foram excluídas dos estudos clínicos” da vacina, o que é “uma precaução usual” neste tipo de ensaio. Além disso, a bula do imunizante não recomenda o uso em gestantes.
Um dos efeitos adversos da vacina é a ocorrência de trombose, ainda que esses casos sejam considerados extremamente raros, com uma característica particular: uma queda no número de plaquetas.
Naturalmente, a gestação aumenta o risco de trombose clássica (com aumento no número de plaquetas, o que leva a um risco maior de coágulos). A condição se dá especialmente em membros inferiores, mas também pode ocorrer em outras partes do corpo. A aplicação da vacina durante a gravidez pode, portanto, aumentar o risco desse tipo de complicação.
Segundo a página oficial da vacina AstraZeneca, devem procurar um atendimento médico apenas os indivíduos vacinados que após 4 ou mais dias apresentarem:
Quem já foi imunizado há mais de 15 dias e não apresentou reações, não tem motivos para se preocupar.
Não. Por enquanto, a aplicação de AstraZeneca em grávidas está suspensa. A decisão pode ser alterada posteriormente, após a conclusão da investigação que está sendo conduzida pelo Ministério da Saúde para concluir se houve relação entre a vacina e a morte da gestante de 35 anos, grávida de 23 semanas, no Rio de Janeiro.
É importante salientar que a vacina AstraZeneca é considerada segura pela Anvisa e que pessoas que não se encontram durante o período de gestação devem tomá-la, quando chegar a sua vez no calendário de vacinação.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e o Departamento Científico de Doenças Cerebrovasculares, Neurologia Intervencionista e Terapia Intensiva Neurológica da ABN, “mesmo com os relatos dos eventos extremamente raros de trombose, não há nenhuma contraindicação formal à vacinação contra a COVID-19 em indivíduos com o histórico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou TVC”.
Ainda assim, recomenda-se que pacientes com algum histórico de doenças ou condições médicas com maior risco de trombose devem procurar orientação médica para discussão conjunta sobre os riscos.
Com informações: AstraZeneca, Gov.UK e Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares