A cirurgia foi realizada por médicos e pesquisadores do Instituto do Coração do Texas (THI).
Luana Viard | 7 de Agosto de 2024 às 14:40
Em um feito inédito da medicina, um coração artificial de titânio foi implantado com sucesso em um americano de 58 anos, portador de insuficiência cardíaca terminal. A complexa e inovadora cirurgia foi realizada no Texas, nos Estados Unidos, e o paciente sobreviveu por oito dias com o novo órgão, até receber um transplante cardíaco.
O "coração de metal" BiVACOR é um dispositivo que simula a função de bombeamento do coração, mas opera de forma mecânica. Projetado para pacientes com insuficiência cardíaca em estágio terminal, o TAH tem como objetivo manter a circulação sanguínea até que um transplante seja realizado, aumentando as chances de sobrevivência.
Segundo a BiVACOR, o dispositivo funciona com base no mesmo princípio físico que os trens de levitação magnética, atualmente os mais rápidos do mundo. O dispositivo é composto por duas cavidades e um rotor, este último sendo um componente rotativo cilíndrico fundamental em sistemas eletromegnéticos.
A parte que gira dentro do coração artificial, chamada de rotor, empurra o sangue para todo o corpo. Ele gira sem tocar em nada, o que faz com que dure mais tempo. Esse coração artificial é ligado a uma bateria que o paciente carrega, e a energia chega até ele pela barriga.
O titânio é muito forte e não enferruja, por isso foi usado para fazer o coração artificial. Ele é do tamanho de um punho e pode ajudar adultos a fazer coisas simples do dia a dia.
O desenvolvimento desse dispositivo inovador foi fruto de uma década de pesquisas intensivas em laboratório. Após rigorosos testes e análises, a empresa obteve, em novembro do ano passado, a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) para a implantação do coração artificial em até cinco pacientes com insuficiência cardíaca terminal em 2024.
A cirurgia realizada representa o início da fase clínica do estudo, cujo objetivo principal é avaliar a segurança e a eficácia do dispositivo em humanos, visando à obtenção do registro sanitário.
“Estou incrivelmente orgulhoso de testemunhar o primeiro implante bem-sucedido em humanos do nosso TAH”, comentou Daniel Timms, fundador da BiVACOR, em comunicado. “Essa conquista não teria sido possível sem a coragem do nosso primeiro paciente e sua família, a dedicação da nossa equipe e nossos colaboradores especialistas no The Texas Heart Institute. Nosso TAH nos deixa um passo mais perto de fornecer uma opção desesperadamente necessária para pessoas com insuficiência cardíaca em estágio terminal.”, complementou.
A durabilidade do dispositivo em humanos ainda é incerta. No entanto, em condições laboratoriais controladas, o coração artificial tem demonstrado funcionamento contínuo por mais de quatro anos.
“A implantação bem-sucedida do TAH da BiVACOR destaca o potencial de tecnologias inovadoras para abordar desafios críticos em cuidados cardíacos, como longas listas de espera para transplantes”, diz o site oficial da empresa. A primeira operação foi considera um sucesso e os procedimentos futuros devem ocorrer nos próximos meses.
Fontes: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, O Globo, Viva Bem e Revista Galileu.
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