Você sabia que existem diferentes tipos de inteligência para além das aptidões para "humanas e exatas"? Veja agora quais são!
Letícia Taets | 9 de Maio de 2021 às 14:00
Ainda há muito debate em relação ao que é considerado inteligência. Especialmente no período da escola, é possível que a sensação de não ser inteligente possa atingir muitos alunos. No entanto, muito disso se dá na medida em que apenas certos tipos de inteligência e de verificação dessa inteligência são utilizados.
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Desde o início do século XX, muito importante para o desenvolvimento da neurociência, muitas teorias para explicar o que são as inteligências e como elas são construídas e funcionam têm surgido. A teoria mais aceita nos últimos tempos é de Howard Gardner, desenvolvida nos anos 1980, com o conceito das múltiplas inteligências, que acolheriam as mais diversas aptidões humanas.
Para o psicólogo inglês Charles Spearman (1863-1945), todas as aptidões estão relacionadas: existe uma inteligência geral, chamada “fator G”, que determina o nível de aptidão dos domínios da lógica, da linguagem, da representação espacial ou da memória. De acordo com essa perspectiva, os testes de inteligência que utilizam uma grande diversidade de competências dão resultados bastante equilibrados: nós somos mais ou menos bons em cada uma das disciplinas.
Depois de Spearman, os psicólogos tentaram definir os “subconjuntos” que compõem a inteligência geral. Raymon Cattell (1905-1998) estabeleceu assim uma distinção entre uma inteligência fluida e uma inteligência cristalizada. A primeira é independente da cultura: é a capacidade de refletir, de adaptar e de aprender. A segunda se relaciona aos conhecimentos, às experiências, à capacidade de memorização e de utilização do que foi apreendido. Esse tipo de inteligência melhora com a idade, ao passo que a inteligência fluida tende a piorar.
O psicólogo americano Robert Sternberg distingue três formas de inteligência: a analítica (medida pelo QI), a criativa e a prática. A inteligência eficaz é uma combinação dessas três qualidades. Um bom líder, segundo ele, deve possuir essas três facetas: “A criatividade para ter ideias, a inteligência analítica para se assegurar de que elas são boas, a inteligência prática para fazer com que sejam aceitas e aplicadas.” E ele acrescenta uma quarta qualidade indispensável à função do dirigente: a sabedoria.
Nos anos 1980, outro psicólogo americano, Howard Gardner, propõe uma nova classificação distinguindo oito tipos de inteligência, que todos temos em graus diferentes e que se desenvolvem diferentemente dependendo do indivíduo, constituindo, por fim, nosso “perfil intelectual”. Esse perfil pode evoluir com o aprendizado, a iniciativa, a prática e a motivação.
A inteligência linguística é a habilidade de exprimir ideias e sentimentos por meio da linguagem. Ela faz parte
das competências medidas nos testes de QI e abrange a riqueza do vocabulário, o domínio das regras gramaticais, a qualidade do estilo, a capacidade de se comunicar e de se fazer compreender.
A inteligência lógico-matemática é a que nos permite raciocinar, calcular e resolver problemas científicos. Assim como a inteligência linguística, ela tem um papel importante nos testes de QI.
A inteligência é a capacidade de perceber e representar o mundo em três dimensões. É o tipo de inteligência dos arquitetos e engenheiros, a capacidade de se localizar numa cidade ou em paisagens naturais, de entender rapidamente esquemas de montagem, modos de utilização ou funcionamento de aparelhos, desenhar
mapas de localização etc.
A inteligência corporal-cinestésica é a habilidade de ter o controle do corpo, de imitar e memorizar movimentos ou gestos. É a destreza necessária tanto para a prática de esportes quanto para alguns trabalhos como artesanato, escultura, cirurgia etc. É a “inteligência do movimento”.
A inteligência interpessoal determina a qualidade de nossas relações com os outros, nossa habilidade de compreender e de nos adaptar a todos os meios. Pode ser comparada à inteligência emocional.
A inteligência intrapessoal é um outro elemento da inteligência emocional. Corresponde ao autoconhecimento, à boa avaliação de suas capacidades e de seus limites, das qualidades que permitem conduzir a vida de maneira harmoniosa e equilibrada.
A inteligência musical é a capacidade de reconhecer e analisar com precisão sons, ritmos e melodias. Ter o ouvido absoluto é um exemplo prático de inteligência musical bastante desenvolvida.
A inteligência naturalista é a compreensão do meio ambiente: saber identificar as espécies vegetais ou animais, compreender a dinâmica dos fenômenos naturais (as marés, o ciclo da água, os ventos), se interessar por mineralogia, astronomia, ecologia etc. É a inteligência dos geólogos, dos agricultores, dos paisagistas e dos biólogos, entre outros.