A insulina é considerada uma das grandes descobertas da Medicina moderna. Tire suas dúvidas sobre a insulina e conheça os tipos de insulina.
Redação | 4 de Agosto de 2018 às 16:00
A insulina pode salvar sua vida se você tiver diabetes. Quando se tornou disponível, na década de 1920, havia apenas um tipo de insulina, ainda conhecida como “regular”. Hoje há diferentes tipos de insulina – alguns disponíveis apenas desde a década de 1990.
Seja proveniente de um frasco ou das células produtoras do pâncreas, todos nós precisamos de insulina – não só quem tem diabetes. Mas, se o seu pâncreas se cansou de trabalhar, você precisa tomá-la por conta própria. A tarefa não é exclusiva de quem tem diabetes do tipo 1. Na verdade, 30 a 40% dos portadores do tipo 2 também precisam de insulina, geralmente porque as células beta do pâncreas não podem fabricá-la em quantidade suficiente (mesmo com medicação) ou porque as demais células ficaram mais resistentes à insulina (veja aqui informações sobre os tipos de diabetes). Normalmente, o pâncreas bombeia a quantidade de insulina suficiente e necessária para ajudar as células a captar a glicose do sangue. Embora um pâncreas sadio faça ajustes sutis e constantes, há dois padrões básicos de insulina que você precisa simular artificialmente, seja o seu diabetes do tipo 1 ou do tipo 2:
Se você tiver o tipo 1, é quase certo que tomará doses de insulinas diferentes durante o dia para satisfazer todas as suas necessidades. Caso tenha o tipo 2, o número de doses e o tipo de insulina irão variar de acordo com o funcionamento de seu pâncreas.
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Tanto a qualidade como a variedade de insulina evoluíram com o passar dos anos, começando pelo modo de produção. Até recentemente, a maioria da insulina era extraída de animais, como bovinos e suínos, e depois purificada para uso humano. Ela funcionava bem na maioria das pessoas, mas algumas tinham reações alérgicas, como vermelhidão, prurido, inchaço ou dor no local da injeção. Embora ainda esteja disponível, a insulina animal vem sendo cada vez menos utilizada, graças aos avanços da engenharia genética. Hoje, os cientistas podem inserir DNA humano contendo instruções para fabricar insulina em bactérias, para que elas produzam insulina humana à medida que se reproduzem.
Contudo, o mais importante é o desempenho da insulina. Atualmente, dispõe-se de vários tipos, que diferem na rapidez com que começam a funcionar, no momento máximo de ação (“pico”) e no tempo que permanecem ativos. As insulinas estão organizadas em quatro categorias, com base na duração de seu efeito.
A insulina regular é hoje classificada oficialmente como “de ação curta”, significando que ela começa a agir rapidamente, mas sua ação não dura muito. Pode-se usá-la para um controle rápido da glicose, na hora das refeições. Ela começa a agir em 30 a 60 minutos, com picos em três a quatro horas, e seu tempo de ação dura um total de seis a oito horas.
Não quer esperar meia hora para comer enquanto sua injeção faz efeito? Duas novas insulinas (às vezes consideradas um subconjunto das de ação curta) foram alteradas quimicamente para funcionar ainda mais rápido. A lispro (Humalog) e a aspart (Novorapid) começam a baixar a glicemia em cerca de cinco a 15 minutos, com pico de ação em 60 a 90 minutos e duração de três a cinco horas – um padrão mais próximo do que você teria, após uma refeição, se o seu pâncreas fosse saudável. Além de oferecer mais liberdade para comer quando quiser, ela é menos propensa a causar hipoglicemia do que a regular, pois não permanece no corpo após a glicose da refeição ser utilizada.
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No extremo oposto, está a insulina ultralenta de ação prolongada (Humulin U), que leva seis horas para começar a fazer efeito, atinge o pico depois de 12 a 18 horas e sua ação dura até 24 horas antes que diminua gradualmente. Isso proporciona o nível baixo constante de insulina do qual você precisa com apenas uma injeção diária. Pessoas com diabetes do tipo 1 precisam suplementar esse tipo de insulina com um agente de ação rápida às refeições. Mas, nos casos de diabetes do tipo 2, uma insulina de ação prolongada pode ser tudo de que se precisa, sobretudo quando ainda se pode usar medicação.
Seus efeitos ficam entre os da insulina de ação curta e de ação prolongada. Seus picos tendem a ser maiores do que os desta última, e podem ser melhores se suas necessidades de insulina forem grandes. As duas formas disponíveis nesse grupo, a NPH (neutral protamine hagedorn) e a lenta (Novolin L e Humulin L), contêm aditivos que atrasam a liberação – zinco no caso da lenta, e uma proteína chamada protamina no caso da NPH. De aparência turva, devido aos aditivos, essas insulinas começam a baixar a glicose após cerca de duas horas, atingem o máximo da ação em seis a 12 horas e atuam por até 24 horas. Destinam-se a proporcionar uma boa cobertura de insulina durante metade do dia e costumam ser combinadas com a insulina de ação curta.