Em geral, a cafeína é segura e pode até prevenir demência, mas ela também tem seus riscos. Entenda os riscos e benefícios da cafeína!
Redação | 6 de Outubro de 2020 às 20:00
A cafeína é a droga mais popular do mundo, consumida regularmente por centenas de milhões de adultos todos os dias no café, no chá, nos refrigerantes e nas bebidas energéticas. A maioria das pessoas precisa dela para começar o dia. Sem cafeína, nos sentimos lentos e imprecisos, mas em excesso ela pode nos deixar nervosos e nauseados. Mas, se tomarmos a quantidade certa, ela nos deixa agradavelmente alertas e produtivos, até um pouquinho eufóricos.
Para a maioria, não. A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central que alivia a fadiga e melhora o humor, a concentração e o foco. Nos desportistas, pode aumentar a resistência. Organizações de saúde do mundo inteiro afirmam que a maioria pode consumir com segurança até 400 mg por dia – mais ou menos a quantidade em um litro de café coado ou dois litros de chá-preto.
É quando se consomem 600 mg ou mais por dia que a situação pode literalmente tremer: nesse volume, alguns têm tremores, pressão alta, indigestão, dor de cabeça, tontura, palpitações e insônia. Mas outras pessoas, não. A reação à cafeína varia de pessoa para pessoa, e provavelmente é determinada por dois fatores genéticos principais: com que rapidez o fígado metaboliza a substância e se o sistema nervoso central é mais sensível a efeitos estimulantes.
Embora o consumo cotidiano não costume atrapalhar o ritmo cardíaco a ponto de criar padrões irregulares perigosos, doses altas podem elevar temporariamente a frequência dos batimentos do coração e a pressão, um perigo para quem tem cardiopatia. Em casos raros, o excesso de cafeína causou convulsões e até morte, embora geralmente em quem consumia bebidas energéticas.
Algumas pesquisas mostram que a cafeína pode proteger da demência, inclusive da doença de Alzheimer. Um estudo de observação em The Journals of Gerontology: Series A constatou que mulheres com 65 anos ou mais que consumiram em média 261 mg de cafeína (duas ou três xícaras médias de café) por dia durante 10 anos relataram menos sintomas de demência do que mulheres que consumiram em média 64 mg diários. Esse efeito ainda não é bem compreendido e não se sabe se a causa é a cafeína ou outras substâncias do café, como os antioxidantes.
Muitas vezes, a cafeína é ingrediente de suplementos para emagrecer porque pode reduzir a sensação de fome, mas não há provas concretas de que consumi-la leve à perda de peso. “O mais importante é o que você põe no café”, diz Duane Mellor, nutricionista e professor da Escola de Medicina Aston, em Birmingham, na Inglaterra. “Se for café preto ou com um pouquinho de leite, não há problema. Mas se você usa muito leite ou creme, açúcar ou xaropes, teremos uma bebida rica em gordura e calorias.” E isso pode ser mais problemático para a saúde do que um ou dois cafés expressos.
Para muita gente, o maior problema da cafeína é que ela interfere com o sono, principalmente o repouso profundo de “ondas lentas”, vital para a recuperação do cérebro e do corpo. No pior dos casos, a privação de sono está associada à obesidade e a outras doenças crônicas, como depressão e diabetes tipo 2. “Se a cafeína atrapalha seu sono, limite-a ou corte-a”, alerta Mellor.
Se quiser largar a cafeína, a redução repentina do consumo pode provocar dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de se concentrar nas tarefas e outros sintomas de abstinência. Respire fundo e reduza aos poucos.