Alguns alimentos podem ser o alívio que você tanto busca para os sintomas da ansiedade. Confira esta lista e incorpore-os no seu dia a dia.
Thaís Garcez | 14 de Março de 2020 às 20:00
Um pouco de ansiedade é bom. É a resposta adequada ao estresse: é o que o faz olhar em ambas as direções quando atravessa a rua, ensaiar repetidamente antes de um discurso e verificar várias vezes o cálculo de devolução do imposto de renda. Mas você pode exagerar na ansiedade, preocupando-se demais com os mínimos detalhes ou com coisa alguma até isso se tornar um hábito. Em vez de prepará-lo, esse estresse exagerado ou crônico praticamente o paralisa com sintomas físicos e emocionais. Porém, a boa notícia é que existem formas simples e naturais para aliviar a mente sem nem precisar sair da cozinha.
A deficiência de vitamina B12 pode causar ansiedade. Se você é vegano – ou seja, não come nenhum alimento de origem animal –, pode ter deficiência de B12; pois ela é mais frequentemente encontrada em carne, laticínios e ovos. Ela também está disponível em alimentos enriquecidos, como cereais matinais. Você pode ter deficiência de B12 mesmo comendo carne. Um estudo da Universidade de Tufts com 3 mil homens e mulheres detectou que até 39% das pessoas têm níveis baixos de B12, ao passo que cerca de 9% são deficientes. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que o problema esteja na absorção do nutriente. A vitamina B12 no cereal é mais bem absorvida do que em outros alimentos porque a vitamina é borrifada, como um suplemento. (Tome o leite até o último gole, que é onde ficam as vitaminas do cereal matinal.)
Pode ser o cafezinho que está deixando você agitado. Não é incomum sentir-se ansioso depois de consumir bebidas com cafeína. Inclusive, o quadro de “transtorno de ansiedade induzido pela cafeína” é um diagnóstico médico oficial. A cafeína é um psicoestimulante, portanto ela estimula o sistema nervoso central e depois fica na corrente sanguínea e nos tecidos por até seis horas. A maioria das pessoas pode consumir até 300 mg de cafeína (três xícaras de 240 ml de café ou cinco xícaras de chá) antes de começar a ter problemas. Mas se você estiver consumindo mais que isso, corte uma xícara por dia e veja se a ansiedade diminui.
A luz do sol é um tremendo inibidor de ansiedade. Portanto, experimente ficar ao sol 15 minutos por dia, e ao longo desse tempo não use filtro solar. Isso vai aumentar os níveis de vitamina D de forma natural, o que pode diminuir a depressão e a ansiedade. Mas não se esqueça de aplicar o protetor logo em seguida.
A camomila, cujo sabor é adocicado, é o remédio clássico para nervos em frangalhos. A erva contém as substâncias apigenina e luteolina, que promovem o relaxamento. Num estudo, pacientes prestes a se submeterem a um cateterismo cardíaco foram tratados com chá de camomila para se observar quais efeitos ela exercia sobre o sistema cardiovascular. Embora não tivesse efeito mensurável, 10 dos 12 pacientes adormeceram durante esse procedimento que gera tanta ansiedade! Mas, atenção! Pessoas com alergias graves a ambrósia e a crisântemos podem ter reações alérgicas à camomila. Para ação calmante máxima, use dois saquinhos de chá de camomila para uma xícara de água e deixe em infusão, coberto, por 10 minutos. Beba três xícaras por dia quando estiver passando por momentos de tensão.
Atum em lata têm altos níveis do aminoácido essencial lisina, um dos componentes dos neurotransmissores. Num estudo de 2004, homens que apresentavam altos níveis de ansiedade começaram a se sentir melhores quando passaram a ter alimentação enriquecida com lisina. Além disso, as taxas do aminoácido são mais altas na carne, no peixe e nas leguminosas, entre outras fontes.
Um estudo neozelandês de 2009 descobriu que ratos alimentados com mel, que tem efeito antioxidante intenso, apresentaram menos ansiedade num labirinto complexo que os que receberam uma quantidade equivalente de sacarose. Portanto, também pode funcionar no labirinto estressante da vida.
Coma pasta de atum. Ou salada de salmão. Ou um punhado de nozes e castanhas. Há evidências de que os ácidos graxos ômega-3, abundantes em peixes gordurosos, frutos secos e linhaça, aliviam os sintomas de ansiedade. Além disso, reduzem no organismo os níveis de estressores químicos como adrenalina (epinefrina) e cortisol. Um estudo israelense constatou que estudantes que receberam suplementos de óleo de peixe tiveram menos ansiedade nas provas; segundo mensurações de seus hábitos de alimentação e de sono, níveis de cortisol e estados mentais.
Algumas gotas de óleo essencial de lavanda no travesseiro, no banho ou num lenço podem manter suas preocupações a distância. Você pode até esfregá-lo na pele – é um dos poucos óleos essenciais que podem ser aplicados diretamente. Um estudo constatou que pessoas que receberam massagens com essência de lavanda ficaram mais otimistas e tiveram menos ansiedade que as que receberam sem esse óleo. Outro estudo comprovou que as massagens com óleo de lavanda conseguem até reduzir a pressão sistólica (associada ao estresse). Você também pode adicionar cinco gotas a um copo de água fervente e inalar para um efeito calmante rápido.
Se você for fazer uma prova, dobre um raminho de alecrim no bolso ou embrulhe um pouco de alecrim seco num lenço. Um grupo de enfermeiras que estavam fazendo uma prova importante afirmou que isso não só lhes acalmou os nervos, mas elas acharam que as ajudou a “desencavar” as respostas!
Sentir ansiedade antes de fazer uma prova, ao fazer um discurso ou ao aguardar os resultados de um exame médico é perfeitamente normal. Mas você pode ter um transtorno de ansiedade se temer situações do cotidiano; sentir medo intenso; preocupar-se excessivamente; apresentar sintomas físicos como dor torácica, palpitações, falta de ar, tontura e problemas de estômago, ou tiver recordações assustadoras e persistentes. A abordagem terapêutica inclui terapia, em especial a terapia cognitiva comportamental, medicamentos ansiolíticos e antidepressivos. Não deixe de procurar um especialista.