Cientistas holandeses encontraram o que, aparentemente, é um novo órgão localizado na cabeça. Trata-se um conjunto de glândulas salivares.
Marina Estevão | 27 de Outubro de 2020 às 13:00
Pesquisadores holandeses encontraram o que, aparentemente, é um novo órgão na cabeça humana. O novo órgão trata-se de um conjunto de glândulas salivares situadas atrás do nariz e conectadas à garganta.
A descoberta do órgão misterioso foi feita por acaso. Os cientistas estavam examinando pessoas com câncer de próstata em estágio avançado usando uma técnica de escaneamento chamada PSMA PET/CT. A técnica se resume em injetar “glicose radioativa” para destacar tumores no corpo. Porém, desta vez, o método indicou algo a mais: glândulas atrás da nasofaringe que até então eram desconhecidas.
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Se os cientistas estiverem corretos e o estudo for comprovado como verdadeiro, a glândula seria a primeira identificação desse tipo em 300 anos.
Na cavidade oral e no trato aerodigestivo, existem aproximadamente mil glândulas salivares menores. Essas geralmente são muito pequenas para serem vistas sem um microscópio.
Então, a descoberta feita pela equipe do médico oncologista Wouter Vogel é de suma importância pois parece ser um par de glândulas anteriormente esquecido. Com ela, forma-se o quarto conjunto de glândulas salivares principais, localizado perto do centro da cabeça.
Os cientistas batizaram as glândulas de tubárias, devido à localização acima do tórus tubário.
Apenas a técnica de imagem PSMA PET/CT seria capaz de detectar esses tipos de glândula salivar. O método ultrapassa outras tecnologias de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Para comprovar o estudo, 100 pacientes dos exames de câncer de próstata foram examinados, e também dois cadáveres – um homem e uma mulher. Nos dois casos, as imagens PSMA PET/CT mostraram as mesmas estruturas bilaterais das glândulas salivares.
Mas, por outro lado, a equipe admite que é um local a ser evitado durante os tratamentos de radiação aplicados em pacientes com câncer. Pois, as glândulas podem sofrer danos.
Apesar da comprovação com mais estudos, a patologista Valerie Fizhugh, que não estava participando do estudo, afirma que “se for real [a descoberta], isso pode mudar a maneira que olhamos para doenças nesta região”.