um novo tratamento rápido com menos efeitos colaterais traz nova esperança para homens que sofrem com problemas na próstata.
Julia Monsores | 1 de Novembro de 2020 às 01:02
Para homens diagnosticados com aumento da próstata, há uma boa notícia sobre o tratamento de vaporização, aprovado pelas autoridades de saúde do Reino Unido em 2018: o procedimento de 15 minutos é minimamente invasivo e reduz sintomas problemáticos em pelo menos 90% dos casos.
Durante o tratamento, realizado com anestesia local, uma agulha minúscula injeta jatos de nove segundos de vapor na próstata por meio de um tubo fino inserido na uretra e mata o excesso de tecido prostático. Assim, os sintomas dos pacientes, como a necessidade de urinar à noite, são reduzidos ou eliminados, sem que seja preciso passar a noite no hospital.
A hiperplasia prostática benigna (HPB), nome médico do aumento não canceroso da glândula, afeta cerca de metade dos homens com mais de 50 anos e 90% dos homens no decorrer da vida. Além da necessidade frequente ou urgente de urinar, os homens com o problema costumam ter dificuldade para iniciar o jato de urina, que pode ser fraco ou intermitente, e incapacidade de esvaziar a bexiga. Em casos extremos, o homem não consegue urinar, e há acúmulo de toxinas que podem provocar problemas renais graves.
Embora não se conheça bem a causa do aumento da próstata, estudos indicam que ele talvez se deva à mudança do equilíbrio hormonal com a idade. Quando cresce, a próstata, normalmente do tamanho de uma noz, pressiona a uretra e obstrui o fluxo de urina.
Qualquer homem com sintomas deveria consultar o médico, principalmente os que tiverem menos de 40 anos. Antes dessa idade, a causa pode ser mais grave: estenose (estreitamento) uretral, prostatite ou câncer de próstata.
Quando os sintomas são leves, às vezes bastam mudanças do estilo de vida. Tente limitar a cafeína e o álcool e não beba nenhum líquido duas horas antes de se deitar. Também evite descongestionantes ou anti-histamínicos que contraem a uretra.
“Faça exercícios e adote uma alimentação saudável”, diz o Dr. Charles Tapping, radiologista intervencionista especializado do NHS Foundation Trust dos Hospitais da Universidade de Oxford, no Reino Unido. “A obesidade está associada ao aumento da próstata, e a inatividade leva à retenção de urina.” Ele também sugere ir ao banheiro assim que der vontade e tentar o “esvaziamento duplo”: urine, espere meio minuto e urine de novo para esvaziar completamente a bexiga.
Medicamentos também reduzem os sintomas e impedem que a HPB piore. “Alguns relaxam os músculos da próstata e permitem que a urina passe com mais facilidade”, explica Nadir Osman, urologista especializado do NHS Foundation Trust dos Hospitais-Escola de Sheffield. “Outros encolhem a próstata.”
Se os remédios não adiantarem ou se causarem tontura ou problemas da função sexual, pergunte sobre a vaporização e outros tratamentos minimamente invasivos. Por exemplo, a embolização da próstata injeta na artéria prostática minúsculas contas sintéticas a fim de bloquear o suprimento sanguíneo. E a elevação da uretra prostática faz implantes bem pequenos que deslocam a próstata para o lado, de modo que não esprema mais a uretra.
Em alguns casos com sintomas moderados a graves, a cirurgia pode ser necessária. A mais comum é a ressecção transuretral (RTU) de próstata, em que se corta o tecido do interior da glândula. Embora haja risco de impotência, infecções, sangramento e incontinência, 75% dos homens têm apenas sintomas leves nove meses depois da cirurgia e redução permanente dos problemas do aumento da próstata.