Existem muitos mitos acerca da infecção urinária. Mulheres sofrem mais? E idosos? Descubra as respostas aqui e ainda mais informações.
As infecções do trato urinário podem deixar algumas pessoas, principalmente as mulheres, envergonhadas, sem necessidade. “Durante anos, disseram às mulheres que a infecção urinária estava ligada à higiene, mas não está”, diz Dra. Barbara W. Trautner, médica do Centro Médico Michael E. DeBakey, do Veteran Affairs, e professora da Faculdade de Medicina Baylor.
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Mulheres sofrem mais com infecção urinária?
É verdade que as mulheres têm infecções urinárias com muito mais frequência do que os homens, mas é uma questão de anatomia, não de higiene. Em qualquer pessoa, a infecção se desenvolve quando as bactérias da bexiga, que geralmente entram nela pela uretra, provocam inflamação ou outros sintomas em algum ponto do trato urinário.
Mas, como a uretra da mulher é mais curta que a do homem, as bactérias percorrem uma distância menor até a bexiga. Além disso, no corpo feminino, a abertura da uretra é mais próxima do ânus, onde vive a E. coli, causa comum da infecção urinária.
Infecções urinárias aumentam com a idade?
Outra possível concepção errada das infecções urinárias é que causam delírios em idosos. Contudo, Dra. Trautner diz que as provas não são conclusivas. A febre ligada à infecção pode ser um fator contributivo, mas o mais provável é que o delírio seja sintoma de doença cerebral subjacente, medicação múltipla, desnutrição, dor não tratada ou insuficiência de algum órgão, por exemplo.
Dra. Trautner acrescenta que é comum haver na urina dos idosos bactérias que não causam mal; é a chamada bacteriúria assintomática, que, em geral, não exige tratamento.
No entanto, as infecções urinárias ficam mais comuns com a idade, tanto em homens quanto em mulheres. Nelas, o nível de estrogênio cai depois da menopausa, e a vagina perde as bactérias protetoras que mantêm as nocivas longe.
Nos homens, a próstata começa a aumentar depois dos 50 anos e pode prender urina na bexiga. Além disso, todos os adultos mais velhos têm probabilidade maior de adquirir fatores de risco, como cálculos renais, uso de cateteres e sistema imunológico deprimido por doenças como o diabetes.
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Sintomas de infecção urinária
Determinar se há infecção urinária depende de onde ela se localiza. Na parte inferior do trato urinário, como na bexiga, os sintomas estão ligados ao ato de urinar: urgência em ir ao banheiro, ardor durante a micção, sangue na urina ou dor na região pélvica.
Por outro lado, quando afeta o rim, temos a chamada infecção do trato urinário superior, e os sintomas são mais vagos, como dor nas costas e nos flancos, febre alta, vômito, náusea ou arrepios.
Tratamento para infecção urinária
O tratamento com antibióticos é recomendado nas infecções urinárias, mas o risco de recorrência é alto, principalmente nas mulheres. Quando acontece, a culpa não é do paciente, explica Dra. Larissa Grigoryan, professora adjunta de medicina comunitária e familiar de Baylor. “Em alguns casos, isso se deve ao aumento da resistência a antibióticos”, diz ela, observando que, nesse caso, os médicos receitarão outra série do mesmo remédio ou experimentarão um medicamento diferente.
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O suco de cranberry ajuda? Há muito se acredita que ele possa prevenir ou curar as infecções urinárias. Embora algumas pesquisas mostrem que um ingrediente ativo do suco pode impedir que as bactérias adiram à parede da bexiga, estudos maiores não confirmaram o benefício.
Mas, mesmo que não resolva, o suco de cranberry não é prejudicial. Na verdade, beber bastante líquido não alcoólico é uma boa estratégia de prevenção. Num estudo publicado em 2018, no Journal of the American Medical Association-JAMA, as mulheres que aumentaram em 1,5 litro a ingestão regular diária de líquidos tiveram probabilidade menor de infecção urinária.
Assim, para manter esta infecção a distância, a melhor prevenção é simples: beba água e esvazie a bexiga com frequência.
Atenção: Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.
por Christina Frangou