Câncer de mama prévio pode aumentar risco de câncer de pele
Luana Viard | 25 de Novembro de 2024 às 19:38
A exposição ao sol é o principal fator de risco para o desenvolvimento de carcinoma ou melanoma. Os raios ultravioleta são classificados como carcinógenos completos, pois têm a capacidade tanto de iniciar quanto de estimular o crescimento do câncer.
A predisposição genética também é um elemento de risco, especialmente para indivíduos de pele clara, com dificuldade para se bronzear, com sardas, olhos claros, cabelos ruivos ou histórico familiar de câncer de pele.
“Esses indivíduos têm um risco maior, porém pessoas de pele mais escura também podem ter câncer de pele. Outros tipos de câncer também podem estar associados, pois existem genes que predispõem a mais de um tipo de câncer. Mulheres com histórico de câncer de mama, por exemplo, podem ter risco aumentado para o melanoma”, explica Dra. Thais Helena Bello Di Giacomo, dermatologista pela USP especializada em câncer de pele.
A médica acrescenta ainda que cicatrizes de queimadura devem sempre ser monitoradas, porque pode surgir carcinoma em cima dessas cicatrizes.
Cada tipo de câncer de pele se origina de células específicas. O carcinoma surge das células responsáveis pela produção de queratina, enquanto o melanoma tem origem nas células que produzem melanina.
A maioria dos casos de câncer de pele é composta por carcinomas, que geralmente são superficiais e permanecem restritos à pele, com baixa probabilidade de metastatizar para outros órgãos. Por outro lado, o melanoma é menos comum, mas apresenta maior agressividade e maior risco de metástase, especialmente quando detectado em estágios avançados.
“Ainda, é importante saber que o melanoma invasivo pode crescer em profundidade 0,1 milímetros por mês e isso faz com que, em poucos meses, ele atinja um nível de mais de um milímetro de profundidade, quando o risco de metástase começa a ser mais significativo. Então, é um tipo de câncer de pele que a gente realmente não pode demorar para diagnosticar”, alerta a dermatologista.
Existem mudanças e alterações nas pintas que merecem atenção: Se você tem uma pinta que não combina com as outras, é um sinal importante. “Qualquer bolinha vermelha, firme e que esteja crescendo precisa de investigação”, conta a médica.
Ela destaca que o método ABCDE ajuda a identificar mudanças significativas em uma pinta. A letra A refere-se à assimetria, indicando que é preciso observar se um lado da pinta difere do outro. O B corresponde às bordas: pintas benignas normalmente têm contornos regulares e arredondados, enquanto bordas irregulares, com aparência semelhante a um mapa, são motivo de preocupação. Já o C está relacionado às cores, alertando que uma pinta com múltiplas tonalidades pode ser um sinal de anormalidade.
“Então, que cores são essas? Marrom claro, marrom escuro, cinza, azulado, rosa, esbranquiçado. São várias cores que podem aparecer numa mesma pinta e que indicam perigo”. D de diâmetro: todas as pintas com mais de meio centímetro precisam ser olhadas pelo dermatologista.
E evolução. “A evolução é o mais importante do ABCDE, que é você perceber se uma pinta está mudando. Então, ou ela é uma pinta nova, ou ela mudou de tamanho, ou ela mudou de cor.
Por algum motivo ela chamou atenção porque ela não está quietinha, ela está em evolução. Todo machucadinho, toda feridinha tem que sarar em duas a três semanas. Se isso não acontece, é importante ver o dermatologista”, alerta a especialista em oncologia cutânea.
O diagnóstico precoce de um câncer de pele permite que ele seja curado em 100% das vezes com uma cirurgia ou, no máximo, duas cirurgias. Quanto mais precoce o diagnóstico, quanto mais superficial ou menor a lesão, menor é o defeito cirúrgico e a complexidade da cirurgia.
“Às vezes as lesões ocorrem no rosto, por exemplo, onde não temos muita pele sobrando para tirar, e ocorrem ‘defeitos’ cirúrgicos que podem repercutir na fala, no funcionamento do olho, por exemplo, lacrimejamento, defeitos estéticos importantes. Tudo isso faz com que o diagnóstico precoce seja desejável também por esses motivos”, finaliza Dra. Thais.
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