Especialista revela os riscos e os diferentes tipos de ações de cada método disponível.
Luana Viard | 21 de Agosto de 2024 às 14:35
Escolher o contraceptivo ideal é uma decisão importante e pessoal que pode impactar a saúde e o bem-estar! Com diversas opções disponíveis, é fundamental considerar fatores individuais e consultar um especialista para encontrar a solução mais adequada.
A Dra. Thais Mussi, endocrinologista e especialista em metabolismo pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), destaca a importância de compreender que cada método contraceptivo opera através de mecanismos distintos e pode impactar os hormônios e a saúde de formas variadas.
"Essa escolha deve considerar os efeitos hormonais do contraceptivo. Questões como histórico de doenças cardiovasculares, trombofilias, enxaquecas, e outros fatores de risco devem ser avaliados em conjunto com um profissional de saúde", orienta a Dra. Thais Mussi.
A médica ainda reforça a importância da mulher estar atenta ao comportamento do seu corpo quando há mudança ou alteração do método de proteção. "Por isso, é importante entender a diferença entre todos eles", relembra a endocrinologista, ao explica que existem métodos hormonais e os não hormonais.
"Os contraceptivos hormonais, como pílulas, adesivos, injeções e dispositivos intrauterinos (DIUs) hormonais, contêm hormônios sintéticos que mimetizam os hormônios naturais do corpo, principalmente o estrogênio e a progesterona", explica a médica.
Os métodos hormonais são mais encontrados no mercado e funcionam de maneira específica em suas diferentes propostas, por isso, a Dra. Thais define, abaixo, as diferenças entre cada um:
Essas pílulas, que contêm estrogênio e progesterona, atuam principalmente inibindo a ovulação. Ao bloquear a liberação dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela hipófise, elas impedem a liberação de óvulos pelos ovários.
"Além disso, elas espessam o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides, e alteram o revestimento do útero, tornando-o menos receptivo à implantação de um óvulo fertilizado", revela a profissional.
Prós e contras: O uso regular desses contraceptivos pode ajudar a regular o ciclo menstrual, aliviar cólicas menstruais e reduzir a formação de cistos ovarianos. No entanto, a Dra. Thais alerta que, por outro lado, esses métodos podem elevar o risco de trombose venosa, hipertensão arterial e, em alguns casos, afetar negativamente o humor e a libido.
Esses métodos contraceptivos contêm exclusivamente progesterona e são recomendados especialmente para mulheres que não podem usar estrogênio. "Elas funcionam principalmente espessando o muco cervical e alterando o revestimento endometrial e podem ser menos eficazes na supressão da ovulação em comparação com as pílulas combinadas, mas ainda assim são altamente eficazes", analisa a especialista.
Prós e contras: De acordo a médica, essa abordagem geralmente provoca menos efeitos colaterais associados ao estrogênio, como náuseas e retenção de líquidos, embora possa causar irregularidades no ciclo menstrual.
"Eles também liberam uma combinação de estrogênio e progesterona, semelhante às pílulas combinadas. A diferença está na via de administração, que pode ser mais conveniente para algumas mulheres e oferecer uma liberação mais estável de hormônios", define a Dra. Thais.
Injeções trimestrais de progesterona, conforme explicado pela médica, também têm o efeito de espessar o muco cervical e reduzir a espessura do revestimento endometrial. Elas podem inibir a ovulação em alguns casos e oferecem proteção eficaz por longos períodos.
Prós e contras: No entanto, podem levar a irregularidades menstruais, ganho de peso e mudanças de humor.
Liberam progesterona diretamente no útero, oferecendo uma liberação contínua e localizada do hormônio. Esse método espessa o muco cervical, reduz a espessura do endométrio e, em alguns casos, pode inibir a ovulação. É uma opção altamente eficaz que pode permanecer ativa por vários anos.
Prós e contras: "Aqui os efeitos colaterais comuns incluem sangramentos irregulares e, eventualmente, ausência de menstruação", explica a Dra. Thais.
Além das opções hormonais, os DIUs de cobre não interferem nos hormônios naturais do corpo, segundo a médica endocrinologista. "O cobre tem um efeito espermicida, que impede a fertilização do óvulo. Esses métodos não alteram os níveis hormonais, evitando muitos dos efeitos colaterais associados aos métodos hormonais, mas podem causar aumento do fluxo menstrual e cólicas", explica a médica.
Fonte: Dra. Thais Mussi - CRM 27542
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