A raiva é um sentimento humano comum. Porém, em excesso, pode ser um risco para a saúde e bem-estar. Entenda mais sobre a raiva!
Redação | 5 de Fevereiro de 2022 às 11:00
É perfeitamente normal sentir raiva às vezes. Porém, quando o sentimento é impróprio ou desproporcional pode causar problemas – e não apenas para os alvos do acesso de fúria, mas também para a saúde física do indivíduo enraivecido.
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A seguir entenda mais sobre esse sentimento, sua ligação com transtornos mentais, seus efeitos no corpo humano, como tratar e mais.
A raiva – assim como o medo, o desgosto, o alívio, a vergonha, a alegria, a surpresa e a tristeza – é uma das emoções primárias ou básicas do indivíduo. E além disso, também pode ser uma parte importante do nosso instinto de sobrevivência.
A raiva surge em virtude de eventos indesejáveis ou inesperados. É um estado temporário, cuja intensidade varia de irritação até a fúria intensa. Esse sentimento não é necessariamente ruim e pode ser uma resposta apropriada e saudável a uma situação. No entanto, em termos morais, muitas vezes é vista como uma emoção que deve ser controlada.
Todos conhecemos pessoas de “pavio curto”. É provável que a dificuldade que essas pessoas têm de exprimir sentimentos ou emoções latentes seja refletida em uma fúria imediata e explosiva. Já as habituais inibições sociais que encorajam as pessoas a controlar a irritação costumam dissipar sob influência do álcool ou de outras drogas.
Pessoas excessivamente tímidas, ansiosas ou que não se sentem à vontade em situações sociais podem responder ao sentimento de desconforto perdendo o controle com facilidade, frequentemente pelos motivos mais triviais.
Em alguns tipos de personalidade, a sensação de abandono ou ausência de uma atitude de interesse podem precipitar a fúria. Em outros, a ideia de não conseguir aquilo a que acreditam ter direito acarreta raiva intensa.
A propensão à raiva costuma ser uma característica estável. As crianças que exibem altos níveis de raiva mantêm o mesmo nível na vida adulta; isso pode ser causado por uma tendência intrínseca, mas também porque elas aprendem que a raiva as leva a conseguir o que desejam.
A raiva é uma característica dos transtornos psiquiátricos e um fator de risco importante para a violência entre pessoas com transtornos mentais. Embora a maioria dos pacientes psiquiátricos não seja perigosa, a violência nos hospitais psiquiátricos costumava ser um problema. A fúria, como era de esperar, está fortemente associada a perigo para os outros. Provavelmente é a emoção mais importante que diferencia pessoas agressivas e não agressivas.
A raiva também está intimamente associada à depressão, que pode representar uma interiorização doentia dos sentimentos de fúria ou agressividade. Quem tem dificuldade em falar sobre seus sentimentos acerca de um trauma sofrido no passado costuma internalizar a raiva. Essa forma de expressão da raiva causa danos à saúde.
A raiva emocional é acompanhada por estimulação fisiológica. A frequência cardíaca e a pressão arterial aumentam. São produzidos hormônios, incluindo adrenalina e corticoides, que preparam o corpo para a ação física. O sangue é desviado das partes não essenciais do corpo, como o intestino, para os músculos dos braços e das pernas.
Como os músculos necessitam de mais oxigênio, a respiração acelera e conseguimos perceber os batimentos cardíacos. O desvio do sangue pode causar a sensação de frio na barriga. As palmas das mãos suam, as pupilas dilatam-se e a percepção do ambiente torna-se mais intensa.
Essa resposta de estresse está sempre associada aos episódios de raiva. Quando a raiva é recorrente e não é controlada, o constante excesso de substâncias químicas do estresse pode causar problemas de saúde a longo prazo, como queixas digestivas, hipertensão arterial, infartos e derrames.
Para alterar a fúria intensa, é importante reconhecer o que a desperta. Por exemplo, se alguém fica furioso ao volante é conveniente recorrer a alguma forma de reeducação.
Uma pessoa que se torna facilmente violenta ao beber deve evitar o álcool, ou a menos reduzir a quantidade. Expor-se ao estímulo pode ser contraproducente, levando a pessoa a remoer a suposta agressão ou ofensa e, consequentemente, aumentando a raiva.
As crianças devem aprender a exprimir esse sentimento de modo apropriado – por isso, é importante dar o exemplo. É preciso ensinar-lhes habilidades para solucionar problemas e a diferença entre agressão e expressão apropriada de raiva.
Algumas dicas para controlar a raiva são: