Planejar um filho é um momento emocionante para todo casal. Mas o que pouca gente sabe é que a alimentação está ligada à fertilidade.
Douglas Ferreira | 30 de Agosto de 2021 às 14:00
Planejar um filho é um momento emocionante para todo casal. Mas, além de toda a emoção, esse também é um período que pode oferecer a ambos os parceiros uma oportunidade de maximizar sua fertilidade, optando por uma alimentação e um estilo de vida mais saudáveis. A alimentação tem um papel fundamental, afinal certos alimentos podem aumentar a sua fertilidade e ajudar a ter uma gravidez feliz e tranquila.
O casal, quando está se preparando para dar início à sua própria família, raramente se pergunta se está na melhor condição física para ter um bebê. No entanto, sua saúde tem impacto direto em sua fertilidade. E isso pode fazer a diferença e tornar a gravidez um prazer ou um problema.
Em geral, uma variedade balanceada de alimentos nutritivos, combinada a exercícios regulares e moderados, é suficiente para manter a boa saúde sexual e reprodutiva. Mas, com as taxas de infertilidade, tanto masculina quanto feminina, em ascensão, aqueles que pretendem ser pais precisam examinar a sua alimentação e seu estilo de vida como nunca.
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Você pode decidir fazer algumas mudanças positivas para aumentar suas chances de conceber um filho. Se assim for, tenha consciência de que nenhuma melhora vai acontecer de um dia para o outro: podem ser necessários até três meses para deixar seu corpo no auge da saúde e da fertilidade.
Seus esforços, porém, vão valer a pena: as vantagens de estar em ótima saúde antes de começar uma família são de longo prazo. Um bebê concebido por uma mulher que segue uma alimentação saudável tem menos probabilidade de sofrer doenças cardíacas e diabetes na meia-idade.
Quando os parceiros tomam a importante decisão de ter um bebê e então descobrem que não são capazes de conceber, a decepção pode ser enorme. A infertilidade pode afetar tanto homens quanto mulheres e pode se dever a vários problemas de saúde.
A má nutrição pode ser um dos fatores e, em alguns casos, a única causa da infertilidade. Muitos casais, em vez de procurar tratamento para infertilidade, conseguiram engravidar mudando a alimentação, melhorando a nutrição como um todo e adotando um estilo de vida mais saudável.
Beber álcool em excesso afeta a fertilidade em homens e mulheres, de várias formas. O álcool reduz o impulso sexual e afeta o desempenho de ambos os parceiros. E pode reduzir os níveis hormonais em homens e mulheres, inibindo a ovulação e o movimento dos espermatozoides ao subir as tubas uterinas. Além disso, o álcool reduz a capacidade do corpo de absorver importantes vitaminas do complexo B e de minerais, como o zinco.
As deficiências de vitamina B6 e de ácido fólico também vêm sendo ligadas à infertilidade. E o zinco é um dos nutrientes mais importantes para a produção de esperma. Sua deficiência resulta em baixa contagem de espermatozoide. Sendo assim, homens que bebem mais de quatro copos de cerveja ou outra bebida alcóolica por dia, correm o risco de redução do número de espermatozoides.
O ideal é que o casal que esteja se preparando para gerar um filho pare de beber ou reduza drasticamente o consumo de bebidas alcóolicas. De fato, devem se manter dentro dos limites de segurança com relação ao álcool:
O cigarro também deve ser evitado. Ele não só afeta a saúde em geral como também compromete a fertilidade nas mulheres, pois tanto o fumo ativo quanto o passivo podem provocar irregularidades menstruais. Veja aqui 6 doenças que também podem tornar o ciclo menstrual irregular.
A obesidade é outro fator a se evitar. Estudos apontam uma relação entre obesidade e infertilidade; além disso, o excesso de peso contribui para a redução da libido em ambos os sexos.
O homem produz espermatozoides o tempo todo, mas o número e a qualidade deles são influenciadas pelo que ele come. Uma baixa contagem de espermatozoides ou a má qualidade deles são causas bem conhecidas de infertilidade masculina.
Para que os homens produzam espermatozoides saudáveis, devem seguir uma alimentação saudável e balanceada. Esta deve incluir alimentos ricos em ácidos graxos essenciais (como peixes gordurosos e óleos poli-insaturados), vitaminas A, B, C e E, e os minerais zinco e magnésio. Dois desses nutrientes, a vitamina C e o zinco, têm um papel muito específico.
Quando o sêmen entra no corpo da mulher, ela produz anticorpos que fazem com que os espermatozoides se agrupem, o que torna mais difícil a tarefa de fertilizar o óvulo. A vitamina C reduz essa reação, aumentando as chances de concepção.
Embora a quantidade de zinco presente no corpo seja muito pequena, ele é fundamental para a fertilidade masculina. O zinco fica concentrado nas glândulas sexuais masculinas e no sêmen, e ajuda a produzir espermatozoides e hormônios masculinos.
Os homens perdem uma certa quantidade de zinco no suor e na urina. Se a reserva de zinco cair, os níveis de espermatozoides e de hormônios sexuais masculinos também caem, baixando a fertilidade.
Mas atenção, embora o zinco tenha um papel importante na fertilidade e proteja o corpo contra infecções, a ingestão em doses excessivas de suplementos pode causar febre, náusea e vômitos. Por isso, sempre procure um médico para fazer o acompanhamento.
Artérias enfurecidas (arteriosclerose) podem afetar a potência masculina. O fluxo de sangue para o pênis e para os testículos pode ficar obstruído, o que acarreta problemas na produção dos espermatozoides. Para manter a saúde de suas artérias, siga uma alimentação benéfica ao coração e coma peixes gordurosos pelo menos duas vezes na semana.
A mulher nasce com todos os óvulos já formados nos ovários. A cada mês, durante a ovulação, um (ou mais) de seus óvulos amadurece e é liberado, pronto para a fertilização. Mas os hormônios que controlam esse processo podem ser perturbados por vários fatores, como má alimentação, estresse e exercícios físicos extremos. O desequilíbrio hormonal resultante pode provocar infertilidade ou comprometer a fertilidade.
Mulheres que fazem dieta muito frequentemente seguem uma alimentação muito pobre em nutrientes essenciais, o que afeta o equilíbrio hormonal e pode impedir a ovulação.
As mulheres precisam manter pelo menos 18% de gordura corporal se quiserem engravidar. Aquelas que se encontram abaixo desse nível e muito abaixo do peso podem ter a menstruação suspensa. Isso se deve ao fato de as reservas de gordura no corpo regularem os hormônios que controlam a ovulação e a menstruação.
Restringir a quantidade de comida para perder peso não é uma boa ideia quando se está também tentando engravidar. Em vez disso, aumente a atividade física e tente se exercitar pelo menos 30 minutos por dia. Caminhada, pular corda, dança, corrida e natação são formas simples de aumentar a atividade física.
Algumas mulheres permanecem inférteis durante meses depois que param de tomar a pílula anticoncepcional ou de retirar o DIU de cobre. Isso pode ser decorrência de uma deficiência de zinco ou de um desequilíbrio hormonal, ou de ambos. Uma alimentação rica em zinco, manganês e vitamina B6 pode ajudar a restaurar a fertilidade.
O manganês e a vitamina B6 ajudam a reduzir o estrogênio, e essa redução é crucial para a concepção, visto que níveis elevados de estrogênio impedem a gravidez. Mulheres que usam DIU de cobre podem apresentar altos níveis de cobre, mas uma reserva baixa de zinco, magnésio e manganês.