Os LDLs foram feitos para navegar na corrente sanguínea, distribuindo colesterol liquefeito para as células. O problema aparece quando há um excesso de
Julia Monsores | 26 de Outubro de 2019 às 11:00
Os LDLs foram feitos para navegar na corrente sanguínea, distribuindo colesterol liquefeito para as células. O problema aparece quando há um excesso de colesterol LDL no sangue. E um depósito se forma no finíssimo revestimento interno das artérias, constituindo as bases das placas arteriais.
Com o passar do tempo, essas placas – uma mistura de gordura, colesterol, cálcio e outros resíduos celulares – podem estreitar as artérias coronárias reduzindo o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Novas pesquisas também sugerem que um tipo de LDL – pequeno e denso – é particularmente letal. Essas partículas, armazenadas de forma compactada, são danificadas com facilidade por radicais livres na corrente sanguínea (os radicais livres são moléculas muito ativas que podem proliferar e causar sérios danos).
Estas minúsculas partículas de LDL são capazes, então, de penetrar nas paredes das artérias, preparando a cena para a formação da placa característica da aterosclerose. Assim, níveis elevados de colesterol LDL no sangue aumentam o risco de aterosclerose; níveis baixos o reduzem. Para cada queda de um ponto de LDL, há uma redução de 2% no risco cardíaco. LDLs e HDLs são medidos de acordo com a quantidade por volume de sangue expressa em miligramas por decilitro.
Mas qual é a faixa de segurança? As pesquisas indicam que, quanto mais baixo os níveis de colesterol LDL, menor o risco de doenças cardíacas. Em um estudo polêmico publicado em março de 2004 no Journal of the American Medical Association, pesquisadores descobriram que altas doses de medicamentos para a redução do colesterol (estatinas) que visavam o LDL impediam a progressão de doenças cardíacas e reduziam as taxas de mortalidade em 28%.
Contudo, não existe remédio sem efeitos colaterais, e estes podem ser maiores do que os benefícios do tratamento com estatinas. Por enquanto, a alimentação já pode ajudar a baixar os níveis de colesterol e, ainda que não exista uma dieta só para combater o LDL, opte por comer menos gordura saturada, tornar-se mais ativo e controlar riscos cardíacos recém-descobertos – como inflamações crônicas, resistência à insulina e oxidação – que aumentam o potencial mortal do colesterol LDL.