Na cirrose, doença que afeta mais homens do que mulheres, há fibrose e lesão irreversível do fígado. O suprimento sanguíneo é afetado e se deteriora
Julia Monsores | 8 de Janeiro de 2020 às 17:00
Na cirrose, doença que afeta mais homens do que mulheres, há fibrose e lesão irreversível do fígado. O suprimento sanguíneo é afetado e se deteriora progressivamente. A cirrose evolui para insuficiência hepática com hipertensão portal e, frequentemente, varizes. Além disso, a cirrose eleva o risco de carcinoma hepatocelular.
Em todo o mundo, as infecções virais, em particular as hepatites B e C, são a principal causa de cirrose. Outras causas incluem hepatopatia alcoólica, cirrose biliar, síndrome de Budd-Chiari, doença de Wilson, alguns medicamentos, fibrose cística e galactosemia. Porém, às vezes não é possível identificar a causa.
Frequentemente não há sintomas iniciais; muitas pessoas afetadas parecem estar bem até que o distúrbio seja muito grave. Os sinais e sintomas, quando existem, consistem em febre, cansaço e náusea. Também há possibilidade de perda de apetite, emagrecimento e dor na parte superior do abdome, sobretudo no lado direito. Outras manifestações são icterícia (coloração amarela na pele), prurido cutâneo e ascite (excesso de líquido no abdome).
Pode-se notar sangramento anormal ou fácil formação de equimoses, mesmo após pequenos traumatismos. Isso acontece porque o fígado afetado é incapaz de manter a produção normal dos fatores necessários à coagulação sanguínea.
As varizes podem se romper, causando hemorragia potencialmente fatal. Nos casos graves, pode haver deterioração da função encefálica, causada pelo acúmulo de toxinas que normalmente são decompostas pelo fígado. Os sintomas incluem confusão, que pode evoluir para coma.
Como muitas vezes os pacientes são assintomáticos, um exame físico motivado por outras doenças leva o médico a suspeitar de cirrose e solicitar outros exames. Os exames de sangue avaliam a função hepática, indicam o grau de lesão do órgão e pesquisam sinais de infecção viral ou outros distúrbios. As técnicas de imagem, como ultrassonografia e TC, são recursos frequentes para avaliar a estrutura do fígado. Também pode ser necessária uma biópsia hepática para avaliar o grau de lesão e confirmar a causa.
O principal objetivo é tratar a causa, sempre que possível; isso pode retardar o avanço da doença, mas não reverte os danos. Pacientes com cirrose alcoólica devem abster-se completamente do consumo de álcool. Além disso, é preciso tratar complicações como varizes hemorrágicas. O transplante hepático é uma opção em alguns casos.
O prognóstico varia de acordo com a causa, a gravidade e a existência de complicações – por exemplo, a existência de varizes hemorrágicas agrava o prognóstico. Cerca de 50% das pessoas afetadas sobrevivem por cinco anos.