A nova pesquisa demonstra avanços eficazes para combater a doença degenerativa.
Uma nova pesquisa demonstra avanços no combate de uma das doenças mais devastadoras para o cérebro humano. O grupo de pesquisadores da Universidade Bar-Ilan, em Israel, desvendou um tipo de tratamento que previne a progressão da doença de Alzheimer em seus estágios iniciais. O estudo foi publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences em novembro de 2022.
A nova abordagem se mostra eficaz no pré-diagnóstico da doença, antes mesmo que os sintomas comecem a aparecer. A equipe de Bar-Ilan usou teranósticos (um combinado de terapia e diagnóstico) para identificar e tratar os primeiros sinais pré-sintomáticos da doença de Alzheimer e interromper a progressão antes que houvesse danos irreversíveis nas células cerebrais.
Atualmente, ainda não há cura para a doença de Alzheimer, porém, alguns medicamentos disponíveis demonstraram redução temporária dos sintomas. Ainda assim, é um campo em aberto. A maioria dos remédios não apresentou bons resultados, uma vez que muitos utilizam biomarcadores errados. Geralmente, quando aparecem os sintomas da doença, muitas células neurais, responsáveis pela memória e pela cognição, já estão degeneradas.
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Por muito tempo, as pesquisas científicas assumiram que o conteúdo de uma pequena proteína, chamada beta-amilóide, eram os responsáveis pelos danos nos neurônios na doença de Alzheimer. Portanto, os investimentos eram direcionados para a criação de anticorpos que combatessem esses componentes.
Agora, a pesquisa de Bar-Ilan mostra outro rumo. Utilizando minhocas e ratos como cobaias, os cientistas descobriram que estruturas menores, chamadas oligômeros, são os verdadeiros culpados. Para atingir essas pequenas partículas, os pesquisadores desenvolveram moléculas sintéticas que, quando inseridas junto da proteína beta-amilóide, impediu a formação dos oligômeros.
De acordo com Shai Rahimipour, professor à frente do grupo de Bar-Ilan, diferentemente dos estudos anteriores, a tecnologia agora é promissora na prevenção da progressão da doença de Alzheimer.
"Uma grande vantagem de nossas moléculas sintéticas, em oposto aos anticorpos naturais, é que elas não são imunogênicas e permanecem no corpo por muito mais tempo, portanto, provavelmente são necessárias menos injeções ou aplicações", disse Rahimipour ao Israel21c.
O desafio da equipe agora será desenvolver medicamentos que correspondam à ação das novas moléculas sintéticas e, possivelmente, criar um método de conter a doença degenerativa.