Sudeste possui mais estados afetados por coqueluche, enquanto o nordeste ainda não possui registro de caso
Dados recentes do Ministério da Saúde revelaram que os casos de coqueluche no Brasil aumentaram em cerca de 1.000% em comparação com o ano anterior. Até o momento, a maioria dos casos registrados concentram-se nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Em contrapartida, algumas áreas do país, como o Nordeste, não tiveram nenhuma ocorrência registrada.
O dado alarmante chama a atenção e preocupa autoridades por se tratar de uma doença que já havia sido considerada erradicada no país. Especialista acreditam que a queda na cobertura vacinal seja a responsável pela volta da doença.
O que é coqueluche?
Segundo o Ministério da Saúde, a coqueluche é uma doença respiratória contagiosa provocada pela bactéria Bordetella pertussis e ocorre em várias partes do mundo. Ela se manifesta, principalmente, por meio de intensas crises de tosse seca e pode afetar tanto a traqueia quanto os brônquios. Em bebês com menos de seis meses, a coqueluche pode gerar complicações graves e, sem o tratamento adequado, representa risco de morte.
Quais são os sintomas de coqueluche?
O Ministério da Saúde divide os sintomas da doença em 3 fases distintas.
1. Fase inicial (catarral)
No começo, a coqueluche se parece com um resfriado comum, apresentando sintomas leves como febre baixa, sensação de mal-estar, coriza e tosse seca. Aos poucos, a tosse fica mais frequente e intensa, evoluindo para crises mais graves.
2. Fase de tosse intensa (paroxística)
Normalmente, essa fase não apresenta febre ou apenas febre baixa, mas algumas pessoas podem ter picos de febre ao longo do dia. A tosse torna-se extremamente forte e descontrolada, com crises repentinas e rápidas que podem provocar vômito.
Durante esses episódios, a pessoa pode ter dificuldade para inspirar, com o rosto ficando avermelhado (congestão facial) ou até azulado (cianose). Às vezes, é possível ouvir um som agudo na inspiração (guincho). Essa fase pode durar de duas a seis semanas.
3. Fase de recuperação (convalescença)
Nesta fase, a tosse começa a diminuir em intensidade e frequência, mas pode persistir por várias semanas ou até três meses. Infecções respiratórias durante esse período podem temporariamente reativar os ataques de tosse intensa (paroxismos).
Atenção especial com crianças de 6 meses ou menos
O bebês têm uma maior tendência a desenvolver formas severas da doença, frequentemente fatais, que podem envolver crises de tosse, dificuldade para respirar, sudorese intensa e vômito. Além disso, crianças menores de 6 meses podem apresentar também episódios de apneia, interrupções na respiração, convulsões e desidratação causadas pelos episódios recorrentes de vômito.
O cuidado apropriado para esses bebês exige internação, isolamento, monitoramento contínuo e intervenções especializadas.
Letalidade maior
A taxa de mortalidade pela coqueluche é a mais alta desde 2019, alcançando 0,45% dos casos registrados. Entre 2021 e 2023, não houve nenhuma morte pela doença no país. O pico de mortalidade da última década foi em 2014, quando a infecção levou ao óbito 1,4% dos pacientes.
Como prevenir a infecção por coqueluche?
A vacinação é a principal forma de prevenir a coqueluche. Crianças até os 6 anos, 11 meses e 29 dias devem receber a vacina contra a doença. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferece uma vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que trabalham em maternidades e unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e bebês com menos de um ano.
Confira o esquema de proteção no Calendário Nacional de Vacinação.