Talvez você já tenha ouvido por aí que comer carne de porco faz mal. Para o terror de quem adora uma costelinha bem suculenta, ou um picadinho caprichado,
Julia Monsores | 17 de Março de 2021 às 17:00
Talvez você já tenha ouvido por aí que comer carne de porco faz mal. Para o terror de quem adora uma costelinha de porco, ou um picadinho caprichado, essa pode ser uma afirmação polêmica. Mas quando falamos de alimentação, é normal que dúvidas assim surjam. Afinal, a todo tempo a literatura cientifica faz novas descobertas, e o que parecia uma verdade absoluta deixa de ser.
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E com a carne de porco, a lógica é a mesma. E isso porque, durante muito tempo, acreditou-se que a gordura dos animais, chamada de gordura saturada, poderia aumentar o colesterol — que em quantidades excessivas pode bloquear as artérias e, possivelmente, causar infarto.
No entanto, mais recentemente alguns estudos questionam essa ligação direta entre gordura saturada e doenças cardíacas. Porém, não ache que esse é um passe livre para sair comendo bacon por aí! Como tudo em excesso, essa carne também pode fazer mal.
Como já comentamos, a carne de porco realmente possui um valor considerável de gordura. No entanto, é uma gordura boa, que se consumida com moderação traz saciedade ao corpo, ajudando-o no bom funcionamento de suas funções.
Além disso, outro ponto que pesa a favor da carne suína é que ela conta com uma grande quantidade de proteína de alto valor biológico. Isto é, contêm todos os aminoácidos essenciais de que seu corpo precisa, ajudando também a preservar a massa muscular e evitar a sarcopenia, comum em idosos.
Para as crianças, a carne suína também desempenha papel importante. E isso porque ela é rica em vitamina A, selênio e zinco, que são fundamentais no desenvolvimento cognitivo, psicomotor e estrutural.
E sem falar nas vitaminas do complexo B, que ajudam no bom funcionamento cerebral e o ferro, mineral essencial para o transporte do oxigênio pelo sangue.
Um fator que você pode levar em consideração é a escolha dos cortes da carne. Pedaços como bacon e costelinha são ricos em gorduras e, por isso, podem não ser aconselhadas em uma dieta de emagrecimento. A menos que você esteja praticando uma dieta de alto consumo de gorduras, como a low carb.
Desse modo, você pode optar, por exemplo, pelo lombo, um corte de carne mais magro que é equivalente ao filé mignon bovino. Em 100 g do lombo assado, há 210 kcal, 6,4 g de gordura e 103 mg de colesterol.
Assim como toda carne vermelha, o ideal é que a carne de porco não seja consumida todos os dias. E isso porque a carne demora mais tempo para ser digerida e seu consumo em excesso está relacionado a uma maior predisposição para doenças cardíacas e câncer.
Desse modo, aconselha-se a ingestão apenas de 2 a 3 vezes por semana. De acordo com o Ministério da Saúde, o recomendável é ingerir entre 300 g e 500 g de carne vermelha por semana.
Para ter um estilo de vida mais saudável é importante adicionar frutas, legumes, verduras, grãos integrais e fontes de gordura insaturada, como nozes e peixes oleosos também ao cardápio.
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Agora que você já entendeu que comer carne de porco não faz mal, desde que você não enfie o pé na jaca e exagere na quantidade, é preciso atentar-se também para o seu modo de preparo.
E isso porque, se você ingerir uma carne contaminada, ela pode te adoecer. Como não dá para ter certeza se a carne está ou não contaminada, o primeiro passo é comprar suas peças de carne em locais de confiança, bem higienizados e refrigerados.
Cozinhar corretamente a carne de porco também é crucial para que ela não te faça mal. Ao cozinhá-la, você mata os possíveis agentes patógenos que estejam em sua composição. E assim, evita a toxoplasmose e a cisticercose, doenças que podem ser facilmente transmitidas pela carne de porco.