A cardiopediatra Andressa Mussi Soares aponta os fatores que levam a alterações das taxas de colesterol na infância e na adolescência.
No mês em que é lembrado o combate ao colesterol através da prevenção e do controle, a cardiopediatra Andressa Mussi Soares aponta os fatores que causam alterações das taxas na infância. De acordo com a médica, pacientes dessa faixa etária já constituem 40% da população com alterações nas taxas de colesterol no Brasil.
Isso em relação não somente ao aumento do LDL (colesterol ruim), como também na diminuição do HDL (colesterol bom). Para se ter uma ideia, numa comparação com os adultos, o índice se equipara. Entre homens e mulheres brasileiros, existe uma variação de 38% a 42%.
“O dia oito de agosto marca essa luta, lembra a especialista. “É uma data de grande importância para prevenção e conscientização da gravidade da doença cardiovascular”.
O que provoca e quais são os perigos do colesterol alterado em crianças?
Alimentação desregrada, falta de atividade física regular e excesso de tempo na frente das telas são as razões centrais para a alteração do colesterol entre crianças e adolescentes.
Essas disfunções das taxas de colesterol são um perigoso fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Ao encontro dessa questão, a dra. Andressa ressalta que as cardiopatias são as doenças que mais matam em nosso país. Em sua maioria, acontecem em consequência de problemas vasculares. Um muito comum é aterosclerose, causado pelo acúmulo de placas de colesterol que obstruem as artérias. Engana-se quem acha que esta condição não afeta crianças, pois podem ocorrer da idade fetal até a adulta.
“O risco de elevação do infarto do miocárdio em crianças e adultos jovens é real, caso não haja redução nos indicadores”, revela a especialista.
Como prevenir alterações do colesterol na infância?
Por outro lado, é possível mudar esse cenário com a implementação de hábitos saudáveis na rotina. Começando pela forma como as crianças se alimentam: a ingestão de verduras, legumes e fibras é o primeiro passo neste caminho.
Leia também: Obesidade infantil: saiba como evitar esse diagnóstico
“E também evitar gorduras trans e gorduras saturadas”, pontua a dra. Andressa. “Incentivar atividades físicas de intensidade moderada; criança precisa suar. Ela pode se exercitar jogando bola, dançando uma música que gosta, entre outras atividades saudáveis e prazerosas”. Deste modo, o metabolismo é ativado, melhorando a função cardiovascular.
“As crianças não devem passar mais de duas horas em frente à tela. Seja ela do computador, celular ou televisão. Esse excesso traz consequências prejudiciais à saúde cardiovascular dessas crianças”, ela alerta.
A cardiopediatra, que trabalha Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim deixa uma mensagem para a conscientização das famílias. “Nossos filhos são nossos bens mais preciosos e podemos fazer muito por eles. Como cardiologista pediátrica, eu peço a todos que abracem essa causa. Juntos nós poderemos dar um não ao colesterol ruim, melhorar o colesterol bom e fazer com que nossas crianças vivam saudáveis”.