A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta que a variação glicêmica em pessoas com diabetes pode elevar o risco da candidíase. Confira!
Julia Monsores | 4 de Maio de 2021 às 17:00
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta que a grande variação glicêmica em pessoas com diabetes durante a pandemia pode elevar o risco para o desenvolvimento da candidíase. Esta é uma infecção que pode ocorrer na pele ou nas membranas mucosas do corpo, sendo que os locais mais comuns para aparecerem são a boca e as regiões genitais.
A vagina é um ecossistema complexo e delicado, lar de uma quantidade infinita de micro-organismos – tanto “bons” como “maus” – incluindo o fungo Candida albicans.
Leia também: O que é diabetes, como ocorre e quais são os principais sintomas
Segundo um estudo indiano divulgado na US National Library of Medicine, 90% dos pacientes com diabetes descontrolada apresentaram Candida, assim como 63,3% das pessoas com diabetes controlada e em 20% das pessoas sem diabetes.
Segundo o Dr. Airton Golbert, coordenador do Departamento de Diabetes na Gestação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), há uma estreita relação entre diabetes e candidíase.
“A candidíase de repetição é, frequentemente, o primeiro sintoma de diabetes tipo 2 – doença que pode levar de 4 a 10 anos até ser diagnosticada, devido à falta de sintomas, nessa fase inicial da doença”, explica.
De acordo com o especialista, quando o diabetes está descompensado, há uma diminuição dos mecanismos de defesa do organismo, por falta da mobilização de leucócitos. E assim, aumenta-se a chance dos pacientes desenvolverem a infecção.
“Outro motivo, além da baixa imunidade, é a alta excreção de glicose pela urina (causada também pelo desequilíbrio do diabetes), que predispõe a instalação da infecção por cândida. Um fator adicional à predisposição de candidíase é o sobrepeso, visto que 80 a 90% das pessoas com diabetes do tipo 2 são obesas”, completa.
A candidíase é uma doença que afeta 75% das mulheres no Brasil. Diversos fatores influenciam o aparecimento da candidíase, como alimentação, hábitos de higiene e roupas inadequadas, geralmente muito apertadas ou úmidas.
A Candida é um fungo muito comum, e na maior parte das vezes reside na vagina de metade de todas as mulheres. No entanto, se o ecossistema entrar em desequilíbrio, os fungos podem se expandir, causando coceira, ardência e dor, evoluindo para a candidíase.
Mas quais são os fatores que geram esse desequilíbrio e propiciam o surgimento da candidíase?
Algumas medidas práticas podem ser de grande auxílio para quem quer controlar a candidíase e o diabetes. Antes de mais nada, é importante realizar algumas mudanças no estilo de vida — que incluem mudanças na frequência de exercícios físicos e uma alimentação mais equilibrada. (Confira aqui algumas dicas de saúde para quem tem diabetes)
Experimente também as seguinte dicas:
Evite usar calcinhas por tempos prolongados. Na verdade, não há necessidade disso — o ideal, segundo a ginecologista Dra. Evelyn Prete, é deixar a vagina “respirar” por mais tempo possível. E isso porque as bactérias e fungos que vivem nessa região são altamente sensíveis à temperatura e à umidade.
E assim, acabam sendo afetadas pelo uso prolongado da calcinha. Fora que, convenhamos: usar calcinha às vezes pode ser bem desconfortável, então se você tem estado predominantemente em casa, em home office, pode abrir mão dela durante o dia.