Uma pesquisa aponta que o tabagismo aumenta consideravelmente a letalidade de cânceres e preocupa.
Você sabia que mais da metade dos pacientes oncológicos com cânceres relacionados ao uso de tabaco não sobrevivem à doença? Um novo estudo aponta que a letalidade causada por câncer tabaco-relacionado no Brasil chega a assustadores 80%.
Esse dado foi divulgado como parte do estudo denominado “Impactos do tabagismo além do câncer de pulmão”, divulgado na quarta-feira (27), Dia Nacional de Combate ao Câncer, pela Fundação do Câncer.
O ensaio científico publicado se debruçou sobre a letalidade de todos os tipos de câncer que possuem relação com o uso de tabaco, incluindo cânceres de cólon e reto, cavidade oral, estômago, laringe, colo de útero e bexiga.
Através dos resultados obtidos, os pesquisadores responsáveis pela publicação afirmam que o cigarro permanece sendo um dos maiores causadores de câncer em território nacional e um dos grandes responsáveis por óbitos também.
Em entrevista à Agência Brasil, Alfredo Scaff, consultor médico e pesquisador responsável pelo ensaio científico, afirma que o objetivo da publicação é mostrar para a população o quão danoso o tabagismo é para a saúde e o bem-estar.
“Fomos atrás de saber quais são esses cânceres e qual é essa importância. Estudamos sete tipos de câncer que apresentaram fortíssima correlação com o tabagismo e com alta mortalidade e letalidade”, explicou.
Para determinar a incidência de mortalidade causada pela enfermidade, foi feito um cálculo com base em taxas ajustadas de letalidade, dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O estudo aponta a letalidade de cada tipo de câncer por região do país e sexo dos pacientes.
O câncer de esôfago tem 52% de mortalidade na região nordeste, enquanto o de estômago tem 83% de letalidade na região norte. O câncer de laringe possui letalidade entre 48 e 88% em todas as regiões do país.
Um dos alertas do especialista fica por conta do câncer de colo de útero, que possui letalidade de 42%. Contudo, os pesquisadores apontam que o tabagismo pode contribuir de forma significativa para o aumento dessa probabilidade.