Saiba mais sobre o câncer do colo do útero: conheça os os sintomas, as causas e instruções de como se prevenir.
Iana Faini | 24 de Outubro de 2019 às 12:00
Quem acha que a pesquisa médica anda a passo de tartaruga não está bem informado sobre os avanços em relação ao câncer do colo do útero. Há 20 anos, nem sabíamos qual era a causa. Agora sabemos que o que provoca é papilomavírus humano (HPV) e que já existe uma vacina para evitar a infecção por esse vírus.
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Talvez, ainda em nossos dias, o câncer do colo do útero seguirá o caminho da poliomielite, da difteria e de outras doenças virais combatidas pelas vacinas. Por isso, mais sobre a doença a seguir:
Não há sintomas no estágio inicial do câncer do colo do útero. Em estágios mais adiantados, o sinal mais comum é o sangramento vaginal anormal (fora da menstruação) ou corrimentos. Nos estados muito avançados, pode haver dor pélvica.
O câncer do colo do útero é um dos poucos que podem ser evitados com um exame regular: o Papanicolaou. Esse exame preventivo, em que o médico colhe algumas células do colo do útero para exame ao microscópio, revela as primeiras mudanças celulares que poderão se tornar câncer. Cauterizar, cortar ou congelar essas células pode evitar o câncer. De fato, os exames preventivos são a principal razão da queda de 70% das taxas de câncer do colo do útero desde a década de 1950.
Faça o primeiro exame aos 21 anos ou no início da vida sexual ativa; em seguida, uma vez por ano até os 30. Depois dos 30, se três exames preventivos seguidos forem normais, é possível fazer o exame a cada dois ou três anos. Depois dos 70, após três exames consecutivos com resultado normal e nenhum anormal nos 10 anos anteriores, pode-se parar de fazer o exame.
A principal causa é o papilomavírus humano (HPV). O vírus é disseminado pelo contato sexual e infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas ou câncer, dependendo do tipo de vírus.
Porém, a interação do cigarro com o HPV aumenta o risco de câncer do colo do útero. Acredita-se que os carcinógenos da fumaça do cigarro permitam que o vírus se mantenha por mais tempo no organismo humano e se multiplique, tornando o colo do útero mais vulnerável às mudanças celulares que podem evoluir para o câncer.
Evitamos tétano, coqueluche, meningite e várias outras doenças com vacinas; agora, pela primeira vez, podemos evitar o câncer com duas doses. A vacina previne a infecção dos quatro tipos de HPV que causam cerca de 70% de todos os cânceres do colo do útero. Idealmente, as mulheres devem vacinar-se antes de ter atividade sexual, e é por isso que a vacina é recomendada pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos. Porém, na verdade, toda mulher pode se vacinar desde que não esteja grávida. Mas não há indícios de que seja benéfica para as que já foram infectadas pelo HPV.
O SUS oferece a vacina tetravalente para meninas e meninos de até 14 anos. Há um intervalo de seis meses entre as duas doses. Portanto, se mantenha atento ao calendário de vacinação!
A infecção pelo HPV não significa automaticamente que a mulher desenvolverá câncer do colo do útero; muitas, principalmente as que têm menos de 30 anos, conseguem eliminar o vírus com a mesma facilidade com que eliminamos dúzias de outros vírus todos os dias. Porém, o estresse cotidiano – um chefe difícil, problemas com os filhos ou marido, falta de dinheiro – pode reduzir a capacidade de combater vírus. Além disso, o HPV aumenta o risco de infecções prolongadas que podem evoluir para o câncer do colo do útero.
Quanto mais relações sexuais sem proteção, maior a probabilidade de infecção pelo HPV e de contrair outras doenças sexualmente transmissíveis. Portanto, é um cuidado muito importante.
Por fim, agora que você já sabe um pouco mais sobre o câncer do colo do útero, confira também o que são exames de rastreamento!