Além de evitar infecções dos dentes, outra razão para visitar o dentista regularmente é a chance de identificação precoce do câncer de boca.
Julia Monsores | 11 de Novembro de 2020 às 15:00
Além de evitar infecções dos dentes e da gengiva, eis outra razão para visitar o dentista regularmente: a avaliação aumenta a probabilidade de identificação precoce do câncer de boca.
Esse é o nome de qualquer tumor maligno na boca ou dentro dela: nos lábios, nas bochechas, no céu ou no assoalho da boca, na língua ou na gengiva.
Embora não seja um dos principais tipos de câncer, ele é bastante comum. No Brasil, são cerca de 15 mil novos diagnósticos por ano de câncer de boca.
Em termos gerais, a taxa brasileira de sobrevida de cinco anos a tumores cancerosos dos lábios é de 93%.
Porém, nos tumores da boca é de 42%. O estágio em que o câncer de boca é descoberto faz muita diferença. Os dentistas, que examinam áreas difíceis de ver, são treinados para observar manchas vermelhas e brancas e outros sintomas iniciais.
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De acordo com o Dr. Brano Bystricky, da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, o recomendado é ir ao médico se algum dos sintomas durarem mais de três semanas.
Ele acrescenta que não é raro um tumor sutil e relativamente pequeno da boca ser acompanhado de gânglios linfáticos bastante inchados.
“Esse inchaço pode ser percebido pelos pacientes: são nódulos no pescoço ou sob o queixo que aumentam ou não desaparecem depois de um período tomando antibióticos”, diz ele.
Outros sintomas do câncer de boca são:
Quem usa derivados de tabaco tem mais probabilidade de apresentar câncer de boca, e é provável que o mesmo aconteça com os cigarros eletrônicos, que contêm alguns dos mesmos carcinógenos.
Outro risco importante é o hábito de beber; o álcool irrita as células da boca e pode aumentar o impacto do fumo. Assim, ajudando substâncias prejudiciais a entrar nessas células. Se quiser dicas de como diminuir o consumo de bebidas alcóolicas, confira este artigo!
O número crescente de cânceres de boca se deve ao papilomavírus humano (HPV). Esse pode ser transmitido para a boca, a língua ou a garganta pelo sexo oral.
E, talvez, por beijos de língua. (Os pesquisadores ainda examinam esta possibilidade.) A maioria das infecções orais do HPV não tem sintoma nem causa problema de saúde. Até que o sistema imunológico as derrote, em geral em um ou dois anos.
Mas, quando persistem por muitos anos, elas podem provocar alterações cancerosas nas células.
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O câncer de boca afeta quase duas vezes mais homens do que mulheres. O fato de, em média, eles fumarem e beberem mais pode explicar parte dessa diferença.
Porém, os homens também têm mais tendência a desenvolver câncer de boca e garganta por causa do HPV.
“Parece que os homens produzem menos anticorpos para combater essa infecção”, diz Bystricky, advertindo que os profissionais de saúde ainda não têm certeza de que essa seja a explicação correta.
Agora há vacinas contra as cepas mais perigosas do HPV. Essas vacinas se mostraram eficazes na redução do risco de câncer de colo de útero. Em especial quando tomadas por pessoas jovens, ainda não sexualmente ativas.
Os indícios de que também protegem do câncer de boca ainda são preliminares. Porém, em geral, as mesmas cepas de vírus estão envolvidas, e há boas razões para esperar que os programas sistemáticos de vacinação tornem mais fácil evitar a doença nos próximos anos.