A nutricionista Katia Rodriguez explica que tomar café em jejum não provoca o aparecimento de problemas gástricos, como úlceras e gastrites.
Julia Monsores | 14 de Abril de 2022 às 17:00
Se você tem o hábito de tomar café em jejum, talvez já deva ter se perguntado se isso pode fazer mal para a sua saúde. Muita gente sente dificuldades em se alimentar logo cedo, embora essa seja uma recomendação dos nutricionistas para garantir mais energia ao longo do dia. Afinal, o café da manhã proporciona uma oferta efetiva de glicose para abastecer o seu começo de dia.
Mas afinal, beber café com estômago vazio realmente faz mal ou esse é mais um dos mitos que circulam por aí? E além disso, qual é a dose diária recomendada e os benefícios dessa bebida? Continue acompanhando para conferir essas respostas!
Muita gente acredita que beber café em jejum pode propiciar o surgimento de alterações no estômago. No entanto, a nutricionista Katia Rodriguez explica que o hábito de tomar café em jejum, por si só, não provoca o aparecimento de problemas gástricos, como úlceras e gastrites.
“Se o indivíduo sente algum desconforto ao ingerir o café em jejum e apresenta sensibilidade gástrica, o café deve ser evitado, pois é um alimento estimulador de mucosa gástrica, caso contrário, não há nenhuma contraindicação de consumir em jejum”, explica a nutricionista da Clínica Cid Pitombo.
Há quem prefira tomar café sem açúcar, e há quem não abra mão de pelo menos uma pitadinha para quebrar o amargor. Em termos de efeitos no corpo, não há diferença entre cada uma dessas opções.
“Somente para quem tem restrição calórica ou restrição de sacarose como os diabéticos o uso do açúcar com café é restrito. Nesses casos, uma boa dica para substituir o açúcar no café é o uso de canela!”, acrescenta a nutricionista Katia Rodriguez.
Além disso, é importante ficar atento à hora de ingestão do café. De preferência evite-o após as refeições principais, para que não haja prejuízo na absorção dos nutrientes.
“O café possui substâncias, como taninos e cafeína, que atrapalham na absorção de nutrientes. Por isso, se consumido após as grandes refeições como almoço e jantar, pode comprometer a absorção de ferro presente nas carnes, vegetais e feijões”, explica.
O café é uma das bebidas mais populares no Brasil. Além de suas propriedades estimulantes, que auxiliam na manutenção do foco, a cafeína presente na bebida também pode auxiliar na perda de peso. O café também é um antioxidante natural que protege a pele do efeito dos radicais livres que causam envelhecimento prematuro.
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“Linhas de investigação recentes apontam para um efeito benéfico do café relativamente ao desenvolvimento de determinadas doenças, entre elas: diabetes tipo II, asma, cirrose alcoólica, determinados tipos de câncer, Doença de Parkinson e Alzheimer. Também possui efeito termogênico, é antioxidante, aumenta a concentração, disposição, diminui a sonolência e a depressão, entre outros efeitos benéficos”, acrescenta a nutricionista Katia Rodriguez.
O consumo moderado de café não acarreta riscos para a saúde. No entanto, doses elevadas podem induzir efeitos negativos. A nutricionista alerta que a ingestão diária recomendada é de 3 a 5 doses, aproximadamente 150-300 mg de cafeína/dia.
Os efeitos negativos do café podem ser observados se ingerido em jejum ou acompanhado de alimentos.
“Como taquicardia, palpitação, insônia, ansiedade, tremor, dor de cabeça e náusea. É de realçar que estes efeitos indesejáveis podem manifestar-se, igualmente, em alguns indivíduos sensíveis à cafeína, mesmo sem o consumo de elevadas quantidades de café”, explica.
Além disso, a nutricionista acrescenta que gestantes também devem reduzir o consumo de cafeína, sobretudo por conta da pressão arterial. “O café não deve ser oferecido a crianças com menos de dois anos. Para crianças além dessa idade, o ideal é beber com leite”, acrescenta.