Especialistas alertam que prática de inseminação caseira é arriscada para a saúde de quem gesta.
Os procedimentos de inseminação vem se tornando cada vez mais populares entre os brasileiros. A prática, que pode contribuir para que muitos casais consigam atingir o sonho de se tornar pais, é bastante custosa e devido ao seu preço elevado, muita gente tem optado por realizar uma técnica de inseminação caseira.
Diversos grupos online fomentam essa prática e até mesmo ensinam técnicas que prometem ajudar a que os casais consigam realizar a inseminação caseira de forma bem sucedida e sem riscos para a saúde.
“Na inseminação artificial caseira, mulheres geralmente encomendam o material genético masculino (os espermatozoides) em redes sociais e injetam no próprio útero, muitas vezes sem saber se o doador tem alguma infecção sexualmente transmissível ou algum problema genético. É uma prática muito buscada, por exemplo, por mulheres que desejam a produção independente, isto é, querem ser mãe solo, não desejando ter o pai da criança como alguma pessoa conhecida ou identificada”, explicou o médico Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
Contudo, os especialistas da área da saúde alertam que essa prática oferece riscos em relação à saúde da mulher e até mesmo do feto, uma vez que o semen utilizado para realizar a inseminação não passa por testes e pode transmitir uma série de doenças e infecções, incluindo HIV e Hepatite.
“Ainda que o doador passe por exames de sorologia antes da inserção do sêmen na mulher, o risco de IST’s continua a existir, já que algumas doenças possuem uma janela imunológica maior para serem detectadas”, alerta o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime.
O médico também aponta que a prática, que geralmente é feita com o uso de seringas, pode acabar ocasionando em lesões internas no órgão reprodutor feminino devido ao manuseio inadequado da ferramenta.
Além de arriscado para a segurança da mulher, o procedimento caseiro não é regulamentado pela lei e pode ocasionar em implicações jurídicas. Ambos os médicos afirmam que a melhor forma de uma pessoa que gesta conseguir engravidar de forma segura é através de tratamentos assistidos, que podem incluir inseminação.