A pandemia da Covid-19, que já dura mais de um ano, piorou o quadro de bruxismo -- condição que afeta cerca de 30% dos brasileiros. Confira!
Ansiedade, medo, dúvidas e preocupações. A pandemia despertou muitos sentimentos e questionamentos nas pessoas. Enquanto muitas delas tiveram algum impacto na saúde física e mental, um dos problemas que passou a ser relatado em clínicas odontológicas foi a piora no quadro de bruxismo — condição que afeta cerca de 30% dos brasileiros.
“O bruxismo é uma desordem de movimento relacionada ao Sistema Nervoso Central, com causa desconhecida. Mas sabe-se que é extremamente ligada ao estresse”, explica o Dr. Anderson Marques, cirurgião dentista especialista em Odontologia estética pela USP de Ribeirão Preto e Membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.
Aumento dos casos na pandemia
Essa disfunção temporomandibular, que é caracterizada pelo ranger ou apertamento exagerado dos dentes durante o dia ou à noite, aumentou do ano passado para cá.
“Foi observado, em todo o mundo, durante esta pandemia, um aumento significativo dos casos de bruxismo nos consultórios odontológicos. Acredita-se que este aumento se deve ao grande quadro de estresse que todos nós passamos por conta da tensão com a Covid-19. O organismo descarrega de alguma forma esse estresse no sistema estomatognático, ou seja, durante a fase de tensão, nós passamos a apertar a musculatura facial e acabamos por prejudicar os dentes também”, detalha Dr. Anderson.
O bruxismo é dividido em duas categorias
”O cêntrico, que se caracteriza pelo apertamento dos dentes, e o excêntrico, que é o ranger dos dentes. O segundo afeta mais a musculatura do rosto, causando fadiga muscular, dores de cabeça e assimetrias faciais. Já o primeiro pode causar desgastes dentários e até mesmo fraturas dos dentes. Consequências estas que podem ser irreversíveis, por isso a importância de tratar de forma precoce já nos primeiros sintomas”, detalha Dr. Anderson.
Além disso, o bruxismo pode ser noturno, ou seja, pode aparecer durante o sono, ou diurno.
“Com isso o paciente não tem controle sobre esses movimentos deletérios. Quando é diurno, o paciente pode se pegar apertando ou rangendo os dentes, e quando percebe pode se policiar e tentar não fazer os movimentos”, explica o especialista.
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Tratamentos para bruxismo
Existem diversas opções de tratamento, porém não há cura para o bruxismo.
“Dentre as diversas opções de tratamento destaco: Placa miorrelaxante para proteção dos dentes e da musculatura, que o paciente utiliza ao dormir. Aplicação de toxina botulínica (botox), que diminui a força muscular e, consequentemente, alivia as dores e os problemas advindos deste quadro. A indicação de tratamento com fisioterapeuta, acumputurista e psicólogos também podem ajudar nestas situações”, afirma Dr. Anderson.
Fonte: Dr. Anderson Marques, cirurgião dentista especialista em Odontologia estética pela USP de Ribeirão Preto. Membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. Membro da Federação Internacional de Odontologia Estética (IFED). Diretor clínico da Clínica Boutique em Fortaleza.