Cozinhar com gordura vegetal ou banha de porco? Especialista esclarece se a banha de porco é a melhor opção ou se é mito.
Paula Vieira | 1 de Maio de 2021 às 14:00
A banha de porco é um ingrediente conhecido do brasileiro e tradicional na casa das avós. Mas divide opiniões quando bate a dúvida sobre ser o tipo de gordura ideal para cozinhar, grelhar e assar os alimentos. Para responder essa questão, analisamos estudos sobre o produto e consultamos a nutricionista Luciana Princisval.
Um dos benefícios da banha de porco é que ela resiste à altas temperaturas sem liberar componentes tóxicos. Além disso, em sua forma natural, é rica em vitaminas A, D, E e K. Porém, as gorduras que são vendidas do mercado é bem diferente daquela usada no século XX, pois elas passam por diversos processos de industrialização.
De acordo com a nutricionista Luciana, esse tipo de banha de porco que encontramos com facilidade no comércio não beneficia a saúde de forma significativa, além de possuir alto percentual de gordura saturada.
“Muito usada há décadas, a banha de porco até hoje é considerada como ‘natural’ por muitos. Mas além do alto teor de gordura saturada (o excesso gera risco cardiovascular), também possui toxinas. Vale lembrar que a banha de porco produzida atualmente não é mesma de anos atrás, sendo assim não confere benefícios significativos à saúde”, explica a Dra. Luciana Princisval.
A maioria das gorduras de origem animal tem grande quantidade de ácidos gordos saturados, que aumentam o “mau” colesterol. Com isso, cresce o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e obesidade. Já nas gorduras vegetais, o que prevalece são os ácidos gordos insaturados. Porém, há exceções, como os óleos de coco e de palma, que contém altos níveis de ácidos gordos saturados, gerando males se consumidos em grande quantidade. Conheça 11 alimentos que ajudam a evitar doenças cardiovasculares.
“No geral, produtos animais apresentam alto teor de gordura saturada. O excesso desta na dieta gera prejuízos à saúde, como o risco de doenças cardiovasculares (DCV). Os óleos vegetais (azeite, óleo de girassol e soja) são fontes de gordura insaturada, que quando em quantidades adequadas previnem as DCV. Os óleos vegetais são mais indicados para cozinhar, mas devem ser ingeridos em quantidades mínimas priorizando cozidos, assados e grelhados”, esclarece a nutricionista Luciana Princisval.
Há uma grande dúvida sobre a melhor forma de preparar os alimentos para quem tem colesterol alto. O ideal é que essas pessoas evitem a banha de porco, que contém alta concentração de gordura saturada e optem pelo óleo vegetal, sempre em pequenas quantidades.
“A gordura saturada que está presente em alta concentração na banha de porco, é uma das responsáveis por aumentar o colesterol. Indivíduos que tenham diagnóstico de hipercolesterolemia devem evitar usar essa gordura para preparações”, acrescenta Princisval.
Se você possui uma dieta saudável e não sofre com problemas cardiovasculares ou colesterol alto, pode manter a banha de porco na dieta desde que use o ingrediente com moderação, respeitando a sua recomendação de gordura saturada do dia.
“Ainda que não seja a melhor gordura para cozinhar, pode ser usada com moderação, desde que esteja dentro da recomendação de gordura saturada/dia. O padrão alimentar brasileiro já apresenta alta variedade de gordura saturada (carnes e laticínios) por si só, o que não justifica o uso da banha de porco para preparação”, conclui a especialista.
Para saber a quantidade ideal de gordura a ser consumida diariamente, consulte um(a) nutricionista.