A endometriose é uma condição que já afeta cerca de 190 milhões de mulheres no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora o combate à doença inflamatória seja urgente, a ciência ainda não se sabe ao certo as causas que levam à endometriose.
Contudo, um recente estudo japonês publicado na Science Translational Medicine aponta que a doença possa estar relacionada à presença de uma bactéria no organismo.
Como o estudo foi conduzido
O estudo analisou amostras de tecido de 79 mulheres diagnosticadas com endometriose para comparar com amostras de 76 mulheres que não sofriam com a doença. Todas as participantes realizaram cirurgias nos hospitais Nagoya University Hospital e Toyota Kosei Hospital.
Leia também: Endometriose: Anitta passará por cirurgia para tratar doença
Os resultados mostraram que 64% das pacientes com endometriose tinham bactérias do gênero Fusobacterium no revestimento uterino. Já para o grupo sem endometriose, a estatística foi de apenas 7%.
A bactéria F. nucleatom apareceu como a principal responsável pela extensão do tecido endometrial fora do útero. A análise também mostrou a boa notícia de que essa bactéria não seria resiste ao tratamento com antibióticos.
Melissa Norton, editora da revista Science, afirmou que a descoberta pode ajudar no tratamento e também na erradicação da endometriose. "A inoculação de Fusobacterium aumentou o número e o peso das lesões endometrióticas, enquanto o tratamento antibiótico com metronidazol e cloranfenicol pode reduzir as lesões", escreveu Norton.
Leia também: Endometriose: 5 exames que auxiliam no diagnóstico da doença
O que é endometriose
A endometriose ocorre quando o tecido endometrial cresce fora do útero, geralmente nas regiões pélvicas, como os ovários, trompas de falópio, ligamentos uterinos e peritônio. Esse tecido fora do lugar continua a se comportar como o tecido endometrial normal, engrossando, rompendo e sangrando durante o ciclo menstrual. Confira aqui mais sobre os sintomas e tratamentos da endometriose.
No entanto, ao contrário do tecido endometrial que é eliminado através da menstruação, o sangue e o tecido endometrial fora do útero não têm uma maneira eficiente de serem expelidos, levando a inflamação, dor e formação de aderências.