7 autoexames simples para fazer em casa

Autoexames podem ser a primeira orientação que você tem a respeito de algumas doenças. Se detectar algum problema, consulte seu médico.

Elen Ribera e atualizado por Rafaella Gazzaneo | 22 de Fevereiro de 2020 às 20:00

kieferpix/iStock -

O autoexame pode ser o primeiro passo, mas descobertas médicas impressionantes, que utilizam a mais alta tecnologia, vivem aparecendo nas manchetes. Robôs que fazem cirurgia cerebral. Camundongos nascidos de células-tronco. Mas, quando se fala em salvar vidas, a prevenção é um ótimo aliado!

Esse grupo de autoexames, que podemos fazer em casa, envolvem tão pouca tecnologia que mal parecem exames. Porém, são fundamentais e podem vir a nos proteger de doenças fatais, como o diabetes, que matou 406.452 pessoas no Brasil entre 2010 e 2016, segundo o Ministério da Saúde.

Leia também: 10 exames que você deve fazer regularmente!

Estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas no mundo inteiro tenham diabetes, e as doenças cardiovasculares em decorrência da doença roubarão mais de 17 milhões de vidas. Asma, depressão e até câncer: os autoexames a seguir podem ajudá-lo a evitar esses males.

Desconfiado? Não precisa. Esses sete exames simples e eficazes são comprovados por pesquisas e adotados por especialistas. Confira a seguir!

7 autoexames simples para fazer em casa 

1. Autoexame para a depressão 

A depressão faz mal ao coração, à memória e à saúde em geral. Em todo o mundo, cerca de 75% das mulheres, homens e crianças deprimidos nunca receberam tratamento adequado. Pode ser difícil verificar se estamos apenas um pouco tristes ou deprimidos a ponto de pedir ajuda. Baseado em um questionário, considere esse autoexame como o início de uma conversa com o médico:

  1.  No mês passado, você se sentiu frequentemente tristonho, deprimido ou sem perspectivas?
  2.  No mês passado, sentiu frequentemente pouco interesse ou prazer nas suas atividades, seja no trabalho, na rotina doméstica ou até no asseio pessoal?

O próximo passo:
“Para quem respondeu a pelo menos uma pergunta, vale a pena procurar um psiquiatra ou psicólogo”, diz um professor de psiquiatria do Rio de Janeiro. “O ideal é que se alie terapia cognitiva comportamental ao tratamento farmacológico. É importante que se observe a vida do indivíduo, para que não se confunda depressão clínica com humor depressivo (também conhecido como estado de luto), que pode ocorrer temporariamente após uma perda significativa, seja emocional ou material.” 

2. Autoexame para a anemia

A deficiência de ferro nos deixa exaustos e pode reduzir a imunidade, mas as mãos revelam isso. 
O ferro é o mineral da “energia”, que recebe o oxigênio de cada inspiração e o leva às células do corpo. Quem tem deficiência de ferro pode apresentar fadiga intensa, problemas de concentração, falta de ar e batimentos cardíacos irregulares. Para o autoexame:

  1. Abra as mãos com a palma para cima. As linhas estão pálidas? “Não importa a cor natural da pele; a palidez incomum das palmas, das gengivas e da parte interior das pálpebras pode ser sinal de baixa circulação do sangue nos capilares próximos da superfície da pele, o que se deve à deficiência de ferro”, diz especialista.
  2. Peça ao médico que solicite um hemograma, exame que mostra os índices de hemoglobina e hematócrito. 


3. Autoexame para arritmia cardíaca

As arritmias cardíacas causam até 20% dos casos de AVC. Batimentos cardíacos irregulares são responsáveis pela maioria dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs), doença que mais mata no Brasil. Este simples autoexame pode ajudar a preveni-los:

  1. Durante um minuto, bata o pé acompanhando o ritmo do coração (verifique o ritmo com o dedo no pescoço ou no punho). Em vários estudos, este exame revelou aos médicos mais de 90% das pessoas com fibrilação atrial confirmada pelo monitoramento cardíaco. “Este exercício pode ajudar o paciente a saber a hora de procurar o especialista.
  2. Se a batida for irregular a ponto de impedir que se marque o ritmo com o pé, relaxe por uma hora e tente de novo”, diz o especialista. 

4. Autoexame para diabetes

O diabetes descontrolado dobra o risco de doença cardíaca e encurta a vida em 10 a 15 anos. Eis como saber se você tem a doença. Pegue o lápis, marque as respostas e depois some os pontos. 

  1. Quantos anos você tem? Para menos de 40: 0 ponto; 40 a 49: 1; 50 a 59: 2; 60 ou mais: 3
  2.  Você é mulher ou homem? Mulher: 0 ponto; Homem: 1 ponto
  3. Algum familiar (pai, mãe, irmãos) tem diabetes? não: 0 ponto; sim: 1 ponto
  4. Sofre de hipertensão arterial ou toma medicamentos para baixar a pressão? não: 0 ponto; sim: 1 ponto
  5. É gordo ou obeso? peso normal: 0 ponto; acima do peso: 1 ponto; obeso: 2 pontos; muito obeso: 3 pontos
  6. Pratica atividade física? não: 0 ponto; sim: -1 ponto

O próximo passo:
“Se o total for de 4 pontos ou mais, há boa probabilidade de haver pré-diabetes", diz Bang. “Se for de 5 ou mais, há grande risco de diabetes. Converse com o médico.” Segundo endocrinologista, “5% a 10% dos indivíduos nessa situação ficarão diabéticos em um ano”. 

5. Autoexame para evitar infartos

A rigidez dos vasos sanguíneos faz o coração trabalhar mais. Este exame nada tecnológico pode ajudar a evitar infartos. Assim como os balões de festa de aniversário, os vasos sanguíneos saudáveis são flexíveis e se expandem e estreitam durante o dia. Mas, quando as artérias se enrijecem – por causa da idade, dos quilos a mais, do acúmulo de placas na parede dos vasos, da vida sedentária ou do diabetes –, a pressão sobe. E também aumenta o risco de AVCs e infartos fatais. 
O exame da rigidez exige equipamento de alta tecnologia, encontrado em laboratórios de pesquisa. Mas agora basta sentar-se no chão para ter uma ideia do estado das suas artérias: estão elásticas ou flácidas? Confira o passo a passo do autoexame e descubra:

  1. Sente-se no chão com as pernas retas e estendidas à frente do corpo, com os dedos dos pés para o alto. Curve-se a partir dos quadris e estenda os braços na direção dos pés. Tente tocar os dedos. 

O próximo passo:
Quem não consegue alcançar os pés corre risco maior de rigidez arterial. Se não mediu a pressão nos últimos 12 meses, faça isso agora. “É bom medir a pressão arterial pelo menos de dois em dois anos”, diz o Dr. Yamamoto. Ele também afirma que acrescentar alguns alongamentos à rotina de exercícios pode aumentar a elasticidade dos músculos e das artérias. 

6. Autoexame para evitar morte precoce

Uma barriga grande faz disparar o risco de morte precoce, mesmo em quem não é gordo. A barriga protuberante é sinal de que há muita gordura visceral, uma gordura abdominal amarela e espessa que libera na corrente sanguínea ácidos graxos, hormônios estimulantes do apetite e substâncias químicas que promovem inflamações. Confira o passo a passo do autoexame: 

  1. Tire a camisa e fique diante do espelho;
  2. Envolva a cintura com a fita métrica e leve-a até o alto dos ossos do quadril. Essa é a posição recomendada para uma medição mais precisa. Não prenda a respiração nem aperte a fita métrica.
  3. Escreva o número encontrado. 

O próximo passo:
Para homens, o risco de diabetes e doença cardíaca começa a subir a partir dos 94 cm; 100 cm ou mais já é alto risco. Para mulheres, o patamar de perigo é 81 cm, e 89 cm marcam o início do risco mais elevado. 

7. Autoexame para a asma

A asma não tratada causa cerca de 367 mil internações e mata 8 pessoas por dia. A asma pode tornar difíceis os exercícios e transformar em desafios as atividades cotidianas. Confira o passo a passo do autoexame:

Faça a si mesmo estas duas perguntas, usadas para avaliar a saúde respiratória em dois estudos com cerca de 27 mil pessoas. São simples, mas podem identificar 90% dos asmáticos:

  1. Às vezes você tem chiado no peito?
  2. Sente falta de ar quando se exercita ou se esforça? 

O próximo passo:
Se a resposta a uma das perguntas (ou às duas) for sim, peça ao médico que confira se você tem asma, aconselham os pneumologistas. “Dependendo da gravidade dos sintomas, que podem indicar a asma mais leve (intermitente) ou a perene, com crises frequentes, o médico pode receitar um inalador ou solicitar um exame, como a espirometria, para avaliar o funcionamento pulmonar antes de medicar o paciente”, diz especialista. 

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