As estatinas, a classe de remédios mais receitada para controlar o colesterol, ajudam a remover o excesso de LDL por interferir com sua produção no fígado.
Redação | 22 de Novembro de 2018 às 21:00
As estatinas equilibram o colesterol bom e o ruim. Contudo, nosso corpo precisa de um pouco de colesterol; esse material gorduroso é um dos constituintes da vitamina D, de hormônios e de outras substâncias essenciais. Mas que pode fugir ao controle e obstruir o fluxo saudável do sangue. O colesterol é obtido de duas maneiras: fabricado pelo fígado ou extraído da carne e dos laticínios. Alimentos que não são de origem animal também podem elevar o nível se contiverem gorduras trans ou saturadas (pense em frituras, biscoitos industrializados etc.), que estimulam o fígado a produzir mais colesterol do que o necessário.
Há dois tipos de molécula de colesterol na corrente sanguínea. A lipoproteína de baixa densidade (LDL), que leva o colesterol até onde ele é necessário no corpo, e a lipoproteína de alta densidade (HDL), que o recicla de volta até o fígado. O LDL pode se combinar com outras substâncias do sangue e formar placas, que se acumulam nas artérias. Fatores: hábitos alimentares, genética, idade e o nível de exercício. As estatinas, a classe de medicamentos mais receitada para controlar o colesterol, ajudam a remover o excesso de LDL por interferir com sua produção no fígado.
As estatinas são consideradas essenciais para a maioria que já teve um infarto ou AVC. Para as outras pessoas, os médicos têm sistemas de pontuação para calcular o risco de morrer de doença cardiovascular nos dez anos seguintes. “A questão não é só o colesterol; examinamos o quadro todo”, diz o Dr. François Schiele, da Sociedade Europeia de Cardiologia. “Alguém com risco baixo pode tolerar um nível bem alto de LDL. É preciso considerar fatores como idade, sexo, tabagismo, diabetes e pressão arterial.” Nem todas as partes da equação podem ser modificadas; por isso, médicos e pacientes se concentram em ações como comer bem e controlar o colesterol com medicação.
É possível prevenir boa parte dos AVCs e da doença cardíaca precoce.
O efeito colateral mais comum das estatinas é a lesão muscular que se manifesta como dor, sensibilidade ou fraqueza. “Se isso acontecer, busque com seu médico o regime mais eficaz possível. E que, ao mesmo tempo, seja tolerado pelos músculos”, aconselha o Dr. Schiele. Isso pode significar repouso, redução da dose ou troca por outro tipo de estatina.
Assim como os medicamentos não substituem o estilo de vida saudável, não pressuponha que novos hábitos lhe permitirão parar de tomar os remédios. A comunidade médica ainda discute qual o nível de risco que justifica o uso de estatinas, diz o Dr. Schiele, mas, em termos gerais, o fato é que os medicamentos salvam vidas.
POR SAMANTHA RIDEOUT